[Archport] SOBRE O FUTURO PROFISSIONAL DOS ARQUEÓLOGOS FORMADOS NO IPT
Caros Colegas,
envio mensagem do Doutor Gonçalo Velho, que peço que por favor leiam.
Agradeço que digam se podem colaborar ou não e por favor indiquem
um telemóvel para contacto.
Obrigado!
Cumprimentos,
Cidália Delgado
*Caros antigos e actuais alunos do Instituto Politécnico de Tomar*
Ao longo dos anos, têm vindo a existir sucessivos movimentos com vista à
criação de uma Ordem dos Arqueólogos. Foi de algum modo com esse propósito
que se criou a Associação Profissional de Arqueólogos (APA). Ora, nada de
mal existiria na organização dos arqueólogos profissionais, através de uma
associação, que teria como propósito a defesa do exercício profissional da
Arqueologia. O perigo resulta na ligação e rumo que possa tomar tal
associação, quando dirigida por princípios de exclusividade e
corporativismo.
Sempre encontrei no IPT um espaço em que o direito ao Património é o direito
de todos e não apenas de alguns. Veja-se por exemplo o tema e o debate das
últimas Jornadas Ibero-Americanas de Arqueologia e Património. Acredito
profundamente neste princípios, tal como acredito que a Arqueologia é tão
mais forte quanto mais inclusiva for. Quantos mais pessoas a Arqueologia
conseguir integrar, maior será a sua voz e o seu espaço de intervenção.
Sei bem das pressões e abusos a que fostes e sois sujeitos. Aproveitamentos
que nada têm de ético e que tinham um único objectivo: afastar-vos do
exercício da Arqueologia.
Por essa mesma razão acho que existe neste momento uma oportunidade para
lutar contra esta situação e prevenir (que é sempre melhor que remediar).
O encontro do próximo dia 20 de Março no Museu Nacional de Arqueologia pode
vir a ser um momento fundamental para o futuro. Um momento em que se decide
se a Arqueologia é o espaço de alguns (da exclusividade), ou de todos. Por
esse mesmo motivo é importante a vossa presença nesse encontro.
Antes (e porque porventura nem todos poderão estar presentes) é importante a
discussão que se está a gerar na lista de emails Archport. Apelo por isso à
vosso mobilização e empenho, para que dêem o vosso testemunho.
É fundamental que se consiga uma mobilização alargada, de modo a que se
possa tomar uma posição contra a Ordem (que fecha o acesso a vários e
afunila a profissão). É por isso importante que cada colega mobilize os
colegas. A hesitação e a indiferença só abrem caminho à prática da exclusão.
A exclusão dos usos e abusos de que sois as principais vítimas.
Dei a cara pela mobilização para criação de um Sindicato. Penso que é uma
questão de salvaguarda de direitos fundamentais. Mas o Sindicato para
existir não é um lugar de um, mas de todos. Por isso é também importante a
vossa opinião em relação a esta matéria.
Da minha parte podem contar sempre com o meu empenho, para que o Sindicato
se torne uma realidade.
Envio-vos as minhas saudações académicas (e porque não sindicais),
Gonçalo Leite Velho
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Atenciosamente,
Hugo Machado