Abrantes
inaugura "segunda antevisão" do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte
O lançamento da edição
fac-similada do Foral de Abrantes, de 1510, e a exposição de antevisão do
Museu Ibérico de Arqueologia e Arte assinalaram segunda-feira, em Abrantes, o
Dia da Cidade.
Elevada a cidade a 14 de Junho de
1906, as comemorações deste ano foram marcadas pela temática da cultura, com
dois momentos que “visam posicionar Abrantes na rota dos grandes
destinos culturais, científicos e pedagógicos”, segundo afirmou a
presidente da autarquia.
Segundo Maria do Céu Albuquerque,
“um momento alto” foi a inauguração da exposição do Museu Ibérico
de Arqueologia e Arte (MIAA), com a presença do secretário de Estado da
Cultura, Elísio Sumavielle.
Com um investimento estimado de 13
milhões de euros, o MIAA vai acolher o espólio arqueológico da Fundação
Ernesto Estrada, uma colecção de cerca de 5 mil peças arqueológicas
referentes ao período anterior à fundação da nacionalidade e relacionados com
a Lusitânia, recolhidas pelo abrantino João Estrada (presidente da fundação)
ao longo de meio século, em vários pontos da Península Ibérica.
Além do espólio da Fundação, o
futuro Museu irá também albergar as obras doadas ao município pela pintora
Maria Lucília Moita e pelo escultor Charters de Almeida, num total de doze
colecções.
Uma delas será formada por
artefactos arqueológicos pré e proto-históricos em pedra, cerâmica, bronze e
outros materiais que representam a vida económica e social de várias culturas
e povos que viveram no território que hoje é Portugal.
O futuro museu irá incluir
colecções de numismática, arquitectura romana, medieval e moderna, arte sacra
dos séculos XVI a XVIII, relógios de várias épocas e uma exposição de
arqueologia e história local, para além de ourivesaria ibérica com artigos
recolhidos no que foi o antigo território da Lusitânia.
Com projecto do arquitecto
Carrilho da Graça, já aprovado pelo Instituto de Gestão do Património
Arquitectónico e Arqueológico, o futuro MIAA ocupará o Convento de S.
Domingos, no centro histórico da cidade, o que, segundo afirmou a presidente
da Câmara Municipal, “permitirá uma afirmação cultural muito forte no
contexto nacional e internacional, além da criação de um grande centro
cultural que complementará as várias funções do centro histórico, como as
residenciais, administrativas e comerciais”.
Não se comprometendo com apoios
financeiros “em tempos de crise”, o secretário de Estado da
Cultura afirmou que o projecto do MIAA “é um exemplo de boas práticas e
de estratégia cultural” e “uma aposta ambiciosa, num tempo em que
ousar é importante”.
|