[Archport] Aluno Preocupado, a visão de outro aluno
Boa noite a todas e a todos,
escrevo-vos na qualidade de aluno finalista da licenciatura
de arqueologia na FCSH-UNL, pelo facto de ser trabalhador-estudante e de assistir
a poucas aulas, não tive presente na aula que desencadeou o e-mail e só tive
acesso a essa informação após publicação no Archport.
Confesso que é com muita tristeza que assisto ao "espectáculo" promovido
por alguém "preocupado", na nossa faculdade, que encontrou neste canal
de divulgação e discussão o seu minuto de fama.
Na generalidade e na minha opinião o e-mail é escrito de má fé sem qualquer
sentimento de "preocupação", insinuar que não existe disponibilidade
para falar de problemas ou de expor os mesmos na nossa faculdade é uma pura
mentira, blasfémia autêntica. Nestes três anos perdi a conta ás vezes a que, por email, por sms, por
esperas em finais de aulas, consegui reunir com todos os professores do corpo
docente da faculdade, com a directora do curso e inclusive com o director
pedagógico da faculdade o Prof. Francisco Caramelo.
Sobre a questão da exoneração e nomeação de novos professores para a
licenciatura e mestrado em arqueologia e as questões consequentes parecem-me
legitimas. Contudo faço aqui algumas perguntas, as faculdades que tem cursos de
arqueologia não estão ou estiveram recentemente em profundas alterações de
corpo docente e de conteúdos/ estrutura?
Não é normal que se aproveite o
"sangue fresco" que tem entrado na nossa faculdade para reformular
conteúdos e chama-los a novas responsabilidades?
Não é legitimo que a Nova se
transforme internamente de modo a se preparar para uma década que ficará marcada por
abandono generalizado do superior, elitização do mesmo e fecho de centenas de
cursos por todo o País?.
Se existe curso de arqueologia na FCSH-UNL sem dúvida que se deve à persistência
e determinação dos Professores Rosa e Mário Varela Gomes, se existe algum
estudo maduro em arqueologia moderna no País sem duvida que se deve aos mesmos. No entanto,
os professores a ser propostos para ocupar estes novos cargos, para além de
provas dadas inequívocas, apresentam dois docentes que também dispensam
apresentações, a Professora Catarina Tente e o Professor Jorge Custódio.
A nossa faculdade nos últimos anos renovou-se de corpo docente e ocupou-se do
ensino privilegiado de períodos históricos até há data pouco aprofundados no
nosso país. Investiu em novos docentes, que introduziram novas áreas de
investigação e escolas cronológicas na Faculdade, o Professor Adriann de Man deu
novas visões sobre os últimos séculos da Romanização, a Professora Catarina
Tente começa a criar uma incubadora de novos investigadores em Alta-Idade-Média
no País - esperai para ver - assim como o Professor André Teixeira, com novas
perspectivas sobre a Época Moderna, a Arqueologia Militar, quem tiver algumas
reticencias veja por exemplo o que ajudou a construir no CHAM.
Reitero a pergunta feita pelo colega Alexandre Monteiro neste fórum, confere em
verdade o que aqui foi escrito pelo Prof. João Paulo Oliveira e Costa e pela
Professora Catarina Tente, incansável que tem sido a Professora em ajudar-nos
(alunos finalistas) pessoalmente, via sms, email, chat do gmail, chat do
facebook. Não posso deixar de manifestar alguma perplexidade no entanto, pelo
ultimo e-mail enviado para o Archport, que levanta algumas interrogações sobre
a autonomia da Arqueologia face à História, baseando a sua analise nas áreas de
formação dos vários elementos do júri, que estão, na sua opinião mais
vinculados à História em detrimento da Arqueologia. Porém, deve sublinhar-se o
seu falso moralismo quando este docente, fez carreira nesta faculdade a
leccionar arqueologia, e só recentemente se doutorou nesta área, (inclusive a
sua sala de trabalho está identificada com «Arq.»
[abreviatura de Arquitecto]
Mário Varela Gomes)
Em jeito de considerações finais, o autor do e-mail não integra o espírito de
solidariedade e camaradagem entre alunos, professores, investigadores e
funcionários do Departamento de História da FCSH-UNL, talvez seja de facto
melhor transferir-se para outra Faculdade.
Penso que a caixa de e-mail que utiliza para enviar o email é da turma do
primeiro ano. Caso, assim seja, é impressionante a capacidade de análise de
qualidades e defeitos muitos dos docentes da nossa faculdade, sem tão pouco ter
assistido a aulas com a maioria deles. É, de facto uma promessa e uma mais-valia.
Mais valia, isso sim, ter exposto esses problemas no 6º andar da Torre e não se
deixar influenciar e instrumentalizar como marioneta de alguém.
Por último, quero felicitar os novos directores e professores auxiliares da
Licenciatura e do Mestrado de Arqueologia da nossa faculdade. É praticamente unânime entre os
alunos que esta foi a melhor opção do departamento, têm a esmagadora maioria
dos alunos a felicitá-los e solidários convosco.
Romão Ramos
Assistente de Arqueólogo
Aluno finalista da Licenciatura de Arqueologia, nº 16108