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Re: [Archport] Luís Raposo, director do Museu Nacional de Arqueologia

Subject :   Re: [Archport] Luís Raposo, director do Museu Nacional de Arqueologia
From :   alicia.canto@uam.es
Date :   Fri, 27 Jul 2012 20:04:14 +0200

Me permito subscribir plenamente el contenido de ambos mensajes, escritos con tanta delicadeza como objetividad.
Un saludo,
Alicia M. Canto



Jacinta Bugalhão <jacintabugalhao@gmail.com> escribió:

Como referem José d'Encarnação e o próprio Luís Raposo, a recondução (ainda
que apenas em regime de substituição e até à conclusão do concurso para
selecção do novo director), não era previsível. São públicas as
divergências e até conflitos entre o Luís Raposo e Elísio Summavielle,
antes Secretário de Estado da Cultura, agora Director-Geral do Património
Cultural.

A este propósito, gostaria de divulgar junto da comunidade arqueológica um
breve comentário. Luís Raposo foi um distinto e destacado Director do Museu
Nacional de Arqueologia. Honrou a instituição e os seus antecessores.
Defendeu sempre (e, estou certa, o melhor que pode e soube) o Museu. Falou
e foi ouvido. Não hesitou em colocar-se pessoalmente em risco, no que se
refere à sua continuidade no cargo, para publicamente intervir em prol dos
bons interesses do Museu.

O Director do Museu Nacional de Arqueologia não é um mero dirigente da
administração pública, porque o Museu não é um serviço qualquer. Para além
ser um museu, é um museu nacional. Representa o "santuário", o refúgio
último da Arqueologia e dos arqueólogos portugueses. Tem o peso da sua
existência centenária, mas não tem apenas um significado histórico. Tem uma
função absolutamente actual de representar a Arqueologia nacional e de lhe
dar voz. Todos esperamos (eu espero) que quando tiverem sidos extintos,
fundidos, reestruturados, reorganizados, reformados, reconvertidos, etc,
todos os serviços e estruturas públicas que ousaram pretender representar o
interesse público na gestão arqueológica, restará o Museu Nacional de
Arqueologia... e o seu Director. Ao Director do Museu Nacional de Arqueologia
não está atribuída formalmente esta missão, que contudo lhe é inerente; tem
o dever de se constituir como reserva técnica e "moral" do que à
Arqueologia nacional diz respeito e, na minha modesta opinião, o Luís
Raposo interpretou, com um especial brilho, este mandato informal. O seu
afastamento não terá tido, por isso, infelizmente, as razões mais nobres...
Merece pois o nosso reconhecimento pela forma como colocou as suas melhores
qualidades ao serviço do Museu, da Arqueologia e do interesse público.

Esta missão é, neste momento, como sabemos, mais premente que nunca, embora
os problemas intrínsecos e conhecidos do Museu, como estrutura museológica
propriamente dita, sejam também de resolução urgente e complexa, no
presente contexto. Faço votos para que o novo Director mantenha a tradição,
ou seja, que como arqueólogo e servidor da causa pública, e em respeito do
seu próprio perfil, seja abnegado, generoso e exigente no trabalho em prol
da Arqueologia Nacional. Que aceite e desempenhe todas as exigentes e
honrosas tarefas, formais e informais, que o exercício deste cargo impõe.
Por isso:

Obrigada, Luís!

Boa sorte, António!



Jacinta Bugalhão


2012/7/26 José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>

**

            Em consequência da entrada em vigor da portaria relativa à
orgânica do DGPC, todos os lugares de direcção cessam funções. De um modo
geral, os responsáveis políticos mantêm, porém, no cargo os que estão, até
serem conhecidos os resultados dos concursos e até ocorrer a tomada de
posse de quem os tiver ganhado. Podem, no entanto, exercer de imediato o
seu poder para os substituir, quando considerem que não estão de acordo com
a política e a ideologia que preconizam e de que são partidários. Foi isso
que acon**tec**eu - e era previsível - com o Dr. Luís Raposo, de imediato
substituído pelo Dr. **António Carvalho**, que cessa assim as suas
funções como Chefe de Divisão da Câmara Municipal de Cascais, onde se
notabilizou pelo dinamismo com que logrou dar seguimento às políticas c**
ama**rárias em prol da Cultura. Auguramos-lhe, pois, as maiores venturas
no desempenho das suas novas funções.****

            Afigura-se-nos, pois, de interesse dar conhecimento da carta
que o Dr. Luís Raposo endereçou aos membros do Grupo de Amigos do Museu
Nacional de Arqueologia. A Luís Raposo -  que volta assim a ter
disponibilidade de tempo, como técnico do quadro do Museu Nacional de
Arqueologia, para se dedicar a tarefas de investigação que, por força das
lides burocrático-administrativas, se vira forçado a suspender -
agradecemos tudo o que fez pelo Museu Nacional de Arqueologia e pela
Arqueologia Nacional em geral, adoptando uma política da mais ampla
colaboração com todos os arqueólogos e instituições. Um raro exemplo de
disponibilidade que ficará **marc**ado a letras de ouro nos anais do
Museu Nacional de Arqueologia, mormente se pensarmos nas refregas em que se
viu envolvido e a que nunca virou a cara, assim como nas dificuldade por
que passou, atendendo, por exemplo, aos escassos recursos que lhe eram
dados para gerir.****

            ****

** **



*José d'Encarnação*

** **

----- Original Message ----- ****

*Sent:* Wednesday, July 25, 2012 3:31 PM****

*Subject:* Despedida****

** **

** **

Aos Amigos do ****Museu Nacional de** Arqueologia**,****

Cumpriu-se ontem o último dia do meu mandato na direcção do MNA.****

Hoje entra **em vigor a Portaria** que define a orgânica da nova
Direcção-Geral do Património Cultural e, por força da mesma, todos os
lugares de direcção (de museus e de outros serviços dos extintos IMC e
IGESPAR) cessam, devendo ser nomeados novos dirigentes, em regime de
substituição, até que haja concursos para todos esses lugares.****

A **norma** habitual, que penso dever ser também aqui seguida, é a de
nomear nesse regime de substituição, a prazo, os dirigentes que cessam
funções.****

Mas no meu caso (não sei há mais algum idêntico) entendeu o
Director-Geral, Elísio Summavielle, não me nomear para continuar a
assegurar, em regime de substituição e por mais alguns meses, as funções
que venho desempenhando há mais de década e meia no **Museu Nacional de**Arqueologia. Está no seu direito, terá as suas razões, que aos Amigos do
MNA serão facilmente perceptíveis, mas que, pelo meu lado, não quero
comentar, nesta circunstância.****

Apenas desejo boa sorte ao meu substituto, que já me foi informado quem
será e do qual sou amigo. Boa sorte nas circunstâncias difíceis que vai
enfrentar, com uma direcção a prazo curto e baseada mais em confiança
política ou pessoal do que em visão estratégica e competência profissional,
avaliadas publicamente em concurso.****

Por feliz coincidência, foi ontem também que começou a ser divulgado o
Boletim nº 15 do GAMNA, com o progr**ama** de actividades para 2012/2013.
É caso para dizer que cumpri até ao último dia o meu grato dever para **com
os Amigos** do MNA, a quem agradeço toda a generosidade com que me
trataram, e trataram o Museu, desde que em 1999 o GAMNA foi formalmente
criado.****

Saudações muito amigas do****

**Luís Raposo******

25 de Julho de 2012****

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