Canguru gigante e sem bolsa foi das principais atracções do cortejo da Latada. O boneco foi a imagem escolhida para dar forma ao descontentamento dos estudantes O corte nas bolsas e as opções do Orçamento de Estado para 2011 estiveram na mira dos estudantes no cortejo de 2010 da Festa das Latas e Imposição de Insígnias. Uns mais inspirados que outros, uns com mais lata(s) do que outros, não pouparam críticas ao «lobo mau» José Sócrates e aos ministros das Finanças e do Ensino Superior, Teixeira dos Santos e Mariano Gago. Com mais de duas horas e meia de atraso relativamente à hora marcada, o cortejo saiu do Largo D. Dinis, com um canguru com mais de dois metros, sem bolsa, a abrir e a passar a mensagem de que os estudantes sem bolsa são «obrigados a saltar do ensino superior», explicou Miguel Portugal, que tal como outros elementos da Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) fizeram o percurso de mãos atadas. Tudo, a chamar a atenção para os problemas, principalmente, dos estudantes, decorrentes da polémica lei de 70/2010 e do novo regulamento para atribuição de apoio, adiantou o dirigente. ?A bolsa ou a vida!?. Quem o dizia eram João Silva e André Guimarães, caloiros de Direito, mas com a máscara de Mariano Gago e munidos com pistolas de plástico e um saco cheio de dinheiro. Depois surgiram os ?Sócrates Busters? com «cortes porreiros, pá». «Queres bolsa? Suborna-me», lia-se numa mensagem exibida por uma diabinha de Psicologia, de nome Tânia Reis, que, apesar de ser de Cantanhede, nunca tinha assistido a um cortejo da Latada. «Ainda estou um bocadinho à toa. É tudo novo», confessava ao Diário de Coimbra, preferindo, para já, não pensar nas dificuldades que possam surgir depois de terminar o curso. Mesmo assim, há quem já pense nessa possibilidade, porque «Psicologia, desemprego em demasia» ou «E depois do mestrado? Caixas do Continente». Nem só de diabinhas se fez o cortejo dos estudantes de Psicologia. Não faltaram minis, mas o mesmo não se pode dizer do Mickey, que teve de ficar «na fila da secretaria». Entre cânticos, litros e litros de cervejas e outras bebidas alcoólicas, o cortejo foi descendo, muitas vezes disperso, até à Portagem, onde os caloiros receberam o baptismo com direito a água do Rio Mondego. Este ano, devido às obras da Rua Alexandre Herculano, o trajecto teve alterações e sofreu um desvio pela Castro Matoso. Os residentes do Solar dos Symbas não quiseram desperdiçar a ?honra? de ver passar os colegas por ali e decidiram assistir à festa como se estivessem Entre uma e outra trinca no nabo, com as latas a ouvirem-se de vez em quando ? porque são cada vez menos os estudantes que recorrem a elas ?, caloiros e ?doutores? colocaram a criatividade à prova. Não faltou a família amarela mais famosa do mundo ? Os Simpsons ?, a alegria habitual dos estudantes de Desporto, um reparo a quem no cortejo da Queima das Fitas usou cachecóis do Benfica, estudantes de Medicina a carregar uma cruz (carregada de cerveja) e até um pastor e a ovelha, que apesar de branca, «está perdida». A jovem ovelha, Fabiola, é venezuelana e está a estudar Arquitectura. Para ela é tudo novo, mas Coimbra, até ao momento, está a superar todas as expectativas que tinha, enquanto estava do outro lado do oceano. Já para Manuel Henriques, de 68 anos, a Latada já pouco o surpreende. Há anos que vem de Semide assistir à festa dos estudantes e, desta vez, não podia faltar, afinal fazia questão de ver o sobrinho e
afilhado, que está se foi rindo com uma outra ?saída? da juventude. Não lhe terá passado ao lado o conselho de um jovem com um megafone: «Continuem a votar no PS e depois digam que ficam mais magros». De penico em punho, os caloiros bem se esforçaram por conseguir alguns trocos para pagar o jantar aos padrinhos, mas, em tempos de crise, os euros que esperavam, por vezes, não passaram de cêntimos. Já passavam das 16h30 quando os primeiros saíram da Alta e quando os últimos estudantes chegaram à beira-rio já o sol se tinha posto há muito. Para a maioria, a festa continuou na Praça da Canção, com a boa disposição de Quim Barreiros. Protesto contra condições das residências A Plataforma das Residências juntou-se ao cortejo da Latada para chamar a atenção para o estado de degradação das residências de estudantes da Universidade de Coimbra. ?O estado das residências põe-me Gago?, lia-se na faixa que exibiram, exigindo também mais financiamento e menos burocracia. Hugo Ferreira, porta-voz da plataforma, elogia as unidades recentes, mas alerta para o facto de as mais antigas apresentarem condições que colocam em risco o sucesso escolar dos moradores. Uma das que, segundo o estudante apresenta pior estado é a Residência Feminina de S. Salvador, para a qual reverteu um peditório que foi realizado durante a tarde. Luís Barata
Universidade de Coimbra ? Administração Departamento Académico ? Divisão Técnico-Pedagógica Apoio Técnico-Pedagógico a Estudantes Deficientes Palácio dos Grilos ? Rua da Ilha | 3000-214 COIMBRA ? PORTUGAL Tel.: +351 239 857 000 | Fax: +351 239 857 012 E-mail: atped@dtp.uc.pt www.uc.pt/depacad/atped | www.uc.pt/administracao Este e-mail pretende ser amigo do ambiente. Pondere
antes de o imprimir!
A Universidade de Coimbra dá preferência a produtos e serviços com menor impacto ambiental. |
Mensagem anterior por data: [Atped] O que é a cromoterapia | Próxima mensagem por data: [Atped] Dinamização da mailinglist de Novembro de 2010 |
Mensagem anterior por assunto: [Atped] Diário de Coimbra - Estudantes conselheiros levaram reitor a almoçar à cantina | Próxima mensagem por assunto: [Atped] Diário de Coimbra - Estudantes escolheram comissários para a Queima das Fitas 2011 |