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[Archport] A verdadeira importância de um Mestrado em Arqueologia

To :   <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] A verdadeira importância de um Mestrado em Arqueologia
Date :   Wed, 9 Feb 2022 12:19:57 -0000

Talvez o Mestrado que se pretende seja mais do género do leccionado no IP de
Tomar
(ver em: http://portal2.ipt.pt/pt/Cursos/HADCPAA/M_-_TA/

http://portal2.ipt.pt/pt/cursos/hadcpaa/m_-_ta/Plano_curricular/

Com os seguintes objectivos:
"O objectivo principal é formar técnicos na área da arqueologia e do
Património capazes de realizar em maneira autónoma as tarefas normalmente
exigidas nos trabalhos de campo e laboratórios. Por isso a formação
compreenderá bastantes aplicações práticas das diferentes metodologias de
recolha de dados em arqueologia e património com os instrumentos mais
modernos. Os formados serão capazes de elaborar relatórios e projectos".

e não numa universidade pois foi para isso que foram criados os Politécnicos

terei razão?
Ricardo Charters-d'Azevedo


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Message: 1
Date: Wed, 9 Feb 2022 09:22:56 +0000
From: Rodrigo Carlos <totallynotsatan4@gmail.com>
Subject: [Archport] A verdadeira importância de um Mestrado em
	Arqueologia
To: archport@ci.uc.pt
Message-ID:
	<CAJHNY6rTUjE2fRaVW5b62JEQrT+oAy0BWvby0M3Rgu8y1KALTg@mail.gmail.com>
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Bom dia, venho aqui refletir um pouco sobre a verdadeira necessidade de um
mestrado em Arqueologia, deixando-vos a seguinte questão: Será que é assim
tão importante?

Tendo eu tirado a licenciatura pré-Bolonha e estando a dirigir uma obra,
caiu aqui um rapaz que está a terminar ainda o mestrado e em conversa, mais
de desabafo confessou que já tinha estado em posições de direção mesmo sem o
mestrado. Não recebe por isso, tem o triplo das responsabilidades e nem
sequer é uma situação prevista na lei.

Fala também do curso de mestrado, não direi aqui a faculdade por motivos
óbvios, afirmando que é uma ?perda de tempo e dinheiro?, dizendo que só
aprendeu a ser verdadeiramente um arqueólogo a trabalhar e referindo,
também, que as escavações da faculdade e investigação nada têm a ver com o
ritmo de trabalho e a exigência que lhe és pedido em contexto urbano.

Estando eu fora do mundo universitário há largos anos, só tenho de acreditar
na palavra dele, até porque diz que há colegas que se queixam do mesmo,
porém estando no mundo da construção civil também há bastante tempo, posso
afirmar que existe uma gritante falta de pessoas que possam dirigir.

Ora, isto é uma situação engraçada porque apesar de haver falta de mão de
obra, os numerários não sobem porque se recorrem a pessoas para dirigir só
com licenciatura. Como só têm licenciatura, paga-se menos mas atribuem-se as
mesmas responsabilidades.

Neste momento, assumindo que este exemplo referido é verdade e tenho todos
os motivos para acreditar que sim, estamos a perder mão de obra qualificada
e treinada simplesmente porque é necessário um mestrado para dirigir. Este
jovem em questão, já tem cerca de 2 anos de bagagem profissional, pois foi
submetido a acompanhamentos desde que acabou a licenciatura e está a pensar
congelar a matrícula e desistir de arqueologia.

Será que uma alteração dos cursos de mestrado poderiam alterar esta
situação? A verdade é que lendo os planos curriculares de várias faculdades
fico confuso sobre a real utilização da matéria empregue em contexto de
obra. Toda a teoria é importante e um arqueólogo não é suposto ser um mero
trabalhador robótico que só tira terra, porém também é extremamente
importante educar-se sobre a real burocracia que existe no mundo laboral.

Por exemplo: Como funcionam os PATAs, como escrever um relatório preliminar
e final, como lidar com os vários contextos de obra, informar relativamente
às condições e falta de condições que um arqueólogo pode encontrar no meio e
como combater isso, etc etc.

Será que o mestrado não poderia ser só para quem quisesse seguir o rumo da
investigação? Na minha opinião, julgo que uma pós-graduação em Arqueologia
Urbana, por exemplo, seria mais que suficiente para ensinar sobre todo este
mundo, que, essencialmente, corresponde ao grosso da arqueologia em
Portugal.

Dá que pensar.

Rodrigo Carlos
-------------- pr?a parte ----------
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