[Archport] Petição: Desmantelamento do Centro de Investigação de La Bastida

[Miguel Valério <mfgvalerio@outlook.com>]

Caras/os colegas, 

 

Abaixo envio o link para uma petição com o fim de parar o desmantelamento do Centro de Investigação de La Bastida, em Totana (município na região de Múrcia), onde, desde 2009, uma equipa da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) realiza investigação no âmbito da arqueologia pré-histórica: 

   

https://www.change.org/p/alcalde-de-totana-comunidad-aut%C3%B3noma-de-la-regi%C3%B3n-de-murcia-no-al-desmantelamiento-de-la-bastida   

   

O caso é complexo, mas creio que será suficiente dizer que a situação atual é o produto de políticas desadequadas e negligentes por parte das autoridades locais, em crescendo há mais de quatro anos. Em plena pandemia, quem preside à Câmara Municipal de Totana (e governa em minoria) decidiu retirar a vigilância ao centro e ao próprio sítio arqueológico no qual este se localiza, alegando razões económicas, sem consultar ninguém, nem procurar soluções. Por lei, isso significa que os materiais arqueológicos, alojados no centro e em processo de investigação, não poderão ali continuar e terão de ser trasladados para um depósito do Museu Arqueológico de Múrcia, museu regional. Na prática, significa também que a equipa da Universidade Autónoma de Barcelona já não terá razão para continuar no centro e este, juntamente com o sítio arqueológico, será (de novo) votado ao abandono.   

   

La Bastida foi o primeiro sítio arqueológico pré-histórico de Espanha descoberto, investigado e publicado internacionalmente (1869). Foi um dos centros de capitalidade da sociedade de El Argar, da Idade do Bronze, que chegou a ocupar uma área de c. 33.000 km2 no sudeste da Península Ibérica. Foi escavado de maneira sistemática nos finais do século XIX, por Louis Siret, e, de novo, ao longo da primeira metade do século XX. A partir de então, esteve abandonado e foi espoliado durante décadas, até que o “Proyecto Bastida” da Universidade Autónoma de Barcelona o recuperou desse estado de abandono, restaurou, musealizou e efetuou novas descobertas, como um impressionante sistema de fortificação de finais do III milénio antes da nossa era. Este despropósito político deita a perder mais de uma década de trabalho científico e o grande investimento público já realizado no sítio arqueológico e edifício anexo, pensado para alojar um museu e um “Centro de Investigación de la Prehistoria del Sureste”.   

   

Agradecemos se puderem assinar esta petição e se lhe puderem dar a máxima divulgação.   

   

Cumprimentos,   

   

Miguel Valério