Ainda bem que obriguei o Mário Varela Gomes a reagir. A verdade dos factos ficou patente e bem clara. Quanto às diferenças de opinião ou de perspetiva sobre o que foi a exposição é matéria que não me merece, aqui, comentário.
Cumprimentos
Santiago Macias
Caros Colegas, Caro Santiago Macias:
Não posso deixar de responder à mensagem onde me são feitos juízos de carácter, em meu entender injustos e despropositados, sobre artigo de opinião que publiquei na revista al-Madan.
Os argumentos apresentados por S. M. são literalmente falsos, vejamos porquê:
1. Nunca fui responsável pelas escavações referidas, no ribāt da Arrifana ou da área urbana de Silves, embora tenha colaborado, desde o início, em quase toos os trabalhos arqueológicos ali ocorridos e em muitas das publicações dos mesmos;
2. Sei que foi solicitado o empréstimo de peças do ribāt ao Presidente da Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur e não à arqueóloga responsável, como seria deontologicamente correcto;
3. Quanto a alguns materiais de Silves, sei que não foram emprestados por se encontrarem inéditos, não se tendo sequer solicitado qualquer colaboração no catálogo à arqueóloga por eles responsáveis, como seria cordial. Aliás, aquela sofreu então pressões da Tutela, tentando forçar o empréstimo, inadmissíveis numa sociedade que se quer livre e democrática;
4. Na exposição constaram várias peças, a algumas das quais faço referências no meu pequeno texto, procedentes de escavações dirigidas por R. V. Gomes, em Silves;
5. Quando escrevemos sobre a ausência de peças importantes, queríamos referir não só as do ribāt da Arrifana, como muitas das áreas urbanas de Silves, Albufeira, Tavira, Cacela, etc…, exumadas por distintos arqueólogos, que bem podiam ter enriquecido e conferido novidade à mostra;
6. É verdade que S. M. foi também comissário científico da excelente exposição no M.N.A., mas cuja concepção e espírito não podemos deixar de atribuir à vontade, determinação e saberes de Cláudio Torres.
Caro Santiago: não preciso de devolver as agressões verbais com que me tentou atingir, pois o leitor o fará, dado invocar habilmente situações que não ocorreram. Por outro lado, só somos ofendidos por quem deixamos que o faça. Todavia, para seu sossego, recordo que Lord Byron, de que por certo ouviu falar, dizia, mais ou menos, que bem pior do que falarem mal de nós é não falarem.
Saudações Arqueológicas,
Mário Varela Gomes
Subject: [Archport] "Uma exposição errada": falta de ética e desonestidade intelectual
Caros colegasResolveu o arq. Mário Varela Gomes brindar, na revista "al-Madan", a exposição Do Gharb ao Algarve: uma sociedade islâmica no ocidente, da qual fui comissário científico, com uma crónica/crítica. Não fiquei surpreendido nem com o tom nem com o teor do texto.O que se passou entre final de dezembro de 2009 (quando a Câmara de Silves com convidou para organizar a exposição) e meados de julho de 2010 (quando a inauguração teve lugar) foi uma experiência interessante, e o próprio conceito da exposição, a que resolvi dar corpo em conjunto com outros colegas, daria para um debate interessante. Pode ser que isso aconteça um dia.Dois dados revelam, contudo, a falta de ética e a desonestidade intelectual de Mário Varela Gomes:1) Critica-me por faltarem referências incontornáveis a descobertas significativas, como a do ribat de Arrifana, e a "falta de peças excepcionais", nomeadamente as da área urbana de Silves. Tanto num caso como noutro estamos a falar de escavações da responsabilidade de Rosa Varela Gomes e de Mário Varela Gomes, que negaram o empréstimo dessas peças ou a sua reprodução fotográfica. Quanto a este tema estamos conversados, até porque foram os únicos arqueólogos a recusar a cedência de materiais.2) Atribui-se exclusivamente a Cláudio Torres a autoria da exposição Portugal Islâmico: os últimos sinais do Mediterrâneo (MNA - 1998), para depois referir que o que se montou em Silves é uma cópia menor de um trabalho anterior. Uma clarificação apenas: fui também comissário científico da exposição do MNA, facto que Varela Gomes finge ignorar. A semelhança de estilo tem a ver com isso, até porque me coube, nas duas ocasiões, a definição dos conteúdos. Ignorar propositadamente o meu trabalho no MNA para uma tentativa de achincalhamento diz bem da postura ética do autor da crónica.CumprimentosSantiago Macias--
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Santiago Macias, PhD
Investigador do Programa Ciência 2008 da FCT
Universidade de Coimbra
Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e do Porto / Campo Arqueológico de Mértola
http://www.uc.pt/uid/cea
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