Acerca de ‘’Arqueologando’’ e do ‘’património como bem de consumo’’.
Impedido, por motivo de convalescença de uma cirurgia breve recente, de estar presente na sessão de 4 de Março, deixo uma breve reflexão.
É notório que o novo paradigma que se vai consolidando na relação dos profissionais do património com o binómio património versus consumo começa a ser, de um ponto de vista talvez tradicionalista, talvez céptico, preocupante.
Adivinha-se um futuro em que o objecto da musealização deixe progressivamente de ser o património e passe a ser o consumidor.
O objecto da musealização transfere-se progressivamente da parede ou da vitrine para a cafetaria ou para a loja de ‘’recordações’’ numa panóplia de réplicas do consumidor, desde o café ou do galão com torrada à caneca estampada, à agenda, ou ao postal.
Do ponto de vista do conhecimento, de resto, mobiliza-se a sociologia do ‘’marketing’’, passando a ser muito mais relevante compreender e caracterizar o consumidor do que descrever ou compreender o património, que se pressupõe compendiado.
É pois nos estratos mais profundos da génese desta nova disciplina que devemos formular a questão: ‘’Sou ou não sou arqueólogo?’’
E saber como ‘’comeremos’’ o património, com o corpo, com a mente ou com o espírito.
Saudações.
Manuel.
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