[Archport] REF: Re: REF: Re: Santa Vitória já não tem protecção legal
Qualquer cidadão? E porque não um ou dois arqueólogos, que conheçam bem o sítio e que saibam, não só porque é que é importante classificá-lo, mas também saibam argumentar e blindar o processo.
Aliás, saber fazer processos de classificação deveria ser uma das competências básicas de qualquer arqueólogo - não foi debalde que o Fernando Real nos exigiu, como um dos critérios de avaliação da sua cadeira de Mestrado em Direito do Património, a elaboração de um processo desses.
Por vezes, vezes demais, fala-se muito na Arqueologia portuguesa, e faz-se de menos. Res, non verba, é do que precisamos também aqui... ;)
Enviado do meu HTC
De: Rui Boaventura <boaventura.rui@gmail.com>Enviado: sexta-feira, 21 de Dezembro de 2012 17:03Para: antoniovalera@era-arqueologia.ptCc: archport@ci.uc.ptAssunto: Re: [Archport] REF: Re: Santa Vitória já não tem protecção legalCreio que o Valera colocou, e bem, o dedo na ferida. Inclusive na sua função última de congregação, ainda que hoje seja mais nocturna!... Mas até no abandono o sítio continua a ser utilizado, pois ainda há 2 anos atrás a grande fossa externa tinha recebido um volumoso depósito, com certeza organizado e simbólico (da decadência?), dos tubos de plástico descarnados de rolos de arame!
O processo foi desencadeado por funcionária do então IPPAR/co-responsável pelos trabalhos arqueológicos ali realizados. A pretexto da, agora adiada, classificação, o terreno foi adquirido pelo Estado, gastaram-se muitos milhares de euros em arranjos paisagísticos, inclusive com um phalus mirante. E, afinal, com certeza pelas tais circularidades administrativas (que só vão piorar com a regionalização encapotada destes últimos (des)governos nacionais, a classificação do processo foi arquivado por motivos formais ou substantivos, qualquer que tenha sido, de facto, o caso.
Com certeza, qualquer cidadão poderá reiniciar o processo, mas aquilo que mais me choca é saber que daquele sítio foram obtidos dados fantásticos para a Pré-História recente do actual território português e, provavelmente até não se sabe quando, nada se saberá! Já lá vão 20 anos...
Não que seja já tão premente saber mais acerca do sítio, pois os novos dados obtidos pelos trabalhos recentes do Valera e de outros, tornam aqueles menos cruciais. Mas mesmo assim, é sempre importante justificar os investimentos realizados, seja pela autarquia local, quer pela tutela nacional. Chama-se a isso responsabilidade científica e cívica.
Rui
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