Caros Colegas, Caro Santiago
Macias: Não posso deixar de responder à
mensagem onde me são feitos juízos de carácter, em meu entender injustos e
despropositados, sobre artigo de opinião que publiquei na revista al-Madan. Os argumentos apresentados por S.
M. são literalmente falsos, vejamos porquê: 1.
Nunca
fui responsável pelas escavações referidas, no ribāt da Arrifana ou da área urbana de Silves, embora tenha
colaborado, desde o início, em quase toos os trabalhos arqueológicos ali
ocorridos e em muitas das publicações dos mesmos; 2.
Sei
que foi solicitado o empréstimo de peças do ribāt
ao Presidente da Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de
Aljezur e não à arqueóloga responsável, como seria deontologicamente correcto; 3.
Quanto
a alguns materiais de Silves, sei que não foram emprestados por se encontrarem
inéditos, não se tendo sequer solicitado qualquer colaboração no catálogo à
arqueóloga por eles responsáveis, como seria cordial. Aliás, aquela sofreu
então pressões da Tutela, tentando forçar o empréstimo, inadmissíveis numa
sociedade que se quer livre e democrática; 4.
Na
exposição constaram várias peças, a algumas das quais faço referências no meu
pequeno texto, procedentes de escavações dirigidas por R. V. Gomes, em Silves; 5.
Quando
escrevemos sobre a ausência de peças importantes, queríamos referir não só as do
ribāt da Arrifana, como muitas das
áreas urbanas de Silves, Albufeira, Tavira, Cacela, etc…, exumadas por
distintos arqueólogos, que bem podiam ter enriquecido e conferido novidade à mostra; 6.
É
verdade que S. M. foi também comissário científico da excelente exposição no
M.N.A., mas cuja concepção e espírito não podemos deixar de atribuir à vontade,
determinação e saberes de Cláudio Torres. Caro Santiago: não preciso de devolver
as agressões verbais com que me tentou atingir, pois o leitor o fará, dado invocar
habilmente situações que não ocorreram. Por outro lado, só somos ofendidos por
quem deixamos que o faça. Todavia, para seu sossego, recordo que Lord Byron, de
que por certo ouviu falar, dizia, mais ou menos, que bem pior do que falarem
mal de nós é não falarem. Saudações Arqueológicas, Mário Varela Gomes Date: Thu, 9 Aug 2012 12:21:33 +0100 From: santiagomacias1963@gmail.com To: Archport@ci.uc.pt Subject: [Archport] "Uma exposição errada": falta de ética e desonestidade intelectual Caros colegas Resolveu o arq. Mário Varela Gomes brindar, na revista "al-Madan", a exposição Do Gharb ao Algarve: uma sociedade islâmica no ocidente, da qual fui comissário científico, com uma crónica/crítica. Não fiquei surpreendido nem com o tom nem com o teor do texto.
O que se passou entre final de dezembro de 2009 (quando a Câmara de Silves com convidou para organizar a exposição) e meados de julho de 2010 (quando a inauguração teve lugar) foi uma experiência interessante, e o próprio conceito da exposição, a que resolvi dar corpo em conjunto com outros colegas, daria para um debate interessante. Pode ser que isso aconteça um dia.
Dois dados revelam, contudo, a falta de ética e a desonestidade intelectual de Mário Varela Gomes: 1) Critica-me por faltarem referências incontornáveis a descobertas significativas, como a do ribat de Arrifana, e a "falta de peças excepcionais", nomeadamente as da área urbana de Silves. Tanto num caso como noutro estamos a falar de escavações da responsabilidade de Rosa Varela Gomes e de Mário Varela Gomes, que negaram o empréstimo dessas peças ou a sua reprodução fotográfica. Quanto a este tema estamos conversados, até porque foram os únicos arqueólogos a recusar a cedência de materiais.
2) Atribui-se exclusivamente a Cláudio Torres a autoria da exposição Portugal Islâmico: os últimos sinais do Mediterrâneo (MNA - 1998), para depois referir que o que se montou em Silves é uma cópia menor de um trabalho anterior. Uma clarificação apenas: fui também comissário científico da exposição do MNA, facto que Varela Gomes finge ignorar. A semelhança de estilo tem a ver com isso, até porque me coube, nas duas ocasiões, a definição dos conteúdos. Ignorar propositadamente o meu trabalho no MNA para uma tentativa de achincalhamento diz bem da postura ética do autor da crónica.
Cumprimentos Santiago Macias
___________________ Santiago Macias, PhD Investigador do Programa Ciência 2008 da FCT Universidade de Coimbra Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e do Porto / Campo Arqueológico de Mértola http://www.uc.pt/uid/cea http://www.camertola.pt _______________________________________________ Archport mailing list Archport@ci.uc.pt http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport |
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