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[Archport] Resposta do Município/Museu da Batalha ao texto do Dr.Virgílio Correia, por nós divulgado no passado dia 7.

To :   <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Resposta do Município/Museu da Batalha ao texto do Dr.Virgílio Correia, por nós divulgado no passado dia 7.
From :   "Ricardo Charters d'Azevedo" <ricardo.charters@gmail.com>
Date :   Tue, 15 Jan 2013 17:49:32 -0000

Por ter ficado em anexo e não no texto, repito a mensagem do Prof Doutor José d’Encarnação, transcrevendo a resposta do Museu da Batalha às acusações do Dr Virgílio Correia:

 

 

 

Resposta do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha ao artigo «O Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, a formação da sua colecção e o Portugal Romano»

 

Publicou o Dr. Virgílio Hipólito Correia, Director do Museu Monográfico de Conímbriga, no Archport, no pretérito dia 7 de Janeiro, um artigo de sua autoria, intitulado O Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, a formação da sua colecção e o Portugal Romano, com algumas afirmações graves e que importa, em abono da verdade dos factos enunciados e da salvaguarda do rigor e do bom nome do Museu e do Município da Batalha, desmistificar.

Sobre a discussão científica, temporal e iconográfica da peça ofertada ao Museu e que motivou o surgimento do artigo em causa, não vamos tecer comentários, dado que se encontra em estudo e análise pela comunidade científica (nacional e internacional) o que muito nos apraz. Entendemos que a discussão (ética e aberta) posta em prática em torno deste belo exemplar (Fig. 1) é uma das funções das instituições museológicas e, neste particular, o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha cumpre o seu papel, ainda que com uma actividade recente, trilhando, desta forma, o seu caminho.

Neste particular, e depois de termos conhecimento do texto publicado, percebemos melhor a razão pela qual nem sequer ter respondido (nem tão pouco justificado) o convite para estar presente na cerimónia de apresentação da peça em causa. Teria sido, com a sua importante presença e diante de mais de 150 visitantes e do doador da urna, uma excelente oportunidade e, certamente, um diálogo frutuoso e enriquecedor, conhecer duas versões contextualizadoras deste artefacto. Preferiu o Dr. Virgílio Hipólito Correia não estar presente e, mais comodamente, dissertar sozinho sobre a peça, o Museu da Batalha e a sua colecção. São formas de estar e de debater património que não comentamos.

Sobre a peça em questão, acrescentamos apenas, a propósito do alegado empenho que o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha colocou sobre esta e não de outras do seu acervo ou cujos protocolos de empréstimo já terminaram, que a urna apresentada no passado dia 6 de Janeiro, esteve ao cuidado para trabalhos de restauro, oito meses, na instituição dirigida pelo Dr. Virgílio Correia, mais especificamente, desde o dia 24 de Fevereiro de 2012 ao dia 10 de Outubro de 2012 o que inviabilizou a apresentação pública da peça antes do mês de Janeiro de 2013.

Não percebe esta instituição nem os seus responsáveis o que pretende dizer, em concreto, o autor do texto quando refere, em torno da cabeça de Minerva, proveniente de Collippo, que não terá havido empenho em garantir o seu depósito pelo Museu da Comunidade Concelhia da Batalha. Como é uma afirmação grave, descontextualizada e errónea, aqui lhe deixamos a versão correcta e verídica dos factos. A peça a que alude, propriedade de um munícipe da Batalha, esteve efectivamente ao cuidado deste Museu, através de protocolo de empréstimo outorgado. Após o terminus do contrato, o proprietário da mesma requereu-a novamente, não tendo demonstrado interesse em prolongar o seu empréstimo nem, tão pouco, admitir a possibilidade de venda ao Museu da Batalha. Tentámos, por diversas vezes, dialogar e fazer entender que a peça em causa, pelo valor histórico, contextual e de proximidade à antiga Civitas de Collippo, faria todo o sentido continuar exposta no Museu. Na continuidade deste processo, endereçámos ofício à Direcção do Instituto de Museus e da Conservação, no dia 26 de Junho de 2012 sobre este assunto, explicando todos os procedimentos adoptados e as dificuldades sentidas em inverter a vontade expressa e reiterada, do respectivo proprietário, na sequência de informações que, presumimos, foram fornecidas a este organismo pelo Museu Monográfico de Conímbriga.

O que queria o Dr. Virgílio Hipólito Correia que o Museu mais fizesse? Rasgava a protocolo de empréstimo outorgado entre ambas as partes? Ficava com a peça, sem o consentimento legal do proprietário? Contudo, e porque nos acusa de falta de empenho, lançamos-lhe daqui um desafio, certamente à sua altura e condição. Dado que a cabeça de Minerva foi intervencionada no Museu Monográfico de Conímbriga, conhecendo Vª Exª bem, por essa via, a peça, em causa, porque não enceta pessoalmente esse trabalho e tenta, com maior acuidade, afinco, empenho e inteligência, a recuperação da dita? Acredite que muito lhe agradecíamos por esse trabalho e, certamente, a comunidade da Batalha e todos os visitantes deste Museu. Aqui fica, pois, o desafio.

Para terminar, e não menos importante, importa solicitar ao Dr. Virgílio Correia que desenvolva mais o tópico que aborda a colecção das urnas funerárias e do mobiliário funerário exposto nesta instituição, dado o mesmo, após nossa análise, ser algo evasivo. Na prática, perguntamos, questiona o quê? A origem indicada como sendo de Ourique? O período cronológico das mesmas? O facto de terem sido adquiridas no mercado de antiguidades? Agradecemos, pois, que do modo que entenda mais pertinente e cómodo, através deste fórum, pessoalmente, ou por outra via que entenda, nos esclareça sobre as dúvidas e pertinências que se lhe afiguram como importantes.

O Museu da Batalha manifesta publicamente ao Portugal Romano um agradecimento profundo por tudo o que tem feito em prol da difusão científica e histórica da arqueologia romana no nosso país, com uma postura de abertura e de debate construtivo que importa registar.

Batalha, 11 de Janeiro de 2013      

 


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