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[Archport] Resposta do STARQ enviada ao jornal Mensagem de Lisboa e ao autor da reportagem “Arqueólogos: obras em Lisboa fazem dela o melhor lugar para candidatos a Indiana Jones”

Subject :   [Archport] Resposta do STARQ enviada ao jornal Mensagem de Lisboa e ao autor da reportagem “Arqueólogos: obras em Lisboa fazem dela o melhor lugar para candidatos a Indiana Jones”
From :   STARQ Arqueologia <starq.arqueologia@gmail.com>
Date :   Thu, 23 Dec 2021 19:24:46 +0000

Resposta do STARQ enviada ao jornal Mensagem de Lisboa e ao autor da reportagem “Arqueólogos: obras em Lisboa fazem dela o melhor lugar para candidatos a Indiana Jones” publicada em 15/12/2021. Após contacto, fomos informados de que as informações que constam no texto serão rectificadas.

No entanto, brevemente, e em consequência desta desinformação, outras acções serão tomadas por nós.

" (...) Cerca de 70% dos arqueólogos trabalha no setor privado e entre 70 a 75% têm vínculo laboral precário - recibos verdes, contratos a prazo e bolsas de investigação. Pese embora não existir um estudo exaustivo que caracterize os profissionais de arqueologia desde 2014, os dados de que dispomos para o ano de 2020 provenientes dos relatórios únicos de empresas do setor de arqueologia apontam para salários mensais auferidos por trabalhadores a contrato, entre 732 e 1072€,sendo que o valor médio se aproxima mais, decerto, do limite inferior. (...) Em 2012, o rendimento médio anual de um arqueólogo em Portugal era de 43% do rendimento médio dos técnicos superiores (APA, 2014), incluindo os trabalhadores do setor público. Atualmente, num ano em que o salário mínimo nacional é de 665€ e no próximo será de 705€, no setor privado, o salário médio de um arqueólogo (na sua maioria habilitados com o grau de mestre) a contrato (a prazo ou sem termo) situar-se-á pouco acima desse valor e sem grandes perspetivas de aumento. Mas grande parte dos profissionais trabalha em “regime liberal”, na esmagadora maioria dos casos em situação de falsos recibos verdes, ganhando entre os 50 e os 60 euros diários. Quer isto dizer que, feitas as contas, auferem um rendimento mensal líquido entre 632,71 e 759,25 euros. Podem ser estes considerados salários mais altos, quando a média nacional em 2019, para trabalhadores por conta de outrem, se cifrou nos 1005,1€? Não!

São frugais as remunerações e as condições de trabalho na área da arqueologia. São desmedidas a precariedade, a incerteza e o desrespeito. É grande a taxa de abandono da profissão, abrangendo mais de 20% dos arqueólogos em cada cinco anos.
São estes os motivos, sim, e não outros efabulados, que justificam que entre “tantas greves, nunca se ter visto uma da categoria”. A explicação reside na instabilidade e precariedade, no medo de ficar sem trabalho, no trabalho alicerçado no recurso aos falsos recibos verdes - em que a greve é um direito vedado -, no assédio laboral e no nomadismo da profissão. (...)"

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Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia

www.starq.info
starq.arqueologia@gmail.com

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