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[Archport] Os museus e o património cultural antes, durante e depois da pandemia de Covid-19, por Luís Raposo

Subject :   [Archport] Os museus e o património cultural antes, durante e depois da pandemia de Covid-19, por Luís Raposo
From :   Patrimonio.pt <patrimonio.pt@spira.pt>
Date :   Mon, 13 Apr 2020 12:44:56 +0100

 

Luís Raposo, colunista da patrimonio.pt, escreve na Opinião desta semana sobre um futuro pós-Covid19 dos museus e outros equipamentos que gerem património cultural:

 

«A experiência directa, in loco, está para os museus e o património como o nascer ou o pôr-do-sol estão para quem os vê. Nenhuma foto, vídeo ou recriação digital, por mais belos e pirotécnicos que sejam, podem substituir o ver por si próprio, fisicamente, analogicamente. No caso dos museus, mais ainda do que no dos monumentos em geral, a dimensão do contacto directo é sobremaneira marcante, porque se funda em partes iguais nos sentidos e na razão: vemos, melhor sentimos, as obras de arte, movemo-nos com elas no espaço e no tempo, tendo imediatamente à nossa disposição os elementos de enquadramento que, em tempo real, nos permitem racionalizá-las e assim atingir plataformas sucessivas, e crescentes, de experiência cognitiva, simultaneamente sensorial e intelectual. Nada substitui, pois, o choque sensorial físico, enriquecido pela razão: e isso só mesmo dentro dos museus, não sentado à frente de um écran.

 

Ora, como podem os museus e os bens patrimoniais em geral cumprir a sua função social, estando encerrados? Dir-se-á que através de serviços afins do take-away e do home-delivery. Sim, em parte, mas apenas em parte (…).

 

No momento em que escrevo, ninguém pode ainda com segurança prever qual será o futuro depois do Covid-19. Mas não custa admitir que os canais de acesso remoto ir-se-ão intensificar – e muito mais rapidamente do que já antevíamos. Os museus deverão, por isso, começar a pensar em estruturar internamente as equipas nesse sentido. A escassez de competências dentro dos museus para estes domínios, com total dependência de aquisições de serviços externas (fazendo os museus o papel de “belas adormecidas” à espera dos beijos dos príncipes salvadores, neste caso as empresas das chamadas “indústrias criativas”, mormente de produtos digitais), deve ser urgentemente reconsiderada.»

 

Uma leitura a não perder, em www.patrimonio.pt.

 

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