Caros senhores.
Eu dizia há muito, repetidamente, que tinha subscrito comigo e com a minha consciência um pacto de silêncio até que certas questões se esclarecessem.
O pacto que subscrevera tinha como referência a compreensão de que, no carrossel das alucinações que se viviam há décadas em Portugal, me sentia compelido a ter que compreender que ‘’a vida é a vida’’ e devemos tentar, sempre que possível, sermos humanamente persuasivos. Ou capazes de nos deixarmos persuadir.
Por ter resolvido ser assim, fui, aqui e genericamente nos locais onde arqueólogos e museólogos difundem a sua mensagem, o bode expiatório.
A bem ver, tive que assistir a que qualquer espontâneo viesse aqui insultar-me. Com o beneplácito de Vossas Excelências.
Conseguiram assim desviar as atenções das questões relevantes que aqui coloquei.
Devo dizer que as aqui coloquei preocupado com a reputação da arqueologia, da museologia e com os limites dquilo que já deduzi conclusivamente que é hipocrisia, a ‘’defesa do património,’’.
A questão não era pessoal, como ireis entender.
Advirto também que me seria caro que não publicásseis esta nas duas listas, Museum e Archport. Tal dar-me-ia o ensejo de explicar porquê, para documentar o que vou alegar.
Ora, uma vez que entendi não mais calar e regressando então a questões que vêm a lume, seja o excelente artigo subscrito por Raquel Henriques da Silva, Luís Raposo e Vítor Serrão, vou colocar já aqui duas ou três questões. Limpamente. São lapidares. Dizei-me depois se não posso apenas deduzir que são todos hipócritas e nunca falais de frente e olhos nos olhos sobre qualquer assunto. Não me refiro aos autores do artigo, bem pelo contrário.
Se não fossem todos hipócritas, como conseguiriam que um ‘’aguamanil’’, que nem é assim tão raro havendo seis e sabendo que o renascimento do interesse por caquesseitões trânsfugas é uma súbita preocupação do Correio Velho, talvez para garantir o seu devido valor de mercado. O que é legítimo, se assim puder ser entendido e não de outro modo qualquer. Porque a questão é essa.
Ora, em 1986, penso, no âmbito da tão badalada aquisição de uma colecção ‘’egípcia’’ pelo BPN, tudo indica que em apoio da intenção de o BPN burlar o vendedor, um tal António Silva, ou ‘’Anton’’, que aguardo que se identifique, surgiu a interpelar o BPN, através de um administrador ‘’exilado’’, garantindo que o BPN se preparava para adquirir um máscara em ouro apreendida na Turquia e procedente do Iraque, da qual enviava uma foto, que deve ser considerada uma burla, por ser o resultado de uma montagem..
O ‘’António Silva’’ (ACS), que em minha opinião sabia bem que o BPN não ia adquirir AQUELA máscara, descurou o facto de outro sujeito privado estar já em possa dela. O António Silva (ACS) conhecia bem todos os detalhes.
Mas anteriormente passara-se algo mais estranho com outra colecção. Vários técnicos museólogos consultados sobe o seu interesse para o estado português declararam sem qualquer hesitação que a colecção fora resultado de espólio do Museu de Sesimbra.
Certo. Talvez. Mas curiosamente a colecção, a mesma, encontra-se agora apreendida a mando do juiz, sob suspeita de contra-facção.
Lá o que a Christie’s e a Southebys têm que ver com isto não sei. Mas todos já sabemos por onde escapou à malha a tão procurada (sic!) colecção Álvaro Barreto.
Bem, ainda acerca de classificações, ninguém entendeu ainda em que pé se encontra a classificação do Tiepollo de Singeverga.
Chegou a altura de não mais calar e por a nu as hipocrisias. Porque elas não protegem património algum.
Vamos aí isto com método.
E não me digam que não vão publicar esta.
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