[Atped] Diário de Coimbra - Comboios de novo até à Estação Nova

[luís barata <lbarata@ci.uc.pt>]

CP REPÔS OFERTA QUE TINHA SUPRIMIDO EM 2009
Comboios de novo
até à Estação Nova


Transbordo em Coimbra B já não é necessário, voltando-se à oferta que havia
em 2009
Centenas de pessoas regressaram ontem à estação de Coimbra A, sendo quase
unânimes em congratular-se com a reabertura da circulação ferroviária entre
Coimbra B e o centro da cidade (Coimbra A).
«Isto faz uma falta enorme às pessoas», declarou à agência Lusa Manuel
Pinto, utente dos comboios, indicando que o encerramento do troço urbano
entre Coimbra B (estação Velha) e Coimbra A (estação Nova) «tira à cidade de
Coimbra a pouca vida que já tem».
A circulação ferroviária entre as duas estações foi ontem restabelecida um
mês após ter sido suspensa devido a um problema num pilar de acesso
rodoviário à Ponte Açude sobre o rio Mondego.
Com evidentes vantagens para os passageiros, a CP repôs a circulação neste
percurso ao nível da que existiu até ao final de 2009, então reduzida devido
a obras na ferrovia em Coimbra B (Linha do Norte) e na perspectiva do
arranque de novas empreitadas do projecto do metro ligeiro de superfície.
«Concluídos os trabalhos de reabilitação do pilar P4 do viaduto de acesso à
Ponte Açude, (.) estão reunidas todas as condições de segurança para o
restabelecimento da circulação ferroviária», anunciou a Estradas de
Portugal.
Para o passageiro Manuel Pinto, a reabertura da circulação de comboios
«facilita muito a vida das pessoas e dá vida à cidade».
«Ninguém está interessado em que isto saia daqui, só mesmo quem quer deitar
abaixo a cidade e dificultar a vida dos conimbicenses», acrescentou.
Também a reformada Bom Sucesso Neves, residente em Alfarelos, concelho de
Soure, está satisfeita com a reposição da circulação ao nível de 2009, com
os comboios a chegarem novamente à Baixa.
«Tinha aquela dificuldade de não ir logo directamente para Alfarelos»,
disse.
Em 17 de Julho, quando começaram os trabalhos de reabilitação do pilar do
viaduto sobre o Mondego e o caminho-de-ferro, a circulação regular de
comboios (designadamente os regionais da Linha do Norte e da Linha da
Figueira da Foz, via Alfarelos) quedava-se há vários meses em Coimbra B.
A ligação ao centro da cidade (Coimbra A) era então assegurada por comboios
adstritos apenas a essa missão, obrigando ao transbordo em Coimbra B.
O taxista Armando Ferrão confirma que houve na zona um aumento da procura
deste meio de transporte nos últimos meses, tendo-se registado um primeiro
decréscimo de clientes há um mês, quando os Serviços Municipalizados de
Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) disponibilizaram mais autocarros no
canal de Coimbra B a Coimbra A.
O protocolo assinado na altura entre os SMTUC e a CP «traduziu-se em menos
actividade» para os taxistas, segundo Armando Ferrão, uma tendência que
deverá acentuar-se a partir de agora, «com este regresso à normalidade».
Há dois meses, a Metro Mondego admitiu o eventual adiamento ou cancelamento
de empreitadas do metro ainda por lançar, designadamente na parte urbana do
Ramal da Lousã (que integra o troço Coimbra A - Coimbra B), na sequência das
restrições financeiras do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC).
A partir de 17 de Julho, a CP e os SMTUC acordaram um serviço alternativo de
autocarros, coincidindo com um maior congestionamento do tráfego automóvel
na Baixa, entre aquelas duas estações de comboios.