Tal como Alexande Monteiro felicito o ICOM e o ICOMOS pela declaração que divulgaram.
Em síntese é uma mensagem de lucidez e de coragem no caos que se abateu sobre Portugal.
Assinalo, de passagem, que as veredas que facilitaram a profunda crise em que o país agoniza começaram a ser abertos ao longo da década de 90 do século passado e transformaram-se em rios caudelosos já neste século.
Surpreende-me que, na sequência da declaração, não se tenha estabelecido um debate vivo, nestas duas listas e de um modo geral nas redes sociais.
Limito-me a um simples comentário.
Termina a Declaração com o seguinte parágrafo:
"Tenhamos sempre presente, investigadores e técnicos, empregadores e tutelas
administrativas, órgãos do poder legislativo, executivo e judicial, que o exercício da liberdade, e de todas as liberdades e direitos concretos, constitui amiúde um risco, mas um risco que vale a pena correr, devendo por isso, ser incentivado e protegido".
Mais que um risco, é um luta quase permanente e normal em Democracia.
Sem riscos, conflitos, debates e negociações, em geral e nas mais diversas áreas, a Democracia não sobrevive.
E os cidadãos ficam reduzidos ao estatuto de súbditos.
Francisco Sande Lemos