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[Atped] Diário de Coimbra - Coimbra Equipamentos desportivos continuam de difícil acesso a deficientes

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Subject :   [Atped] Diário de Coimbra - Coimbra Equipamentos desportivos continuam de difícil acesso a deficientes
From :   luís barata <lbarata@ci.uc.pt>
Date :   Wed, 21 Jul 2010 09:42:54 +0100

        Escrito por Patrícia Isabel Silva
Coimbra
Equipamentos desportivos
continuam de difícil
acesso a deficientes
No Clube Fluvial, a rampa da entrada não está devidamente dimensionada e a
casa de banho para deficientes é utilizada para arrumos. No Complexo de
Piscinas Olímpicas e nas outras duas piscinas - Rui Abreu e Luís Lopes da
Conceição -, assim como no Pavilhão Multidesportos há escassos reparos a
fazer em termos de acessibilidades, mas o mesmo não se pode dizer do
Pavilhão dos Olivais, onde faltam meios elevatórios e muitos dos degraus não
cumprem as medidas regulamentares. No Estádio Universitário escasseiam
instalações sanitárias adaptadas, no Cidade de Coimbra assinala-se a
ausência de estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida e no Sérgio
Conceição, o principal problema é o acesso às bancadas.
Este é o diagnóstico a que se chegou em nove espaços dedicados à prática
desportiva da cidade de Coimbra, no âmbito do Plano Sectorial de Promoção de
Acessibilidade, a que o município concorreu, à semelhança de mais de 40
autarquias do país, escolhendo como tema o Desporto.
Os estudos estão feitos, as deficiências apontadas e as respectivas
recomendações assinaladas, ficando agora o documento, ontem apresentado, ao
dispor da Câmara Municipal como suporte ao planeamento.
Além dos equipamentos desportivos, o plano incidiu também nas áreas
envolventes, uma vez que outro dos objectivos é dotar a cidade de uma rede
de percursos acessíveis em torno desses espaços desportivos e de lazer,
entre o Estádio Cidade de Coimbra e o Universitário.  E são vários os
"pontos negros" identificados, especificamente ao nível de barreiras
urbanísticas e arquitectónicas.
Na Rua do Brasil, os passeios são subdimensionados e as passadeiras são
escassas, tal como na Rua dos Combatentes ou na Avenida Emídio Navarro. Os
rebaixamentos mal construídos são recorrentes e a informação para invisuais
em toda a área analisada é inexistente, inviabilizando a deslocação em
segurança, destaca o estudo, coordenado pela engenheira civil Paula Teles.
Há ainda caldeiras de árvores mal posicionadas, escadas perigosas,
pavimentos degradados, abrigos de transportes públicos e candeeiros de
iluminação pública no meio dos passeios, árvores a obstruir a passagem de
peões, assim como mupis, sinais de trânsito, bocas de incêndio, contentores
do lixo, gradeamentos ou cabinas telefónicas. Depois há outro tipo de
barreiras, como o estacionamento abusivo no passeio e obras.
Identificados os problemas, são sugeridos quatro tipos de intervenção, desde
a relocalização ou remoção simples de barreiras ao reperfilamento de vias,
chegando-se a um relatório de custos que poderá rondar os 150 mil euros.
O estudo incidiu ainda sobre a rede de transportes, comunicação,
infoacessibilidade e sistemas de informação geográfica, com um conjunto de
propostas que, segundo o vereador Luís Providência, vão permitir uma
«evolução qualitativa dos equipamentos» e contribuir para «uma sociedade
mais justa, com melhor qualidade de vida para todos».
"Uma questão
de mentalidade"
Terminada a primeira fase, o Governo lançou recentemente novas candidaturas
para planos de acessibilidade, com um novo programa, denominado "Rampa". Com
verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional, dispõe de uma dotação
orçamental de 14,8 milhões de euros, ao qual as autarquias podem concorrer.
«Não me venham dizer que depois não têm dinheiro para executar. A diferença
para as novas intervenções está à beira de um simples lápis e borracha. É
uma questão de mentalidade», adiantou a secretária de Estado da
Reabilitação.
Idália Moniz afirmou que planos como o que ontem foi divulgado demonstram
que «há vontade de fazer e um olhar estratégico para a questão das
acessibilidades», porque, continuou, «não vale a pena dizermos que os
governos não fazem, as autarquias não fazem, quando, enquanto cidadãos somos
nós os primeiros a não querer fazer. Acho que a causa da acessibilidade é
uma causa muito fácil de aderir. As pessoas acham que as acessibilidades
devem existir para todos, mas é uma causa muito difícil de executar».
A secretária de Estado realçou os nove milhões de euros que permitiram a
realização de vários planos em todo o país, mas chamou a atenção para o
passo seguinte, o da execução. «Nós temos muito boas práticas de municípios
que depois dos planos feitos, depois de levantadas as necessidades, à medida
que vão tendo folgas orçamentais, vão intervindo. É muito interessante como
estes planos de acessibilidade têm trazido para o território a necessidade
de planear as intervenções e respeitarmos as acessibilidades», adiantou.
Todavia, «não chega apenas ter programa, financiamento, vontade política, se
cada um de nós, enquanto cidadãos, não souber qual é o seu papel», alertou
Idália Moniz, frisando que o que estão em causa são «direitos fundamentais».
 
Luís Barata
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