Bom dia!
Basta ir a Alvito, bem ali ao lado do Torrão e de Santa Margarida do Sado para vermos a influência da presença de pessoas africanas na arte e na religião, logo no século XVI. Num dos portais manuelinos mais interessantes
da vila está representada uma cara de um africano, com todas as suas características (carapinha, nariz mais largo) ao lado da cara de um europeu. Na igreja matriz de Alvito temos na mesma capela a confraria de Nossa Senhora do Rosário dos Brancos, datada de
1535, e a confraria de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, datada de 1642. O mesmo acontece noutras localidades da zona. Em fotografias do século XIX, observam-se várias pessoas com ascendência africana com algum estatuto na região (veja-se o livro "Alvito
há 100 anos").
Não é, portanto, uma realidade que fosse desconhecida e que nunca tivesse sido estudada. Mas estamos numa época dos noticiários bombásticos. Enfim...
Jorge Feio Arqueólogo da Câmara Municipal de Beja De: archport-bounces@ci.uc.pt <archport-bounces@ci.uc.pt> em nome de José D´Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Enviado: 25 de setembro de 2023 08:15 Para: archport <archport@ci.uc.pt> Assunto: [Archport] Escravos Concordo com o parecer de Isabel Luna: não interessa empolar realidades conhecidas, mormente ad, como é o caso, elas são envolvidas em desnecessário sensacionalismo. José d’Encarnação
De: archport-bounces@ci.uc.pt <archport-bounces@ci.uc.pt>
Em Nome De Maduro-Dias
Concordo, em absoluto, com Isabel Luna. Sem dúvida que todas estas investigações acrescentam informação, mas dizer que era desconhecida… (!) Esta leitura desintegrada da escravatura de origem africana do conjunto de todas as anteriores, colaterais e contemporâneas, apenas favorece isso mesmo, a desintegração do saber e a perda de uma noção essencial em História: a consciência do fio do tempo. Seria, aliás, outra discussão interessante, a cruzar com esta forma de ver, exposta no e-mail de origem, o perceber-se até que ponto a narrativa, já anterior ao 25 de Abril, da sequência de todos quantos habitaram, conquistaram, ocuparam, levaram e trouxeram gentes, costumes e atitudes, do território que hoje em dia é o pedaço ibérico de Portugal, favorece uma aceitação do outro e dos altos e baixos da vida, quiçá diferente de outros povos e paragens. Tudo isto é História que aconteceu, se aceita, no bom e no menos bom, que serve de base para o próximo passo, e a vida é assim mesmo.
Francisco Maduro-Dias Angra do Heroísmo
Enviado do meu iPad
|
Mensagem anterior por data: [Archport] Escravos | Próxima mensagem por data: [Archport] "Lusitânia, Lusitânias: cenários de um território em transformação". Última lição de Amílcar Guerra |
Mensagem anterior por assunto: [Archport] Escravos | Próxima mensagem por assunto: Re: [Archport] Fwd: Escavações arqueológicas revelam o passado escravagista de Portugal |