Escrito por Ana Margalho e Susana Ramos
Coimbra recordou direitos da pessoa com deficiência Exploratório recebeu 25 jovens da APPACDM e da APCC, que também entregou diplomas de formação ?Um dia, este dia vai deixar de fazer sentido? Exploratório recebeu 25 jovens da APPACDM e da APCC para mostrar que as pessoas com deficiência são ?cidadãos de plenos direitos? Ana Margalho «Joana! Falta o capacete!». Foi com sonoras gargalhadas e com muitas pedaladas que a Micaela Pires conseguiu produzir energia. Sentada numa bicicleta fixa e sob o olhar atento da amiga Joana, esta jovem empregou toda a sua força até conseguir acender as várias lâmpadas e accionar a ventoinha desta que é uma das muitas experiências divertidas do Exploratório. A Joana, a Micaela e mais 23 utentes da Associação Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) e da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental (APPACDM) passaram ontem um dia diferente naquele Centro de Ciência Viva. Divertiram-se, riram, experimentaram, conviveram, alargaram experiências e, especialmente, mostraram aquilo que já devia estar assimilado: «as pessoas com deficiência são cidadãos de plenos direitos», também no acesso à ciência. Foi com este espírito que os dirigentes das duas associações participaram, a convite do governador civil, Henrique Fernandes, nas comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que se assinalou ontem um pouco por todo o mundo. «Este dia existe porque estas pessoas não são reconhecidas como cidadãos de pleno direito. Um dia, este dia, vai deixar de fazer sentido», explicou Helena Albuquerque, responsável da delegação de Coimbra da APPACDM, visivelmente feliz por a data ter sido assinalada com a oportunidade dada aos 25 jovens de contactarem com a Ciência. ?É preciso quebrar tabus? «É preciso quebrar tabus. Não há conhecimentos interditos e a estes jovens não lhes pode ser negado o conhecimento científico», continuou a responsável, garantindo que em experiências como a de ontem, «se faz mais ou tanta ciência como em grandes congressos mais elaborados». Se a ciência for medida pela atenção e a vontade de participar dos ?cientistas?, então é bem verdade. A Micaela divertiu-se a produzir energia, mas também a perceber como funciona o coração ou a circulação sanguínea, como respiramos, como crescem os bebés na barriga, entre outras aventuras disponíveis no Exploratório. «É muito importante este tipo de iniciativas, é permitir o acesso à cultura aos cidadãos com deficiência, que são iguais a qualquer um de nós, com os mesmos direitos», concordou José Barros, presidente da APCC, que, apesar de olhar para a efeméride de ontem como «um dia como outro qualquer» - «ou pelo menos deveria ser», acrescentou ? fez questão de estar presente no Exploratório para o festejar num espaço onde os cidadãos com deficiência têm as mesmas oportunidades de aprender e de explorar que qualquer outro. Esta é, aliás, uma preocupação da direcção daquele Centro de Ciência que pretende que aquele edifício, recentemente inaugurado, seja «espaço inclusivo» para toda a população, nomeadamente para as pessoas com Necessidades Educativas Especiais (NEE), «permitindo-lhes a manipulação e proporcionando-lhes mais acompanhamento nas várias experiências», continuou Maria Helena Caldeira, vice-presidente do Exploratório, adiantando que no futuro deverá ser instalado no novo edifício o equipamento especialmente destinado a pessoas com NEE que era utilizado no antigo centro, junto à Casa Municipal da Cultura. ?A desvalorização do homem nada acrescenta à sociedade? Durante a cerimónia de entrega de diplomas José Barros defendeu a inclusão de pessoas com deficiências nos CNO Susana Ramos A Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) assinalou, ontem, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência numa cerimónia oficial de entrega de 72 certificados do seu Centro de Novas Oportunidades. Na Quinta da Conraria, perto das 16h00, os presentes aguardavam ansiosos a entrega dos certificados de 9.0 ano de escolaridade. José Mendes Barros proferiu o discurso de abertura da cerimónia, onde manifestou agrado não só pela qualificação dos formandos, como também pelo facto de num mesmo espaço trabalharem pessoas com diferentes limitações. «Nenhum de vós se terá seguramente importunado de receber formação num espaço que, à partida, não vos estaria destinado, o que, no âmbito da política organizacional, vem confirmar a exclusão como um preconceito sem sentido. A desvalorização do homem nada acrescenta à sociedade», afirmou o presidente da APCC defendendo a inclusão e a partilha no trabalho e formação. Note-se que o CNO da APCC é um dos seis centros inclusos existentes no país e que engloba o atendimento a cidadãos com deficiência, acolhendo também a população - todos os adultos com idade igual ou superior a 18 anos que não possuam o 4.0, 6.0, 9.0 ou 12.0 ano de escolaridade e/ou qualificação profissional - sem qualquer tipo de deficiência. Dos 72 diplomados, seis têm dificuldades cognitivas. Com cerca de um ano e meio de funcionamento, o CNO da APCC já formou 154 cidadãos, incluindo pessoas com paralisia cerebral, ou com dificuldades cognitivas (surdez e baixa visão). Na iniciativa valorizou-se o trabalho e formação conjunta de cidadãos sem deficiências e cidadãos portadores de algum tipo de deficiência como uma mais-valia para qualquer das partes. «Quantos artistas, escritores, políticos, professores, médicos se terão perdido por falta de oportunidade? Não importa se o que os distinguia eram as suas diferenças físicas, ou sociais, mas sim se ficamos menos ricos por os termos perdido», acrescentou José Mendes Barros, defendendo que todos os cidadãos devem ter as mesmas oportunidades. Ate ao momento 1842 pessoas com deficiências encontram-se inscritas nos centros de Novas Oportunidades. Na Quinta da Conraria, entre os convidados, estiveram presentes Luís Capucha, presidente da Agência Nacional para a Qualificação e o governador civil, Henrique Fernandes que congratulou a iniciativa como uma boa escolha para as comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=5166&Itemid=135 Luís Barata
Universidade de Coimbra ? Administração Departamento Académico ? Divisão Técnico-Pedagógica Apoio Técnico-Pedagógico a Estudantes Deficientes Palácio dos Grilos ? Rua da Ilha | 3000-214 COIMBRA ? PORTUGAL Tel.: +351 239 857 000 | Fax: +351 239 857 012 E-mail: atped@dtp.uc.pt www.uc.pt/depacad/atped | www.uc.pt/administracao Este e-mail pretende ser amigo do ambiente. Pondere
antes de o imprimir!
A Universidade de Coimbra dá preferência a produtos e serviços com menor impacto ambiental. |
Mensagem anterior por data: [Atped] Fw: "CORREIO DO MONDEGO" Porto: Metro cria serviço inovador de apoio a cegos | Próxima mensagem por data: [Atped] Fw: [Jbuc] Orquídeas em Dezembro- Exposição e ateliê - JardimBotaniCOI 12-13 DEZ 09 |
Mensagem anterior por assunto: [Atped] Diário de Coimbra - coimbra Reconhecido o mérito de empregar pessoas com deficiência | Próxima mensagem por assunto: [Atped] Diário de Coimbra - Comboios de novo até à Estação Nova |