Re: [Archport] IGESPAR: Portal do Arqueólogo
O avanço para o o acesso digital é de facto um passo que se aguardava há já algum tempo. E apenas se deseja sucesso e eficiência, pois é/será um instrumento fenomenal.
No entanto a virtualidade desta nova condição é também um grande calcanhar de Aquiles, que se experimenta e discute noutros foruns. A questão arquivística e o grau de preservação de relatórios digitais.
Pessoalmente continuo defensor que uma master-copy em papel com imagens de qualidade deve ser sempre obrigatória e depositada para depósito legal. As duas décadas em que tenho estado envolvido em investigações arqueo-arquivisticas têm demonstrado que apesar de carcomido e amarelecido, o suporte de papel permitiu salvaguardar informação por muitos anos.
Ora quantos de nós não tiveram meltdowns do computador, e outros aparelhos digitais - e a recuperação, mesmo quando há backups nem sempre é a melhor?
Rui
2012/5/7
<antoniovalera@era-arqueologia.pt>
Há muito que advogava uma solução do género.
É aberrante que tanta coisa possa ser tratada online (finanças, segurança
social, procedimentos bancários, projectos FCT, projectos Gulbenkian, etc,
etc. etc.) e a relação borucrática com o Igespar ainda se mantenha ao nível
do papel e do correio tradicional.
Mas seria bom que alguas coisas se acautelassem
e outras não ficassem por meias medidas. Dois aspectos a considerar:
- relativamente a relatórios:
a) espero que quando se referem a relatórios
entregues pensem em relatórios entregues aprovados;
b) como vão ser tidas em linha de conta
as questões dos direitos de autoria? É o relatório considerado publicação
e a sua informação de livre utilização (com natural citação)?
c) a entrega de relatórios vai simultaneamente
continuar a ser feita em papel ou finalmente vamos também começar a economizar
(papel, tinta e espaço) também aí?
- relativamente à base de dados
a) porque não autorizar que os arqueólogos
registados possam preencher a própria base de dados de sítios, ficando
a informação introduzida sujeita a valização por técnicos do Igespar. Em
vez de estarmos sempre a enviar a Ficha de Sítio em papel ou formato digitalizado
e estar um técnico do Igespar a introduzir toda essa informação. Seria
uma tarefa distribuída por todos e caberia ao Igespar validar, ou alterar
o que estivesse mal antes dessa validação. Creio que a introdução de dados
não é uma tarefa de grande complexidade e que está ao alcance de qualquer
um. Seria uma forma de responsabilização e simultaneamente de demonstração
de confiança.
O que espero mesmo é que não se venha
a ter duplicação de tarefas e documentação, em papel e on line. É que os
relatórios científicos e financeiros para a FCT ou Gulbenkian, por exemplo,
são só online e dispensam o papel.