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[Archport] Empresas e privados de Aljezur pagam restauro de cerâmicas islâmicas

To :   archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Empresas e privados de Aljezur pagam restauro de cerâmicas islâmicas
From :   Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>
Date :   Sat, 16 Jul 2011 23:05:40 +0100

Cultura

Empresas e privados de Aljezur pagam restauro de cerâmicas islâmicas (com fotos)

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Silos da Barrada, cerâmica

Os Diogos (Faísca e Candeias), o Miguel e o Gonçalo são quatro jovens de Aljezur que já fizeram parte do Clube de Arqueologia da EBI+JI de Aljezur e agora estão a trabalhar nas escavações arqueológicas em curso até ao fim desta semana no sítio da Barrada, paredes meias com aquela escola.

TEMAS: Arqueologia

Ao todo são já mais de 40 os silos islâmicos postos a descoberto nestes dois anos, em duas campanhas de escavações arqueológicas coordenadas pela arqueóloga Silvina Silvério, da Arqueonova – Associação de Arqueologia e Defesa do Património.

Os silos, com 1000 a 1200 anos, foram feitos pelas populações que viviam neste cantinho do então Al-Gharb Al-Andaluz entre os séculos IX e XI. 

Situam-se numa plataforma de rocha calcária (mais propriamente de calcoarenito) de onde se avista, do outro lado da ribeira, o núcleo antigo e o castelo, também islâmico, de Aljezur. 

A plataforma de rocha fácil de escavar – bem diferente do xisto que compõe a maioria dos solos nesta zona – está crivada de silos de boca circular, que há mais de um milénio serviriam para guardar as provisões agrícolas (cereais e leguminosas). 

Os silos têm profundidades variáveis, entre pouco mais de um palmo e quase dois metros, como um dos que este ano foi descoberto pelos arqueólogos e seus jovens ajudantes. 

Silvina Silvério está convencida que alguns dos silos menos profundos, situados lado a lado e com uma espécie de canaleta a ligá-los, serviriam para decantar azeite.

Dos cereais que estes buracos escavados no calcário terão contido em tempos não se encontram vestígios. 

Mas os silos não estão vazios, antes pelo contrário. No seu interior, têm sido encontrados ossos e outros vestígios animais (como conchas de bivalves consumidos), peças de vidro, mas sobretudo muita cerâmica, de produção local. 

São cântaros, enfusas, panelas, decorados com desenhos, peças simples, mas muito belas, que permitem levantar um pouco o véu sobre a vida desses aljezurenses de há mil anos.

As cerâmicas estão partidas, mas de muitas delas têm sido encontrados quase todos os fragmentos. 

Por isso, Silvina Silvério, em conjunto com a Associação de Defesa do Património Histórico-Cultural de Aljezur e a Câmara local, estão empenhados em fazer o restauro das cerâmicas em melhor estado. 

A ideia é criar um Núcleo Islâmico no edifício da antiga Câmara, que mostre as peças recuperadas nos silos da Barrada. 

A Câmara e a Associação criaram uma parceria para concorrer a verbas do PRODER, para intervenção no museu municipal e no centro histórico de Aljezur. O processo, segundo revelou José Marreiros, dirigente da ADPHCA, «está bem encaminhado».

O Núcleo Islâmico do museu – que funcionará em rede com os futuros centros de interpretação do Ribat da Arrifana e da aldeia islâmica da Carrapateira – acolherá as peças restauradas com o apoio de mecenas locais (restaurantes, empresas de construção, imobiliárias ou de hotelaria, entidades bancárias, privados). 

«O restauro de cada peça custa entre 500 e 750 euros. Mas já arranjámos mecenas para grande parte das peças resultantes da campanha do ano passado e esperamos ter o mesmo sucesso com as de 2011. Isto significa que ganhámos as pessoas para esta missão», garantiu, visivelmente contente, Silvina Silvério.

«Os mecenas, que com o seu apoio estão a colaborar ativamente na constituição do novo Núcleo Islâmico do museu, terão o seu contributo reconhecido», acrescentou José Marreiros.



http://www.barlavento.pt/index.php/noticia?id=50394



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