Investigadores nacionais criaram sistema portátil
para deslocação na via
pública para invisuais Vila Real, 22 fev (Lusa) - Um grupo de investigadores de várias entidades nacionais anunciou hoje a criação de um sistema portátil para ajudar pessoas cegas a deslocarem-se na via pública, detetando obstáculos ou ajudando a contornar passeios ou fachadas. O Blavigator é, segundo os seus criadores, "um auxílio barato e fiável para a navegação dos cegos", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia em cerca de 82 mil euros. O projeto uniu investigadores do Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão, sedeado no Instituto Superior de Engenharia do Porto (GECAD/ISEP) , do Centro de Investigação Tecnológica do Algarve, da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), das universidades do Algarve e de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e do Instituto de Sistemas e Robótica. Segundo João Barroso, investigador do GECAD e docente da UTAD, as pedras soltas na típica calçada portuguesa, objetos estáticos como bancos, postes, canteiros de plantas, e objetos em movimento como pessoas ou animais, nomeadamente os que se encontram em rota de colisão podem, em breve, deixar de ser um problema para os invisuais. A solução passa pela criação de dispositivos acessíveis à maioria das pessoas cegas e que permitam uma melhor circulação pela via pública, ou mesmo em centros comerciais, através de uma informação constante acerca do trajeto, distâncias e obstáculos. De acordo com um comunicado enviado hoje à imprensa, apesar de já existirem vários trabalhos na área, não existe, no entanto, nenhum equipamento comercial que possa ser adquirido a um preço acessível. Este projeto integra várias tecnologias, tais como informação georreferenciada, GPS e visão por computador de forma a detetar obstáculos e transmitir essa informação ao utilizador. A ideia é desenvolver um protótipo que custa menos de 400 euros e que pode ser facilmente montado por um técnico. Segundo os criadores, o sistema será muito "leve, robusto, fácil de colocar e transportar e nunca se tornará um obstáculo na locomoção". Outra das preocupações dos investigadores é a interface com o utilizador, cuja fala será baseada num mínimo de perguntas e em instruções simples de forma a não perturbar a navegação com a bengala, nem distrair a atenção do som ambiente. O alerta ao utilizador será feito com um mínimo de sons possível. Com o objetivo de melhorar a utilização do equipamento, o grupo de investigadores do Blavigator vai discutir com os utilizadores finais, em colaboração com a ACAPO, funções adicionais, como a deteção de passadeiras e o seu atravessar dentro dos limites, sobretudo em cruzamentos que não têm sinalização sonora. PLI. *** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico *** Lusa/fim. FONTE: http://noticias. pt.msn.com/ Sociedade/ article.aspx? cp-documentid= 152269119 Luís Barata
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