Re: [Archport] REF: RE: FW: 1 trabalho na area de arqueologia

[Carlos Lapa <c_lapa@hotmail.com>]

Concordo totalmente. O IGESPAR devia ser bem mais proactivo a averiguar estas situações. Porque não o fazendo e somente esperando que o arqueólogo/a denuncie a situação, como se deveria fazer na teoria, sendo que na prática é muito complicado fazê-lo sem sofrer algum tipo de repercussões, nomeadamente a substituição do arqueólogo/a por outro que está na crescente fila de espera por um emprego e/ou ansioso por começar a construir currículo, ou então findo esse trabalho, nunca mais voltar a trabalhar para a empresa que levava a cabo o trabalho e correr o risco de não voltar a trabalhar para nenhuma outra, uma vez que pode ser rotulado de “problemático”.

Estando nós em panorama de crise, é compreensível que muitas situações sejam sonegadas e mesmo facilitadas pelos arqueólogos para o bom andamento da obra e para a sua própria sobrevivência.

Mas de facto esta situação tem que mudar ou nunca seremos levados a sério pelas outras profissões, sobretudo as presentes na obra, como fica bem patente quando ouvimos as recorrentes frases, “então já acharam petróleo ou ouro”, ou “tenho aqui uns ossos de galinha pra você ver, veja lá se não são de dinossauro”. Já para não falar da protecção e sobrevivência do nosso património e também da própria sobrevivência do arqueólogo enquanto profissional.

Atenção que não quero fazer das outras profissões envolvidas na obra o inimigo a abater, longe disso, mas se eles próprios constatam a falta de coerência, organização e regulamentação da nossa profissão então continuarão a fazer vista grossa às nossas valências responsabilidades e relevância na obra e nunca seremos vistos como uma componente essencial e obrigatória na mesma.

 

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From: no.arame@gmail.com
Subject: REF: RE: [Archport] FW: 1 trabalho na area de arqueologia
Date: Sat, 5 Mar 2011 20:27:34 +0000
To: c_lapa@hotmail.com; archport@ci.uc.pt

E cruzamos os braços? Ou sou só eu que acho isto escandaloso? Se o IGESPAR fizesse o que lhe compete - embargando ou coimando fortemente - o panorama seria outro. Para a defesa do património e, havendo um arqueólogo por frente, a bem do emprego em arqueologia
(único argumento ao qual muitos são sensíveis).

Enviado do meu HTC

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De: Carlos Lapa <c_lapa@hotmail.com>
Enviado: sábado, 5 de Março de 2011 15:07
Para: no.arame@gmail.com; archport <archport@ci.uc.pt>
Assunto: RE: [Archport] FW: 1 trabalho na area de arqueologia

Legal e indubitavelmente deveria. Mas isso raramente acontece, sabendo nós, muitas das vezes, que vão começar novas frentes, em simultâneo, por intermédio dos encarregados e/ou do pessoal que trabalha nas valas e não por parte do promotor e/ou executante da obra como formalmente devia ser.
 
Em muitas destas ocasiões somos praticamente "obrigados" a ser ingénuos para o "bom andamento da obra" como todos sabem
 

> Date: Sat, 5 Mar 2011 13:02:16 +0000
> From: no.arame@gmail.com
> CC: archport@ci.uc.pt
> Subject: Re: [Archport] FW: 1 trabalho na area de arqueologia
>
> Não deveria estar um arqueólogo por frente de obra? Ou sou eu que
> estou a ser ingénuo?
>
> Em 5 de março de 2011 12:47, Carlos Lapa <c_lapa@hotmail.com> escreveu:
> >
> >
>
> >
> > É preciso apurar também quantas frentes de obra vão estar activas ao mesmo
> > tempo, se vão utilizar novos vazadouros ou novos terreiros. É preciso muita
> > atenção a isto, porque amiúde os empreiteiros nos dizem que só 1 ou 2
> > frentes vão estar activas e depois constatamos que estão 5, 6 ou mais a
> > trabalhar simultaneamente. Isto vai exigir mais deslocações da tua parte o
> > que obviamente vai pesar na tua carteira.
> >
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