A taxa
de abandono escolar em Portugal em 2009 só é igualada pela Espanha (31,2%) e
superada por Malta (36,8%). Os restantes 27 países da União Europeia (UE)
apresentam valores inferiores, desde a Itália (19,2%) à Eslováquia (4,9%).
Por seu lado, a média de abandono escolar precoce dos 27 países da União
Europeia situou-se em 14,4% em 2009, menos 0,5% do que em 2008. A meta para 2020 é
a redução para os 10 pontos percentuais.
O Eurostat divulgou hoje dados relativos ao abandono escolar na última década
na UE, no contexto da Europa 2020,
a "estratégia para o crescimento sustentável e
inclusivo" e que traça metas em diversos indicadores.
Segundo o Eurostat, o abandono escolar precoce em Portugal era de 46,6 pontos
percentuais em 1998, passando para 41,2 em 2003, 38,8 em 2005, 39,1 em 2006,
36,9 em 2007 e 35,4 em 2008. O abandono escolar desceu assim quase 13,7
pontos percentuais em dez anos em Portugal, sendo mesmo a redução mais
acentuada em toda a União Europeia.
República Checa (5,4%), Lituânia (8,7%), Luxemburgo (7,7%), Áustria (8,7%),
Polónia (5,3%), Eslovénia (5,3%) e Finlândia (9,9%) são países que já
apresentam taxas inferiores à meta de 10% traçada pela União Europeia para
2020.
A taxa de abandono escolar precoce reporta-se a pessoas com idades entre os
18 e 24 anos que não completaram o Ensino Secundário, nem estão inscritos em
acções de educação e formação.
Ministério quer taxa de abandono escolar inferior a 15% em 2020
O Ministério da Educação pretende que em 2020 a taxa de abandono
escolar em Portugal seja inferior a 15%, revelou ontem à agência Lusa a
ministra Isabel Alçada.
Isabel Alçada sublinhou que "Portugal registou de 2008 para 2009 a maior subida da
década", sendo de toda a União Europeia o país com melhor performance.
"Reduzimos [a taxa de abandono escolar] 4,2 pontos percentuais, o que
significa que mais 32 mil pessoas completaram o Ensino Secundário ou estão em
sistemas de educação e formação. Isto representa um progresso imenso",
comentou em declarações à Lusa.
Recordando que Portugal pretende uma escolaridade obrigatória de 12 anos,
Isabel Alçada traçou como meta para 2020 "um máximo de 10% a 15% de
portugueses" sem o 12.º ano completo.
A nível dos 27 países da União Europeia, a meta para a próxima década é uma
redução para os 10%, quando em 2009
a média europeia se situou nos 14,4%, menos 0,5 pontos
percentuais que em 2008.
"Os países trabalham com gabinetes de investigação que permitem traçar
metas com uma expectativa realista. O nosso país tinha uma situação
desfavorável, mas somos o que está a melhorar a um ritmo mais acelerado.
Esperamos que a meta europeia e portuguesa se cumpra", declarou a
ministra portuguesa.
Para Isabel Alçada, os valores registados por Portugal significam que "a
oferta do Ensino Secundário é atractiva para os jovens e adultos
portugueses", mostrando que o país "pode alinhar na estratégia
europeia que pretende que haja cada vez menos adultos a sair do sistema
educativo antes de completar a escolaridade obrigatória".
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