Ora viva,
A arqueologia forense suger que em torno de 15% dos indivíduos nas sociedades "pré-estatais" morriam de maneira violenta Novo livro do psicólogo de Harvard defende que apesar de sentirmo-nos rodeados por violência, ela diminuiu ao longo da história A história da humanidade representa uma evolução na qual as pessoas são cada vez mais inteligentes, e em consequência disso, menos violentas, diz artigo publicado nesta quarta-feira (19) no último número da revista Nature. O psicólogo canadiano Steven Pinker argumenta que o aumento da inteligência, que se reflecte em pontuações médias cada vez mais altas nos teste de raciocínio abstrato, e também o desenvolvimento da empatia entre os seres humanos, propiciaram um declive da barbárie nos últimos séculos. Além disso, a alfabetização e o cosmopolitismo favoreceram uma troca de ideias em nível global que "possibilita a compreensão do mundo e facilita os acordos" entre distintas sociedades. "Apesar de atualmente sentirmos-nos constantemente rodeados pela violência, em séculos anteriores a situação era muito pior. Impérios em colapso, conquistadores maníacos e invasões tribais" eram comuns, afirma Pinker. A arqueologia forense e a demografia sugerem que em torno de 15% dos indivíduos nas sociedades "pré-estatais" morriam de maneira violenta, uma proporção cinco vezes maior à registrada no século XX, apesar de suas guerras, genocídios e crises de fome. Nesse sentido, Pinker aponta que a afirmação popular de que "o século XX é o mais sangrento da história" é uma mera "ilusão" que dificilmente pode ser apoiada em dados históricos. A barbárie diminuiu comparada a épocas anteriores não só em relação a conflitos armados, mas também a comportamentos sociais, diz o investigador.. No século XIV, 40 em cada 100 mil pessoas morriam assassinadas, enquanto atualmente essa taxa se reduziu a 1,3 pessoas. "Além disso, nos últimos séculos, a humanidade abandonou progressivamente práticas como os sacrifícios humanos, a perseguição de hereges e métodos cruéis de execução como a fogueira, a crucificação e a empalação", lembra o psicólogo. Pinker atribui essa evolução ao aperfeiçoamento da racionalidade e não a um "sentido moral" dos seres humanos, que por si só serviu para "legitimar todo tipo de castigos sangrentos". "A propagação de normas morais tornou frequentes as represálias violentas por faltas como a blasfêmia, a heresia, a indecência e as ofensas contra os símbolos sagrados", afirma. O estudo ressalta que com o tempo o ser humano foi diversificando sua tendência ao comportamento agressivo, presente desde os primeiros Homo sapiens. "A racionalidade humana precisou de milhares de anos para concluir que não é bom escravizar outras pessoas, exterminar povos nativos, encarcerar homossexuais e iniciar guerras para restaurar a vaidade ferida de um rei", diz o psicólogo. O autor do estudo apoia sua tese sobre o aumento da inteligência em pesquisas anteriores, que mostram como o Quociente Intelectual (QI) médio aumenta a cada geração. "As empresas que vendem testes de inteligência têm que normalizar os seus resultados periodicamente. Um adolescente médio de hoje em dia se voltasse a 1910 marcaria um QI de 130, enquanto uma pessoa típica do século XX não passaria da pontuação 70 atualmente", explica Pinker. http://www.scientificamerican.com/podcast/episode.cfm?id=steven-pinker-violence-is-lower-tha-11-10-18 http://www.csmonitor.com/Books/Book-Reviews/2011/1020/The-Better-Angels-of-Our-Nature-Why-Violence-Has-Declined --
Saúde e fraternidade, António Correia facebook: http://pt-pt.facebook.com/people/Antonio-Correia/100001002237842 |
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