Lista archport

Mensagem

Re: [Archport] 11 de Setembro e a Arqueologia (reflexão)

To :   António Correia <avantecomuna@iol.pt>, "Archport" <archport@ci.uc.pt>
Subject :   Re: [Archport] 11 de Setembro e a Arqueologia (reflexão)
From :   "Paulo Monteiro" <pmonteiro@ntasa.pt>
Date :   Sun, 11 Sep 2011 01:02:07 +0100

Eu, a mim, faz-me sempre confusão estar na Biblioteca Nacional – onde se guardam os nossos maiores tesouros bibliográficos – ou na Torre do Tombo – onde se guardam os nosso maiores tesouros documentais – e ver passar, quase que de minuto em minuto, a poucas centenas de metros de altitude, aviões a jacto, em pleno enfiamento para a pista 03 do Aeroporto da Portela... Basta cair um no sítio errado para, além de termos que lamentar a perda de vidas humanas, vir chorar a perda da memória histórica.

 

 


From: archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] On Behalf Of António Correia
Sent: 10 September 2011 16:12
To: Archport
Subject: [Archport] 11 de Setembro e a Arqueologia (reflexão)

 

Ora viva,

            Dou conta de algumas perdas materiais que embora se enquadrem no domínio científico da História de Arte e da própria História, também ocorrem na Arqueologia. Quero, deste modo, mostrar a minha preocupação relativamente à forma como certos artefactos e registos gráficos são depositados e guardados. O mais correcto é, para o caso dos registos gráficos, proceder a uma digitalização de todas as folhas dos cadernos de campo e guardar em vários locais distantes para que em caso de catástrofe a perda não seja total. Uma outra aposta é, sem sombra de dúvida, a armazenagem online. Relativamente aos artefactos criar uma base de dados é de facto uma boa aposta relativamente às tradicionais fichas descritivas.
 
                b) No interior das instalações onde funcionavam gabinetes de grandes empresas também se perderam para sempre valiosas obras de arte, porque algumas delas possuíam importantes acervos.

                Entre os tesouros artísticos que desapareceram estavam uma colecção de esculturas do conceituado artista francês Auguste Rodin (1840-1917), uma tapeçaria do espanhol Juan Miró (1893-1983) e outras obras de grandes figuras da arte americana do século XX.
                A colecção de esculturas de Rodín – considrada o maior acervo particular existente no mundo – pertencia à Cantor Fitzgerald, instalada no 105º andar de uma das torres. Perdeu uma dezena de esculturas, e outras, algumas em pedaços foram encontradas no rescaldo da tragédia.
                A Goldman Sachs e a Morgan Stanley, ambas com tradição em mecenato nos Estados Unidos, na área da cultura também perderam obras de arte.
                A empresa City group perdeu, ao todo, 1113 obras de arte, de acordo com um relatório elaborado por Suzanne Lemakis, vice-presidente e curadora de arte da companhia.
                Na colecção estavam incluídas pinturas de artistas como Carl Schrag, Louis Boucht, John Heilker, William Thon, Robert Henri, Alex katz, Bryan Hust, Wolf Kahn, Jim Dine, Jacob Lawrence e Edward Curtis.
                No relatório, a curadora escreveu que se havia uma lição a tirar desta tragédia em relação às obras de arte era mantê-las bem guardadas e criar uma base de dados com os respectivos registos que seja habitualmente actualizada para criar um recurso em caso de roubo ou incêndio.
Ainda hoje não há certezas sobre a verdadeira dimensão de obras de arte e documentos históricos que desapareceram para sempre devido aos atentados.
Entre os registos, contam-se cartas e 40 mil negativos de fotografias do ex-presidente americano John F. Kennedy.
O World Trade Center acolhia a sede de mais de 400 empresas e pelo menos 21 bibliotecas com documentos que foram destruídas. Na biblioteca Ferdinand Gallozi havia uma colecção de documentos relacionados com o comércio dos Estados Unidos desde 1840.

               b) No decurso das escavações do World Trade center, uma equipa de arqueólogos, liderada por Michael Pappalardo, que ajuda nas escavações no Ground Zero de Manhattan encontrou novos restos de um navio do século XVIII que já tinha sido descoberto em Julho do ano passado nessa área e que representou uma significativa descoberta arqueológica em Nova York desde 1982.
Como se poderá ver nas seguintes ligações:

http://connarchaeology.org/NCC_Arch_Club_Newsletter_-_Mar_Apr__11.pdf
http://cityroom.blogs.nytimes.com/2011/08/05/the-world-trade-center-ship-from-stern-to-stem/
 

Saúde e fraternidade,
António Correia
Siga-me no facebook:

http://pt-pt.facebook.com/people/Antonio-Correia/100001002237842

 

*** ******* This message contains information which may be confidential and privileged. Unless you are the addressee (or authorized to receive for the addressee), you may not use, copy or disclose to anyone the message or any information contained in the message. If you have received the message in error, please advise the sender by reply e-mail and delete the message.


Mensagem anterior por data: [Archport] Call for Papers - Ciência nos Trópicos Próxima mensagem por data: Re: [Archport] Mega projectos culturais em tempo de crise...
Mensagem anterior por assunto: [Archport] 11 de Setembro e a Arqueologia (reflexão) Próxima mensagem por assunto: [Archport] 12.ª Mesa-Redonda de Primavera, na FLUP