Decidiu Luís Raposo reunir em livro – sob o título Arqueologia, Património e Museus – os textos que foi publicando ao longo de meio século de intervenção cultural e cívica. Sabemos que é pessoa de não ter papas na língua, aplaude o que está bem, critica o que lhe parece estar mal, aponta soluções, intervém. Luís Raposo, além de escrever bem e de raciocinar melhor, não hesitou nunca em ir contra o status quo, sabendo de antemão que isso lhe poderia acarretar o mimo de persona non grata – que o mais importante para ele é estar de bem com a sua consciência de cidadão empenhado em terçar armas pela sua dama, que pode consubstanciar-se na palavra Património. Perpassa, pois, por estas páginas – e agradecemos a Fernando Mão de Ferro, de Edições Colibri, a coragem de, nestes tempos conturbados, não ter hesitado em lançar mão a mais uma edição – perpassa por estas páginas o pensamento de um activista, importa dizê-lo; mas, simultaneamente, a história do que tem sido a sua luta (e a de muitos de nós) perante as controversas contingências por que o Património tem passado. É, pela sua pena, uma boa História das nossas instituições ao longo dos últimos 50 anos. Avanços e recuos, hesitações e vitórias, quedas e fracassos… A ler pausadamente. José d’Encarnação |
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