Resumo
«No âmbito da Empreitada de Construção do Sistema de Intercepção e Câmara de Válvulas de Maré do Terreiro do Paço, obra a cargo da SIMTEJO, foram identificados diversos vestígios arqueológicos que nos permitem recuar a vivência daquele espaço da cidade de Lisboa até meados do século XVI. O revolvimento profundo no subsolo da actual Praça do Comércio permitiu a identificação de um vasto conjunto de realidades patrimoniais que foram alvo de distintas intervenções arqueológicas, visando a sua salvaguarda e registo integral. Essas acções incidiram sobre estruturas de funcionalidade distinta e níveis arqueológicos preservados tendo sido, igualmente, recolhidos artefactos de natureza diversa. O carácter excepcional da localização da obra, em ambiente húmido, permitiu a preservação e recolha de elementos perecíveis, tais como cordas, solas de sapatos, couros, sementes e restos de espécies arbustivas. Apesar de todos os condicionalismos inerentes a uma intervenção arqueológica de emergência realizada em contexto urbano, numa das zonas mais emblemáticas do país, a caracterização das realidades identificadas permitirá uma leitura aproximada do ambiente urbano vivido na frente ribeirinha da Lisboa pré e pós Terramoto de 1755. De igual modo, a sua identificação é um importante contributo na clarificação de algumas dúvidas de natureza histórica e iconográfica, nomeadamente em torno da efectiva localização do Palácio Real, Torreão Filipino e Baluarte.»
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