[Archport] Proença-a-Nova: Inventário arqueológico pronto em 2013
Dentro de cerca de um ano deverá estar concluído o inventário arqueológico
do concelho de Proença-a-Nova, que está ser feito por uma equipa da
Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT), com o apoio do Município.
Além do levantamento de pontos de interesse, o objetivo é investir em
escavações que ajudem a desvendar o património existente. Depois do primeiro
teste em curso até final da semana, está projetada a continuidade de campos
arqueológicos nos próximos anos.
Na conferência "Aspetos arqueológicos do concelho de Proença-a-Nova", que se
realizou sábado no Centro Ciência Viva da Floresta, João Carlos Caninas, da
AEAT, sublinhou que o objetivo é "recuperar o património para as pessoas,
mais do que para os turistas". Envolver a comunidade local é uma preocupação
da equipa, até porque, como destacou o vereador João Manso, "este trabalho
vai desenterrando parte da nossa história, às vezes no meio do entulho".As
três intervenções da conferência abordaram igual número de temáticas com
interesse no concelho. João Carlos Caninas focou o megalitismo, explicando
estarem identificadas mais de uma centena de mamoas e antas, embora seja
necessário escavar para as podermos conhecer.
O campo arqueológico em curso, na zona das Moitas, está a explorar antas
integradas no percurso pedestre PR1.
As pinturas rupestres existentes na Serra das Talhadas foram o tema da
intervenção de Francisco Henriques, que mostrou fotografias dos painéis
encontrados em abrigos existentes perto do Chão do Galego e nas Portas do
Almourão. Sem apresentar a localização precisa das imagens, para minimizar o
risco de vandalismo, Francisco Henriques explicou que "o número de figuras é
reduzido e a temática pobre", à exceção de um alegado ursídeo que ainda
carece de estudos complementares.
Mais conhecido é o património explicado na terceira intervenção, alusiva à
linha defensiva das Talhadas-Moradal. São três os núcleos desta linha
existentes no concelho. Na Catraia localiza-se o único forte escavado até
agora - o Forte das Batarias -, complementado por uma bateria e uma
trincheira em fosso na Cerejeira. Mais recuadas, as estruturas encontradas
na Fróia e no Vale d'Urso serviriam de apoio à eventual retirada dos
exércitos para Abrantes.
Fonte: Diário Digital de Castelo Branco