Boa tarde!
Há uma tendência cada vez maior de "mudar a História" através de achados ou descobertas arqueológicas. Todos, ou quase todos, querem ter protagonismo, como se a Arqueologia fosse o terreno dos Indiana Jones e outros empreendedores. Não é (não deve ser...), e aconselho o que sobre isso escreveu, já há uns anos, Georges Ville (Dictionnaire d´Archéologie, Larousse, 1968, pp. 5-8). Adiante.
Que se comessem ostras em Mérida não será grande novidade. Sabemos que se exportavam da Gália para Roma e que, inclusive, havia navios especialmente equipados para o seu transporte.
Considero muito mais significativo que, num forte perdido na fronteira norte da Britânia (Vindolanda) a lista de vitualhas encontrado com muita outra documentação num poço onde foi "arquivada" por altura do abandono do forte, se encontrasse referência explícita à pimenta. Podem imaginar o périplo desde a Índia até à fronteira da Escócia? Ninguém afirmou que a história tinha mudado... Ainda a propósito de escavações na Inglaterra há poucos anos, alguém se lhe referiu como uma descoberta inédita e muito importante, claro, quando o sítio já tinha sido referido num romance de Virgínia Woolf, pelos anos 30.
Bom fim de semana...mesmo sem ostras mas com um pouco de pimenta!
PS: Não se esqueçam de votar, cidadãs e cidadãos!
Vasco Gil Mantas