ISS reconhece insuficiência das
respostas a pessoas com deficiência
Ontem
ALFREDO MAIA O presidente do Instituto de Segurança Social considerou ontem, sábado,
necessário garantir que as pessoas com deficiência tenham acesso a
formação adequada às suas capacidades e que o Estado assegure uma prestação
social digna aos que não consigam gerar rendimentos. Trata-se
de um "dever de reparação da condição" da incapacidade, disse Edmundo
Martinho, recordando estar sobre a mesa a criação, até ao final da legislatura,
de uma nova prestação social que "coloque acima do limiar da pobreza as
pessoas totalmente incapazes de gerar rendimentos". A
alteração representará um elevado esforço financeiro, porque significa passar
dos cerca de 190 euros mensais do actual subsídio mensal vitalício para um
valor superior aos 405 euros convencionados presentemente como o rendimento per
capita abaixo do qual se considera estar em situação de pobreza. Participando
num painel sobre o tema "Depois da escola, que lugar para as pessoas com
deficiência?", no âmbito de um seminário organizado pela Federação
Concelhia das Associações de Pais do Porto, reconheceu que as respostas sociais
são ainda "insuficientes" e que falta planificação, designadamente em
equipamentos de formação profissional e de apoio, como lares residenciais e
centros de actividades ocupacionais (CAO). A
insuficiência de centros deste tipo foi um dos pontos em destaque no debate
(ler "caixa"), reconhecendo-se que persistirá mesmo com os 120 novos
equipamentos que deverão ser construídos nos próximos dois ou três anos (depois
de amanhã, vão ser assinados acordos com instituições para instalações no valor
de 80 milhões de euros). Na
presença de várias organizações de pais e amigos de pessoas com deficiência,
Edmundo Martinho observou que "os tempos são difíceis", mas apelou ao
movimento associativo para que lute contra "eventuais tentações de recuo
ou travagem no apoio às pessoas com deficiência ou incapacidade" e para
que "não deixe que os recursos desçam". Propondo
um debate crítico aberto e reconhecendo uma excessiva "fragmentação"
nas respostas sociais, o presidente do ISS disse que o sistema de prestações é
"um labirinto ininteligível que é difícil explicar", mas prometeu
clarificá-lo e harmonizá-lo. Ouviu
também críticas e reparos, como aos atrasos nas ajudas técnicas (próteses ou
cadeiras de rodas, por exemplo) e nos subsídios de educação especial (para
contratação de técnicos pelos pais quando as escolas não os asseguram), ou
falta de verbas e meios oficinais nas escolas para a formação e falta de
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