Autarquias e património arqueológico Comentou-se, há pouco tempo, neste fórum, o relacionamento das
autarquias com o seu património arqueológico. Se os autarcas –
presidentes de Câmara e de juntas de freguesia, vereadores da Cultura (e não só)
– visitavam os sítios arqueológicos, nomeadamente aquando da realização de
campanhas de sondagem ou de escavação. Creio não andar longe da verdade se, vistos os depoimentos
que vieram a lume, afirmarmos que, de um modo geral, os autarcas estão
conscientes da importância que o património arqueológico detém como ‘ícone’
de uma memória e de uma identidade a valorizar. Nem sempre disporão das verbas
necessárias para o efeito; nem sempre agirão com a força necessária para suster
determinado investimento imobiliário que não preserva esses vestígios; mas o
balanço é positivo. Nas câmaras da Grande Lisboa, por exemplo, esse apoio é
bem evidente, ainda que nem todas vejam com bons olhos alguma ‘superintendência’,
nesse domínio, da Assembleia Distrital de Lisboa e se hajam negado – como
foi o caso da de Cascais – a contribuir para esse fim. No entanto, se
podemos falar da Amadora, de Torres Vedras, de Vila Franca de Xira ou, mesmo,
da Câmara Municipal de Lisboa, nesse aspecto pensamos não exagerar quando se afirma
que Oeiras bem cedo compreendeu esse superior interesse da Arqueologia. O apoio incondicional dado ao estudo e valorização do povoado de
Leceia é disso exemplo deveras sintomático. Mas há, no complexo da Fábrica da Pólvora
de Barcarena, um pólo museológico dedicado expressamente à arqueologia
oeirense. E há, de modo muito especial, o apoio incondicional dado à continuação
de publicação da revista Estudos Arqueológicos
de Oeiras, ainda que – de quando em vez – eles não digam
respeito em exclusivo ao território oeirense. Claro que, nesse aspecto, tem
valido a intercessão do Doutor João Luís Cardoso, que vem superintendendo com
saber e toda a diplomacia, a essa actividade – e merece, por isso, o
maior encómio. Vêm estas considerações também a propósito da recente publicação do
volume 19 (2012)
dos Estudos Arqueológicos de Oeiras,
correspondendo à edição – por parte da Câmara, através do Centro de
Estudos Arqueológicos do Concelho de Oeiras - das Actas do IX Congresso Ibérico
de Arqueometria, cujos editores científicos foram a Doutora M. Isabel Dias
(Instituto Superior Técnico/Instituto tecnológico e Nuclear) e o referido Doutor
João Luís Cardoso. Vai em anexo o respectivo índice para que possa ver-se o
interesse dessa reunião científica, de carácter
bianual, que pela primeira vez se realizou entre nós (Fundação Calouste Gulbenkian,
Lisboa, José d’Encarnação |
indice Estudos Arqueológicos de Oeiras 19 - 2012.pdf
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