[Archport] Precisa-se arqueólogo.

[Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>]

Sei que provavelmente vou, uma vez mais, despertar aqui a cólera.

Vou visitando esta lista, por norma já não intervenho, já fui insultado o bastante por rapaziada que até faz de contas que nem me conhece, fui enfim perdendo a paciência.

Mas tenho que vir aqui hoje prestar o meu testemunho.

Precisa-se arqueólogo... precisa-se arqueólogo... precisa-se arqueólogo...

Precisa-se arqueólogo para acompanhar obras numa ponte em Odemira, com experiência em acompanhamento de obras... Seja, sai mais barato recrutar um arqueólogo do que recrutar um encarregado de construção civil. Que raio de ponte é essa? Não deviam, no anúncio, tornar mais óbvio o que andam a fazer?

Continuo a chamar a atenção para que, a bem do bom nome da arqueologia, os trabalhos arqueológicos no contexto do actual modelo empresarial vigente deviam ser suspensos, até que a estrutura orgânica de enquadramento estivesse constituída. Sindicato, Associação, Grémio, Ordem, chamem-lhes o que quiserem, mas pensem bem na imagem que isto começa a transmitir. Aonde irá isto parar assim?

Afinal, tanto barulho e mudaram só as moscas. Privatize-se então a Arquelogia, já que privatizam a água, a saúde, por aí fora. Mas deixem de lhe chamar Arqueologia. Chamem-lhe outra coisa qualquer. Podem substituir o pedido para recrutamento por: Precisa-se de jardineiro. Ou: Precisa-se de coveiro.

Manuel

--
Manuel de Castro Nunes