[Archport] (sem assunto)
Excelentíssimos Senhores.
Vou dispensar-me de ilustrar com exemplos a razão porque expressamente me retiro, mesmo como leitor, desta lista.
Uma vez que identifico na administração dela sujeitos de elevado gabarito na sua cultura e na sua civilidade, obrigo-me a constatar que se obrigam à tolerância, à paciência, diria, possivelmente tão estupefactos como eu.
Na verdade, a razão de não me conformar com os vossos procedimentos talvez devesse ser razão para me congratular. Ou seja, na ''mailing list'' Archport, passam todos os dislates, todas as cretinnices, passe o termo, não encontro outro mais adequado, toda a rasteira ignorância, tudo embrulhado no mais crasso servilismo, no mais diloigente tarefismo, não quero já sequer perder muito tempo a descrever.
Leio as intervenções dos arqueólogos sobre as greves. A arqueologia será mesmo uma disciplina da família das ''ciências sociais e humanoas''?
Leio as intervenções dos arqueólogos sobre questões associadas com o património e museus. Ao lado, na ''mailing list'' Museum, decorre um debate estruturado. Entre os arqueólogos a ''coisa'' baixa logo o nível.
Até há pouco, eu dizia-me ''arqueómano'' para me distinguir dos arqueólogos pelo lado sátiro. Mas não. É uma inadmissível cedência. A partir de hoje sou arqueólogo e sejam os outros aquilo que entenderem, procurem um nome.
Mas, enquanto eu puder falar. a arqueologia não será o cumprimento do currículo que habilita a usar um teodolito, uma picareta, uma pá e um balde e a fazer vénias.
E assim sendo, peço ou sugiro a Vossas Excelências que me expliquem as razões porque a minha intervenção nesta lista é moderada. Ou que me considerem o mais diligente dos seus acérrimos críticos e vozes de denúncia.
Manuel.
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Manuel de Castro Nunes