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[Archport] Aluno Preocupado, a visão de outro aluno

To :   Archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Aluno Preocupado, a visão de outro aluno
From :   Romão Ramos <maximino.romao.ramos@gmail.com>
Date :   Wed, 16 May 2012 00:06:56 +0100

Boa noite a todas e a todos,

escrevo-vos na qualidade de aluno finalista da licenciatura de arqueologia na FCSH-UNL, pelo facto de ser trabalhador-estudante e de assistir a poucas aulas, não tive presente na aula que desencadeou o e-mail e só tive acesso a essa informação após publicação no Archport.

Confesso que é com muita tristeza que assisto ao "espectáculo" promovido por alguém "preocupado", na nossa faculdade, que encontrou neste canal de divulgação e discussão o seu minuto de fama.

Na generalidade e na minha opinião o e-mail é escrito de má fé sem qualquer sentimento de "preocupação", insinuar que não existe disponibilidade para falar de problemas ou de expor os mesmos na nossa faculdade é uma pura mentira, blasfémia autêntica. Nestes três anos perdi a conta ás vezes a que, por email, por sms, por esperas em finais de aulas, consegui reunir com todos os professores do corpo docente da faculdade, com a directora do curso e inclusive com o director pedagógico da faculdade o Prof. Francisco Caramelo.

Sobre a questão da exoneração e nomeação de novos professores para a licenciatura e mestrado em arqueologia e as questões consequentes parecem-me legitimas. Contudo faço aqui algumas perguntas, as faculdades que tem cursos de arqueologia não estão ou estiveram recentemente em profundas alterações de corpo docente e de conteúdos/ estrutura?
Não é normal que se aproveite o "sangue fresco" que tem entrado na nossa faculdade para reformular conteúdos e chama-los a novas responsabilidades?
Não é legitimo que a Nova se transforme internamente de modo a  se preparar para uma década que ficará marcada por abandono generalizado do superior, elitização do mesmo e fecho de centenas de cursos por todo o País?.

Se existe curso de arqueologia na FCSH-UNL sem dúvida que se deve à persistência e determinação dos Professores Rosa e Mário Varela Gomes, se existe algum estudo maduro em arqueologia moderna no País sem duvida que se deve aos mesmos. No entanto, os professores a ser propostos para ocupar estes novos cargos, para além de provas dadas inequívocas, apresentam dois docentes que também dispensam apresentações, a Professora Catarina Tente e o Professor Jorge Custódio.

A nossa faculdade nos últimos anos renovou-se de corpo docente e ocupou-se do ensino privilegiado de períodos históricos até há data pouco aprofundados no nosso país. Investiu em novos docentes, que introduziram novas áreas de investigação e escolas cronológicas na Faculdade, o Professor Adriann de Man deu novas visões sobre os últimos séculos da Romanização, a Professora Catarina Tente começa a criar uma incubadora de novos investigadores em Alta-Idade-Média no País - esperai para ver - assim como o Professor André Teixeira, com novas perspectivas sobre a Época Moderna, a Arqueologia Militar, quem tiver algumas reticencias veja por exemplo o que ajudou a construir no CHAM.

Reitero a pergunta feita pelo colega Alexandre Monteiro neste fórum, confere em verdade o que aqui foi escrito pelo Prof. João Paulo Oliveira e Costa e pela Professora Catarina Tente, incansável que tem sido a Professora em ajudar-nos (alunos finalistas) pessoalmente, via sms, email, chat do gmail, chat do facebook. Não posso deixar de manifestar alguma perplexidade no entanto, pelo ultimo e-mail enviado para o Archport, que levanta algumas interrogações sobre a autonomia da Arqueologia face à História, baseando a sua analise nas áreas de formação dos vários elementos do júri, que estão, na sua opinião mais vinculados à História em detrimento da Arqueologia. Porém, deve sublinhar-se o seu falso moralismo quando este docente, fez carreira nesta faculdade a leccionar arqueologia, e só recentemente se doutorou nesta área, (inclusive a sua sala de trabalho está identificada com «Arq.» [abreviatura de Arquitecto] Mário Varela Gomes)

Em jeito de considerações finais, o autor do e-mail não integra o espírito de solidariedade e camaradagem entre alunos, professores, investigadores  e funcionários do Departamento de História da FCSH-UNL, talvez seja de facto melhor transferir-se para outra Faculdade.
Penso que a caixa de e-mail que utiliza para enviar o email é da turma do primeiro ano. Caso, assim seja, é impressionante a capacidade de análise de qualidades e defeitos muitos dos docentes da nossa faculdade, sem tão pouco ter assistido a aulas com a maioria deles. É, de facto uma promessa e uma mais-valia. Mais valia, isso sim, ter exposto esses problemas no 6º andar da Torre e não se deixar influenciar e instrumentalizar como marioneta de alguém.

Por último, quero felicitar os novos directores e professores auxiliares da Licenciatura e do Mestrado de Arqueologia da nossa faculdade. É praticamente unânime entre os alunos que esta foi a melhor opção do departamento, têm a esmagadora maioria dos alunos a felicitá-los e solidários convosco.

Romão Ramos
Assistente de Arqueólogo
Aluno finalista da Licenciatura de Arqueologia, nº 16108

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