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[Archport] Conferência sobre pesquisa e ensino de história nas universidades: passado e presente

To :   Archport <archport@ci.uc.pt>, Histport <histport@ml.ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Conferência sobre pesquisa e ensino de história nas universidades: passado e presente
From :   Bruno Lopes <bruno-lopes85@hotmail.com>
Date :   Thu, 24 May 2012 20:09:37 +0100

O Departamento de Historia, da Universidade Pedagogica de Moçambique, vai realizar uma Conferência sobre Pesquisa e Ensino de Historia nas Universidades: Passado e Presente, nos dias 6 e 7 de Novembro de 2012, no Campus de Lhanguene, em Maputo, em parceria com o Arquivo Historico de Moçambique e do Centro de Analise de Politicas da Universidade Eduardo Mondlane

Durante muito tempo, mitos e preconceitos de toda espécie esconderam a real história de alguns povos. Estas sociedades foram identificadas, por um número significante de especialistas dos países colonizadores, ligados a certos postulados, como ahistóricas e sem a possibilidade de merecerem um estudo científico, por falta de fontes e documentos escritos.

Com as independências destes povos, em particular desde o fim da Segunda Guerra Mundial, estudiosos desses países esforçam-se, em número crescente, em abordar o estudo da sua história com mais rigor, objectividade e abertura de espírito, empregando fontes originais. No exercício do seu direito à iniciativa histórica, os estudiosos sentem profundamente a necessidade de pensar, discutir abertamente, avançar pontos de vista fundamentados na vida prática e na análise mais académica, de questionar o passado pensando no presente e, acreditando em diferentes futuros possíveis, procurando caminhos e removendo obstáculos. Contudo, como Jacques Depelchin (2004) mostra vezes sem conta no seu livro Silences in African History, não é suficiente falar das fontes e metodologia; não é suficiente continuar a lamentar das fontes dos arquivos ou ridicularizar a forma como estas fontes descrevem exageradamente as acções dos vencedores.

Nesse processo de produção historiográfica, as instituições universitárias constituem-se em locais privilegiados para o desenho e concretização da pesquisa e para a condução dos altos patamares do ensino. É também nas universidades onde ocorre a renovação epistêmica e conceptual, metodológica e paradigmática, associadas fundamentalmente à praticidade da investigação, cujos resultados são apropriados pela prática docente. Desse privilégio poderia questionar-se, continuando ainda em Jacques Depelchin, até que ponto os historiadores africanos fazem a análise das teorias dominantes – políticas, sociais, económicas, culturais e ideológicas – sobre a África e se os mesmos assumem que eles vêm de um meio cultural dominante cuja própria existência esteve contra a produção de uma história emancipatória, capaz de falar dos assuntos complexos de sobrevivência individual e colectiva que deram forma a existência ao mundo colonial/pós-colonial.

É deste contexto que urge criar-se um espaço científico que poderá transcender e subverter o que Jacques Depelchin chama de silêncios paradigmáticos: silêncios que são difíceis de detectar porque estão moldados de tal forma que escapam as questões teóricas cruciais; paradigmas que condicionam os modos de pensar, bem como o efeito das influências políticas sobre os estudiosos. Neste repensar da história surgem questões tais como:

Que tipo de produção universitária de carácter histórico é desenvolvida nas instituições de ensino superior?

Como a universidade tem desenvolvido uma história iconoclástica, numa era da chamada globalização onde pessoas de diversas e diferentes culturas reclamam e exigem que eles detenham a sua própria história?

Como se relacionam história, memória, pertença e identidade na produção universitária?

Que história é ensinada nas universidades e como são socializados os resultados da pesquisa desenvolvida no interior das instituições universitárias?

Estas questões giram em torno de assuntos de ética na história académica/profissional, moralidade da produção do conhecimento e a democratização e pertença do conhecimento. É no quadro das inquietações que a Universidade Pedagógica, envolvida no ensino e pesquisa de História, vai realizar em Maputo, nos dias 06 e 07 de Novembro de 2012, uma Conferência subordinada ao tema: “Ensino e Pesquisa de História nas Universidades: Passado e Presente”.

1. Objectivos

Os objectivos da Conferência são:

  • Partilhar experiências desenvolvidas no processo da produção e difusão do conhecimento em História, desvendando como esse domínio é corporizado nas práticas investigativas e lectivas em ambientes universitários.
  • Analisar até que ponto a pesquisa e o ensino se relacionam, a ponto de revisitarem e reproblematizarem teorias, práticas e conceitos ou questionarem paradigmas existentes em História.

2. Temas

Os temas seleccionadas para a Conferência são:

  • História e Metodologia
  • História e Ensino
  • Historia e Gestão do Património Cultural
  • História e outras ciências/Ciências Sociais
  • História e Mass media.

3. Resultados esperados

Com o seminário esperam-se os seguintes resultados:

  • Novas perspectivas de debate e produção historiográficos
  • Mecanismos de socialização da pesquisa universitária em História
  • Inovações metodológicas na investigação e ensino em História

4. Comissão Organizadora

  • Alda Saúte Saíde
  • Filipe Pitrosse
  • Maria Amida Maman
  • Martinho Pedro

5. Comissão Científica

  • Alda Saúte Saíde (Universidade Pedagógica – Moçambique)
  • Cândido Teixeira (Universidade Pedagógica – Moçambique)
  • Dalila Cabrita (Universidade Nova de Lisboa/Instituto de História Contemporânea)
  • Gerard Liesegang (Universidade Eduardo Mondlane)
  • Lázaro Impuia (Universidade Pedagógica – Moçambique)
  • Maria Amida Maman (Universidade Pedagógica – Moçambique)
  • Olga Iglésias (Universidade Nova de Lisboa – Portugal)

6. Comissão Executiva

Secretariado

  • Américo A. Muinatele
  • Ângelo Bunguele
  • Ernesto Navohola
  • José Sumburane

Logística

  • Dominguinhos Fernandes
  • Hermenegildo Lange
  • Maria da Conceição

7. Submissão dos resumos da Comunicações (Abstracts)

Os resumos dos trabalhos deverão ser enviados por e-mail à Comissão Organizadora até 30 de Julho de 2012, através do endereço conferenciahistoria@gmail.comOs resumos, com um máximo de 200 palavras e contemplando as palavras-chave (5 a 6), escritos a espaço simples, times new roman 12, devem ter, necessariamente, os objectivos, metodologia, resultados e conclusões fundamentais. Ao mesmo tempo, todos os resumos devem ser acompanhados pelo(a):

Tema da conferência em que se enquadra a comunicação

  • Título do documento em bold
  • Nome(s) do(s) autor(es)
  • Formação académica do(s) autor(es)
  • Título académico do(s) autor(es)
  • Instituição em que está afecto.

8. Inscrição

A inscrição para a Conferência será automaticamente feita para os que tiverem os seus temas/resumos aprovados pela Comissão Científica do evento, mas carecendo de uma confirmação, mediante o preenchimento de uma ficha até 15 de Setembro de 2012, a qual pode ser solicitada à Comissão Organizadora, através do endereço conferenciahistoria@gmail.com . Esta ficha será também preenchida por todos os que, não tendo uma comunicação, queiram participar no evento.

9. Comunicações

As comunicações podem ser redigidas em língua portuguesa, inglesa ou francesa e enviadas por e-mail para a Comissão Organizadora até dia 15 de Outubro de 2012, através do endereço conferenciahistoria@gmail.com O texto deve ser apresentado em Times New Roman, no tamanho 12, com o espaço entre as linhas de 1,5, e com as seguintes margens: superior e esquerda, 3cm; inferior e direita: 2cm.

10. Local de realização

A conferência será realizada nas instalações da Universidade Pedagógica, Campus de Lhanguene.

Maputo, Maio de 2012

A Comissão Organizadora


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