Há dias foram divulgados alguns documentos sobre os problemas arqueológicos e outros, estes muito contemporâneos, em torno da importante ruína visigótica de S. Gião da Nazaré.
Ora num desses documentos surgiu uma relação incompreensível entre Décimo Júnio Bruto e o edifício em questão, invocando o "Templo de Neptuno" de que falou Frei Bernardo de Brito.
Ora, parece-me que já vai sendo tempo de deixar de lado estas fantasias humanísticas, compreensíveis nos séculos XVI / XVII, mas pouco adequadas para a arqueologia e história actuais, como já Soromenho sublinhava no prefácio às "Notícias Arqueológicas de Portugal", de Emil Hubner, em 1871.
Não faria mal ler os trabalhos editados de José d´Encarnação sobre as "invenções" de Resende e Brito (no último número da Biblos, da Faculdade de Letras de Coimbra, ou aproveitar a sessão desta semana da Academia Portuguesa da História para ouvir falar exactamente sobre esse problema, que afinal continua na ordem do dia.
Cordiais cumprimentos
Vasco Gil Mantas