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[Archport] O mito do herói fundador em análise

To :   "Arqueohisp" <arqueohispania@yahoogroups.com>, "porras" <pporras@der.ucm.es>, "archport" <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] O mito do herói fundador em análise
From :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Date :   Sun, 17 Jun 2012 18:47:20 +0100

O mito do herói fundador em análise

 

            Teutates – El Héroe Fundador y El Culto Heroico al Antepasado en Hispania y en la Kektiké é o título do nº 36 da série Bibliotheca Archaeologica Hispana editada pela Real Academia de la Historia (Madrid, 2011, ISBN: 978-84-15069-33-1).

            Os seus autores, Martín Alamgro-Gorbeza e Alberto J. Lorrio Alvarado, compendiam aqui dez anos de uma intensa investigação que teve como pontos de partida o estudo acurado do templo poliádico do oppidum de Termes (a que, no livro, são dedicadas as p. 123-206) e a análise interpretativa do bronze ibérico da porta de Segura, que representa um rex ibérico a sacrificar um carneiro (p. 17-77). Este último estudo levou à observação minuciosa dos altares domésticos e dos chamados «morillos rituales», começando por um, de excepcional importância, o de Reillo (Cuenca), já conhecido, a que juntou a descoberta de um segundo e ambos determinaram a necessidade de, para uma visão de conjunto, se fazer a sistematização de todos os exemplares da Península Ibérica, «dada su evidente relación con los testimonios existentes sobre las creencias prerromanas referentes al culto al antepasado a través del fuego del hogar domestico, para las que constituyen uno de los documentos arqueológicos de mayor interés» (p. 79).

Daqui se parte, pois, para a análise dos testemunhos acerca do culto ao antepassado no mundo celta, e se conclui que Teutates, uma das divindades mais discutidas do panteão celta, tida como «pai do povo» (p. 299), seria, por conseguinte, «el Dios Supremo de todos los Celtas y uno de los más antiguos, por proceder del panteón indoeuropeo». Assim fica confirmada também a unidade da religião céltica: «Sob a aparente diversidade que ostenta – como se verifica no campo da cultura material e, em certo sentido também, no âmbito linguístico – subjaz a unidade ideológica etnocultural de toda a Keltiké, caracterizada por um sistema cultural próprio que integrava a língua e, de modo especial, a sua religião e ideologia, constituintes essenciais da sua identidade» (p. 300).

Ao todo, 406 páginas densas, ilustradas, com vários apêndices esclarecedores, exaustiva bibliografia, índices pormenorizados (de fontes literárias, onomástico e mítico, toponímico e analítico). A Arqueologia cotejada a par e passo com os textos e as sugestões da mitologia comparada. Síntese ponto de chegada que é, sem dúvida, bom ponto de partida para novas e clarividentes reflexões.

                                                            José d’Encarnação

 


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