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Re: [Archport] A FCT não gosta de História

To :   vasco gil mantas <vsmantas@gmail.com>
Subject :   Re: [Archport] A FCT não gosta de História
From :   Davide Delfino <davdelfino@gmail.com>
Date :   Sat, 31 Jul 2021 14:55:55 +0200

Estimados colegas,

eu também aprovo totalmente a tomada de posição e até muito agradeço os professores João Luís Cardoso e Josè Pedro Paiva por ter lançado "a pedra". 

Mas além da molestada História, o júri da FCT parece constituído por pessoas que também nunca fazem a mínima ideia do que seja a escavação de castros, sendo que numa avaliação de projeto de 2020 acharam pouca uma semana para escavar, em 4 investigadores, uma sondagem de 2x2 metros em sítios de altura ( onde, como è padrão comum para qualquer arqueólogo que tinha escavado estes arqueo sítios pelo menos uma vez, há estratigrafia que raramente chega a mais de 60 cm.). Sem falar das outras observações que temos de aguentar, escritas por pessoas que se calhar nunca trabalharam na vida deles em assuntos específicos dos projetos que se vão a candidatar.

Cordialmente



Davide Delfino


Ministero della Cultura- Direzione Regionale Musei Molise

Centro de Geociências (CGeo-Universidade de Coimbra)- Grupo "Quaternário e Pré-História"

Instituto Terra e Memória, (ITM, Mação)

C.E.I.P.H.A.R. Centro Europeu de Investigação da Pré-História do Alto Ribatejo- President of Fiscal Council

U.I.S.P.P.(Union Internationale des Sciences Préhistoriques et Protohistoriques)- Commission "Âge des métaux en Europe"- Secrétaire


https://www.musei.molise.beniculturali.it

http://www.uc.pt/fctuc/ID/Geo

https://www.uispp.org/metal-ages-europe-ages-des-metaux-en-europe#overlay-context=melbourne-2017




Il giorno sab 31 lug 2021 alle ore 14:09 vasco gil mantas <vsmantas@gmail.com> ha scritto:
Caras e caros Colegas  historiadores e arqueólogos, académicos ou não 

Aprovo totalmente o teor desta tomada de posição, que me recorda algo que escrevi, no já longínquo ano de 1992 no "Memorando sobre o ensino da História Antiga", no II Congresso Peninsular de História Antiga. è com grande preocupação que acompanho, apesar das dificuldades com que me deparo presentemente, a decadência do interesse estatal, aqui e noutros países, pelo ensino e investigação (sem uma não existe outra). 
Se houver possibilidade, voltarei ao assunto, como académico  e como auditor dos Cursos de Defesa Nacional (que defendemos, sem história?...).
Cordialmente,                
                                                                          Vasco Gil da Cruz Soares Mantas (FLUC)

Sem vírus. www.avast.com

jde <jde@fl.uc.pt> escreveu no dia sexta, 30/07/2021 à(s) 16:08:




Enviado do meu Galaxy



FCT volta a desmerecer e a humilhar a investigação em História em Portugal

Há cerca de um ano, espantados com os resultados do concurso de projetos FCT na área de História e Arqueologia do Concurso de Projetos de IC&DT em Todos os Domínios Científicos 2020, decidimos escrever uma carta aberta à Senhora Presidente da FCT. Alertámos para a gravidade da situação e para a principal razão que a justificava: a desajustada e enviesada constituição de um júri onde os principais domínios historiográficos ficavam ausentes. O alerta caiu em saco roto.  

O júri do concurso deste ano manteve-se praticamente inalterado e os resultados não podiam ser diferentes. Excluindo os projetos ditos "exploratórios", houve um único projeto de História aprovado.

Fica a impressão de que, para a FCT, a História não é mais do que uma área subsidiária da arqueologia, preferencialmente pre-histórica, dos estudos de cultura islâmica, das tecnologias de restauro ou das ciências ambientais.

Perante a manifesta impossibilidade de um júri especializado apenas em alguns domínios poder e saber avaliar a boa investigação histórica que se faz em instituições portuguesas, a consequência de sucessivos dislates avaliativos é a condenação à morte do financiamento público de uma área nobre das Humanidades e Ciências Sociais.

Os projetos aprovados no concurso deste ano serão certamente merecedores de financiamento, porventura noutras áreas científicas. Todavia, a escandalosa e perturbante escassez de projetos aprovados obriga a reconhecer que deixou de existir rigor e objetividade na avaliação criteriosa dos domínios de investigação histórica que melhor correspondem a objetivos de conhecimento do passado e de preservação e projeção da memória histórica. 

Para a FCT, a História deixou de contar. Para esta área de saber, a FCT e a sua atual direção deixam uma triste e má memória.

 

José Luís Cardoso (Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa)

José Pedro Paiva (Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra)






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