[Archport] Liburna 18

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Assumindo-se como ‘revista internacional de humanidades’, Liburna é editada pelo Vicerrectorado de Investigación da Universidad Catóiica de Valencia Sn Vicente Mártir, um projecto original da Aula de Humanidades y Ciencias  de la Real Acadèmia de Cultura Valenciana.

Acaba de ser distribuído o vol. 18, referente ao mês de Maio de 2021; aliás, doravante, como notam os editores, a edição passará a ser anual, em Maio, para atender às exigências e prazos das avaliações.

Há, pois, aí lugar à poesia. Evoca-se, por exemplo, a memória do escritor lituano Juozas Aputis (1936-2010); transcrevem-se 8 poemas de Richard Berengarten.

Liburna é o nome latino que designava uma das embarcações típicas dos Liburnos, povo situado na zona oriental do Império Romano, entre as províncias da Ístria e da Dalmácia. Não admira, portanto, que a revista se divida em secções de teor náutico: ele é o «Marítimo instante», as «Cartas náuticas»… Para os que nos dedicamos à História, «Docas da Memória» é, todavia, um dos recantos mais acolhedores: Xaverio Ballester (um dos grandes ‘motores’ da publicação) escreve sobre ultracorrecções linguísticas em Valenciano; Ínigo de Goñi Echeverría debruça-se sobre as óperas mitológicas de Richard Strauss; Joan Ferrer I Jané analisa dois novos fragmentos de lâminas de chumbo com inscrições ibéricas; José Manuel Pedrosa comenta um livro sobre ilhas e provas de Ulisses.

A derradeira secção chama-se «Lantias de bitácora», ‘As luzes da bitácula’! Bitácula é a caixa da bússola. Título apropriado, por conseguinte, para albergar as recensões, partindo-se do princípio de que os livros aí analisados constituem luminárias a nos ensinar os caminhos certos. Um achado!

Em conclusão: navegar é preciso nas páginas desta liburna, na certeza de que, fazendo escala em ilhas de Literatura e História, com mui eficaz iluminação, chegaremos a bom porto!

 

                                                                                                              José d’Encarnação