A
primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior público
arranca hoje e termina a 23 de Julho e os resultados das colocações serão
conhecidos a 13 de Setembro.
Segue-se uma segunda fase de candidaturas às vagas das instituições que
ficaram por preencher na primeira fase entre 13 e 17 de Setembro. Os
resultados serão conhecidos no dia 29 do mesmo mês.
Haverá ainda uma terceira fase com candidaturas entre 7 e 11 de Outubro e
resultados a 16.
Os cursos de Direito na Universidade de Lisboa e de Enfermagem na
Universidade de Coimbra voltam a ser os que mais vagas oferecem para o próximo
ano lectivo, com 450 e 330 lugares, respectivamente.
No total das licenciaturas de Direito disponíveis no ensino público,
incluindo no regime pós-laboral, nas universidades de Lisboa, Porto, Coimbra,
Minho e Universidade Nova de Lisboa estão disponíveis 1330 vagas, mais cem do
que no ano anterior.
No caso do curso de Medicina, estarão disponíveis 1661 vagas, das quais 1516
serão atribuídas por concurso nacional, dez através do concurso para as
escolas superiores militares e 135 através de concursos para licenciados.
A oferta de formação em horários pós-laborais voltou a registar um
crescimento, já que no próximo ano lectivo haverá 5870 vagas em 180 cursos.
Em 2009 eram 4270 vagas em apenas 45 cursos.
Ministro justifica
aumento de vagas e garante internato para médicos
O ministro do Ensino Superior, Mariano
Gago, negou hoje que o aumento de vagas para os cursos de Medicina e Direito
não corresponda a saídas profissionais, depois dos receios e críticas
manifestados pelos bastonários destas duas áreas.
"Houve um esforço enorme das instituições públicas de Ensino Superior no
aumento do número de vagas", disse o ministro em conferência de
imprensa, acompanhado pelo presidente do Conselho de Reitores das
Universidades Portuguesas (CRUP), António Rendas, e pelo presidente do
Instituto Politécnico de Portalegre, Joaquim Mourato, em representação do
Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).
O ministro frisou que das 2068 novas vagas este ano para o Ensino Superior,
1600 são em regime pós-laboral, o que corresponde a uma necessidade do país e
reflecte a procura dos adultos.
"Há uma procura crescente e significativa de pessoas na sociedade
portuguesa que estão a trabalhar e querem melhorar as suas qualificações. São
elas que sabem", afirmou o ministro.
"No concurso nacional de acesso há mais 26 vagas em Medicina: 25 na
Universidade da Beira Interior e uma na Universidade de Coimbra",
referiu, acrescentando que relativamente aos cursos para licenciados, como na
Universidade do Algarve e noutras faculdades de Medicina, no ano passado
entraram 118 licenciados. São colocadas a concurso 135 vagas este ano.
Segundo o ministro, o grande aumento de vagas para licenciados vai
verificar-se no próximo ano, com a abertura de um novo curso de Medicina na
Universidade de Aveiro, que começará dentro de um ano com 40 vagas para
licenciados e com o aumento da capacidade de inscrição de estudantes da
Universidade do Algarve, também nesta área, que passará de 32 para 64, além
de por lei Portugal ser pela primeira vez obrigado a aumentar o número de
vagas para licenciados.
O ministro garantiu vagas de internato, afirmando ter obtido hoje mesmo essa
confirmação da ministra da Saúde, Ana Jorge, depois de ler as declarações do
bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, que manifestou receios a esse
nível quando questionado sobre o aumento do número de vagas em Medicina.
"Todos os cidadãos sabem que precisamos de mais médicos, senão não era
preciso virem médicos estrangeiros", declarou.
Mariano Gago destacou a capacidade das faculdades portuguesas para formar
esses profissionais. Frisou ainda que são as instituições a decidir o número
de vagas, em função da capacidade que têm, e não o Ministério.
Nos cursos de Direito, o ministro justificou o aumento de cerca de cem vagas,
muito também em consequência do regime pós-laboral.
O curso de Direito, disse, dá uma valorização para várias profissões tanto no
sector público como privado e não apenas para exercer como advogado.
"Esta ideia antiga de que os cursos correspondem imediatamente às
profissões, hoje em dia não corresponde à realidade", defendeu.
"É essencial termos a noção da enorme carência de licenciados que temos em Portugal. Em vez de
termos dois milhões, como outros países desenvolvidos, temos um milhão",
sustentou.
(In “Eduacare”, Lusa)
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