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Re: [Archport] A arqueologia forense sugere que em torno de 15% dos indivíduos nas sociedades "pré-estatais" morriam de maneira violenta

To :   António Correia <avantecomuna@iol.pt>
Subject :   Re: [Archport] A arqueologia forense sugere que em torno de 15% dos indivíduos nas sociedades "pré-estatais" morriam de maneira violenta
From :   Claudia Santos <claudia.l.g.santos@gmail.com>
Date :   Thu, 20 Oct 2011 21:52:28 +0100

Caro António,

não vejo o que tem este artigo de "arqueologia forense". Uma vez que me especializei nesta área, acredito cada vez mais que muito pouca gente, mesmo aqueles que praticam arqueologia, saibam de que realmente se trata.

Aqui vai uma definição: "Forensic archaeology is the application of archaeological theory within modern criminal investigation, typically in the search and recovery of buried human remains. This can apply in both individual and mass graves."

A palavra forense designa tudo o que se refere ao foro judicial, o que significa que se um arqueólogo forense estiver a estudar uma vala comum da época medieval não se trata de arqueologia forense.

Penso que esta é a primeira vez que envio um email para o archport, mas a verdade é que a arqueologia forense ainda é um terreno muito desconhecido em Portugal. Infelizmente não somos usados na investigação criminal, o que deveria de acontecer. As provas que conseguimos obter através de uma escavação arqueológica está muito além de um simples "desenterrar de um corpo".

Cumprimentos,

Cláudia S.

2011/10/20 António Correia <avantecomuna@iol.pt>
Ora viva,
 

A arqueologia forense suger que em torno de 15% dos indivíduos nas sociedades "pré-estatais" morriam de maneira violenta
Novo livro do psicólogo de Harvard defende que apesar de sentirmo-nos rodeados por violência, ela diminuiu ao longo da história
A história da humanidade representa uma evolução na qual as pessoas são cada vez mais inteligentes, e em consequência disso, menos violentas, diz artigo publicado nesta quarta-feira (19) no último número da revista Nature.

O psicólogo canadiano Steven Pinker argumenta que o aumento da inteligência, que se reflecte em pontuações médias cada vez mais altas nos teste de raciocínio abstrato, e também o desenvolvimento da empatia entre os seres humanos, propiciaram um declive da barbárie nos últimos séculos.

Além disso, a alfabetização e o cosmopolitismo favoreceram uma troca de ideias em nível global que "possibilita a compreensão do mundo e facilita os acordos" entre distintas sociedades.

"Apesar de atualmente sentirmos-nos constantemente rodeados pela violência, em séculos anteriores a situação era muito pior. Impérios em colapso, conquistadores maníacos e invasões tribais" eram comuns, afirma Pinker.
A arqueologia forense e a demografia sugerem que em torno de 15% dos indivíduos nas sociedades "pré-estatais" morriam de maneira violenta, uma proporção cinco vezes maior à registrada no século XX, apesar de suas guerras, genocídios e crises de fome.

Nesse sentido, Pinker aponta que a afirmação popular de que "o século XX é o mais sangrento da história" é uma mera "ilusão" que dificilmente pode ser apoiada em dados históricos.

A barbárie diminuiu comparada a épocas anteriores não só em relação a conflitos armados, mas também a comportamentos sociais, diz o investigador..

No século XIV, 40 em cada 100 mil pessoas morriam assassinadas, enquanto atualmente essa taxa se reduziu a 1,3 pessoas.

"Além disso, nos últimos séculos, a humanidade abandonou progressivamente práticas como os sacrifícios humanos, a perseguição de hereges e métodos cruéis de execução como a fogueira, a crucificação e a empalação", lembra o psicólogo.

Pinker atribui essa evolução ao aperfeiçoamento da racionalidade e não a um "sentido moral" dos seres humanos, que por si só serviu para "legitimar todo tipo de castigos sangrentos".

"A propagação de normas morais tornou frequentes as represálias violentas por faltas como a blasfêmia, a heresia, a indecência e as ofensas contra os símbolos sagrados", afirma.

O estudo ressalta que com o tempo o ser humano foi diversificando sua tendência ao comportamento agressivo, presente desde os primeiros Homo sapiens.
"A racionalidade humana precisou de milhares de anos para concluir que não é bom escravizar outras pessoas, exterminar povos nativos, encarcerar homossexuais e iniciar guerras para restaurar a vaidade ferida de um rei", diz o psicólogo.

O autor do estudo apoia sua tese sobre o aumento da inteligência em pesquisas anteriores, que mostram como o Quociente Intelectual (QI) médio aumenta a cada geração.

"As empresas que vendem testes de inteligência têm que normalizar os seus resultados periodicamente. Um adolescente médio de hoje em dia se voltasse a 1910 marcaria um QI de 130, enquanto uma pessoa típica do século XX não passaria da pontuação 70 atualmente", explica Pinker

http://www.scientificamerican.com/podcast/episode.cfm?id=steven-pinker-violence-is-lower-tha-11-10-18
http://www.csmonitor.com/Books/Book-Reviews/2011/1020/The-Better-Angels-of-Our-Nature-Why-Violence-Has-Declined
 
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Saúde e fraternidade,
António Correia
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Cláudia Santos


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