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[Atped] Fw: Ponto e Som - 142 e 143 de Julho e Outubro de 2009

To :   <atped@ml.ci.uc.pt>
Subject :   [Atped] Fw: Ponto e Som - 142 e 143 de Julho e Outubro de 2009
From :   luís barata <lbarata@ci.uc.pt>
Date :   Fri, 26 Nov 2010 14:00:38 -0000

Reencaminhamos os últimos dois números da revista "ponto e som" publicada pela área de leitura para deficientes visuais da biblioteca nacional.
Luís Barata
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Apoio Técnico-Pedagógico a Estudantes Deficientes
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----- Original Message -----
Sent: Friday, November 26, 2010 12:26 PM
Subject: Ponto e Som - 142 e 143 de Julho e Outubro de 2009

Ex.mo(a) Sr.(a)

 

Envio em anexo o ficheiro correspondente à revista Ponto e Som Nºs 142 e 143 de Julho e Outubro de 2009.

 

Com os melhores cumprimentos,

 

 

Maria Aldegundes M. P. Martins

Biblioteca Nacional de Portugal

Área de Leitura para Deficientes Visuais

Campo Grande, 83, 1749-081 Lisboa

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Title: BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL

 

 

 

BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL

 

 :__BIBLIOTECA NACIONAL DE __PORTUGAL

 

 

Área de Leitura para Deficientes Visuais

 

_ÁREA DE _LEITURA PARA _DEFICIENTES _VISUAIS

 

 

 

PONTO E SOM

 

__PONTO _E __SOM

 

 

 

Cultura e Informação

 

 

 

 

 

Publicação trimestral

 

 

N.ºs 142 - 143

 

Julho - Outubro 2009

 

 

 

A Leitura é uma porta aberta que propicia a sua Integração Social. Leia, leia muito. Não permita que esta se feche para si.

 

 

Biblioteca Nacional de Portugal

Área de Leitura para Deficientes Visuais

Campo Grande, 83, 1749-081 Lisboa

Portugal

 

 Telef.: (351) 21 798 20 00

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FICHA TÉCNICA

 

Responsabilidade Editorial

Isidro E. Rodrigues (coordenação)

Claudino A. Pinto (Colaboração Voluntária)

 

Edição em Livro Braille e Livro Electrónico

 

Processamento e Impressão

José Luís de Almeida

 

ISSN:  Versão Braille: 0874-5420; 

Versão Electrónica: 0874-5447 (texto).

  


 

 SUMÁRIO

 

 

EDITORIAL:

Recordando Filipe Oliva e Orlando Monteiro e não olvidando Fernando Silva

 

 

PRISMA CULTURAL:

 

Mario Benedetti, Poeta uruguaio 1930-2009

 

Obama, the Day After

 

 

VARANDA DO LEITOR:

 

Falso Alarme

 

Na Praia – Ao Sol Poente

 

 

AS NOSSAS COLECÇÕES

 

 
 

 

EDITORIAL

 

 

 

 Recordando Filipe Oliva e Orlando Monteiro

e não olvidando Fernando Silva

   

Isidro E. Rodrigues

 

 

Tentando recuperar tempo no desfasamento da data em que esta Revista deveria ser publicada e aquela em que realmente é distribuída pelos seus assinantes, aglutinamos agora os números correspondentes ao segundo e terceiro trimestres. E, releve-se, foi no início destes que, sucessivamente, se apartaram do nosso convívio terreno, Filipe Oliva e Orlando Monteiro, dois incontornáveis vultos da tiflologia Portuguesa, a quem prestamos a nossa muito simples mas sincera homenagem, extensiva a Fernando Silva, que, falecendo a 01-12-2008 tão discretamente como vivera,, dera início ao desmoronar de um escol que dedicou o melhor da sua existência e saber às causas dos deficientes visuais.

 

 

De Filipe Pereira Oliva Digamos:

 

Em 5 de Outubro de 1934 nascia em Mesquitela, concelho de Celorico da Beira, Filipe Pereira Oliva, que, a 7 de Junho do ano em curso, com 74 anos de idade, desta terra se partiu, como qualquer ser humano, com as mãos vazias de bens materiais, mas que nos deixou um legado cultural de elevado preço.

 

E quem foi este homem, que ao lançar, pela vez primeira, ao mundo o seu grito de alerta, insuflou uma golfada de puro ar serrano que o premiou pelo primeiro acto de heroísmo que acabava de praticar?

 

Que caminhos e veredas percorreu desde o seu nascimento até ao dia em que para sempre nos deixou?

 

Ainda com tenra idade, verificaram os pais que Filipe tinha, se bem que leve, deficiência visual que com o decorrer dos anos se foi agravando. Ora, uma vez que essa deficiência era impeditiva de que o Filipe pudesse fazer uma escolarização regular, igual à das crianças normovisuais da sua idade, foi decidido pelos seus progenitores que o menino devia entrar no Instituto de Cegos Branco Rodrigues, a fim de aí, recebendo uma escolarização cuidada, adquirir aquela utensilagem intelectual que lhe veio a permitir realizar uma vida altamente positiva, a garantir uma existência terrena eminentemente activa, liberta de dependências estigmatizantes, existência ao longo da qual ele demonstrou sem ambiguidades nem tibiezas, ser um cidadão de corpo inteiro, de fino trato e elegante expressão verbal e escrita.

 

Quem com Filipe Oliva privou ou simplesmente teve a oportunidade de o conhecer, sem dúvida nele reconheceu uma arguta inteligência, uma capacidade mental acima da média, um apreciável fairplay  no agir, três elementos que geraram a rígida personalidade que o habilitou, em situações de alguma complexidade, a contornar obstáculos, debelar dificuldades,  a esvaziar  argumentos de opositores.

 

Ingressou, pois, nesse Instituto em 1945, quando tinha já 10 anos de idade e de lá saiu, ainda teenager, no Verão de  1954, trazendo na bagagem cerebral uma escolaridade de qualidade, saberes importantes no domínio das letras, das ciências e da música, a incomparável fortuna de saber usar os dons intelectuais com que a natureza o havia dotado.

 

Da Serra, onde soltara ao vento os seus primeiros vagidos, respirara o fresco e puro ar em pleno ambiente campestre, viajou para a grande Urbe lisboeta,  onde foi criança, adolescente, adulto e homem amadurecido que sempre pautou a sua vida pelo rigor (às vezes excessivo).

 

Até aos 19 anos as suas vivências decorreram, sem sobressaltos, em visitas de férias à sua terra natal e na área da grande Lisboa, principalmente no seio familiar e no Instituto em S. João do Estoril, onde fez uma sólida Instrução Primária e uma apreciável formação musical, complementadas com estudos aprofundados de Português e Francês no Conservatório Nacional de Lisboa no qual, tendo já saído do ICBR, concluiu os Cursos Superiores de Piano e Violino.

 

Com os saberes adquiridos e uma indómita vontade de singrar na vida, mesmo contra ventos e marés, Filipe Oliva, integrando um grupo de valorosos pioneiros dos quais destaco Orlando Monteiro, Vítor Coelho, Francisco Afonso, ajudou a desbravar caminhos conducentes à emancipação das pessoas com deficiência visual.  Intelectualmente munido de armas e bagagens e motivado com a força do colectivo de amigos e agentes educativos solidários, Filipe Oliva fez por inteiro o Curso dos Liceus e, ingressando na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, veio a concluir, em 1972, licenciatura em Filologia Germânica. 

 

 

Paralelamente, militou no tifloassociativismo, conheceu a sua Isabel Teresa em 1959 e com ela casou em 1962, adquirindo o estatuto da paternidade, em 1963, ao nascer a Teresa, e reforçou-o em 1964 com o nascimento do Paulo.

 

Assim, com uma família promissoramente bem  constituída, Filipe Oliva tudo fez para poder evoluir, tanto no domínio da sua valorização intelectual com também na progressão das suas actividades profissionais. Foi telefonista, professor de canto coral e de português, foi cantor no Coro Gulbenkian e, a partir de 1968, ingressou na Biblioteca nacional de Lisboa para assessorar a organização do Serviço para Cegos (hoje Área de Leitura para Deficientes Visuais), de que foi responsável até 1974. ano em que se reformou.

 

Visando o desempenho de qualidade da actividade de Bibliotecário e documentalista Filipe Oliva frequentou o Curso de Ciências Documentais, estudou aprofundadamente  todas as envolvências do Sistema de Leitura e Escrita Braille, procurou sempre adquirir conhecimentos fundamentados no domínio da tiflologia, tanto a nível nacional como internacional.

 

Assim, senhor de saberes especializados inerentes à Deficiência visual, Filipe Oliva   não só conduziu a ALDV a cumprir a sua missão, ou seja, a ser uma entidade de promoção da leitura,  irradiação de cultura e informação, como também  lhe permitiu, integrando a Comissão de Braille, participar com elevado grau de qualidade em acções e eventos  realizados  a favor  da promoção do Braille como Sistema de Leitura e Escrita indispensável à conquista da plena cidadania das pessoas com deficiência visual.

 

Acresce ainda que Filipe Oliva se dedicou em larga medida à escrita, tendo publicado inúmeros estudos, artigos de opinião e de cariz sociológico, proferido conferências, comunicações em seminários e outros eventos similares, e, paralelamente, aceitou a missão de participante activo nas transformações do tifloassociativismo português.

 

Em 1977, quando por mim foi desafiado para encetarmos o primeiro movimento sério  conducente à institucionalização de uma entidade nacional que aglutinasse todas as associações dos cegos portugueses, ele entusiasticamente integrou a Comissão que até 1980 trabalhou afincadamente, elaborando e disseminando os estatutos da almejada Organização dos Cegos Portugueses (OCEP), Procedeu a amplos debates públicos e sessões de esclarecimento acerca do projecto.

 

Em 1987, apesar do desconforto do insucesso anterior, ao ser por mim novamente desafiado para a aventura que, felizmente, foi desta vez bem sucedida, ele não hesitou  e mais uma vez o temos connosco empenhadamente trabalhando  para que a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO)  nasça a 20 de Outubro  de 1989.

 

De Filipe Oliva, porém, aproximava-se, como a tantos outros que ficaram para trás, a hora da ingratidão. Após o trabalho empenhadamente desenvolvido na realização das Assembleias  em que foi deliberada a adesão das três associações à ACAPO, depois de ter participado na assembleia constituinte, integrado a Comissão Instaladora,  colaborando determinantemente na realização do acto Jurídico da institucionalização e ter sido o Primeiro Presidente  da Mesa da magna Assembleia da ACAPO, foi, em 1992, relegado para o plano  em que se inicia o afastamento progressivo dos que não pertenciam à ortodoxia polílitico-partidária dominante.

 

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De Orlando de Jesus Monteiro

 

 

Orlando Monteiro, após doença prolongada a que não conseguiu resistir, encerrou o seu ciclo de vida terrena a 04-10-2009. Foi cremado, em respeito pela sua vontade, e as suas cinzas conservam-se ainda no seio da família que, com sua esposa – Lucília Rego Monteiro – ele constituiu, gerando três filhos – Lina, Elsa e Rui -, seu enlevo e motivo de orgulho que não escondia.

 

Nascido em Setúbal em 28-05-1931, peregrinou 78 anos por veredas, caminhos e estradas, em busca de valorização pessoal e do microcosmos social em que marcou presença relevante, gerando em seu redor boa disposição, alegria, um modo de usufruir a felicidade no seu máximo. Folgazão, pitoresco e, não raro, picaresco, sempre foi um optimista por natureza.

 

Os que com ele conviveram  no Instituto de Cegos Branco Rodrigues, onde adquiriu uma sólida educação e escolarização de qualidade, podem testemunhar que o seu carácter, o seu perfil de esperançoso jovem lutador já então era digno de realce, que a sua alegria de viver era nitidamente detectável com todos os seus tons e cambiantes.

 

Neste Instituto, localizado em S. João do Estoril, em varanda aberta para o Oceano, ele, como tantos outros que tiveram a sorte de por lá passar,  foram preparados para vencer, para fazer face às muitas dificuldades que no futuro os esperavam. Orlando, que aí fizera toda a sua formação musical de base, concluiu no Conservatório Nacional de Lisboa, além dos Cursos de Português e Francês, História da Música e Composição Musical, o Curso Superior de Piano, em que se guindou ao nível dos melhores executantes que no seu tempo cursaram nesta escola superior.     

 

Saindo do ICBR, o Homem em que o jovem Orlando se havia convertido, não mais cessara de procurar singrar na vida, sempre numa atitude demonstrativa de que a deficiência visual não é obstáculo à promoção sócio-profissinal, ao pleno exercício da cidadania dos que por ela foram sujeitos.   

 

Como Habilitações literárias e Profissionais, salientamos a Licenciatura em Filologia Germânica e o Curso de Ciências Pedagógicas (ambos pela Faculdade de Letras de Lisboa);

 

Curso de Bibliotecário Arquivista e Documentalista (Universidade de Coimbra);

 

Curso superior de Piano pelo Conservatório Nacional de Lisboa

 

Curso de Professores e Educadores de Crianças e Adolescentes portadores de deficiência Visual;

 

Curso para dirigentes da Administração Pública (INA);

 

e como Experiência profissional relevamos

 

de 1956-64, exerceu a profissão de pianista;

 

de 1963-64, prof. eventual do ensino secundário, no liceu Camões;

 

em 1965, foi contratado pela Câmara Municipal de Lisboa para organizar uma secção Braille na Biblioteca de Belém, sendo responsável  por esta secção até 1973 e, posteriormente, como Bibliotecário, criou a Biblioteca Municipal de Camões, tendo-se aí mantido até 1977;

 

Nesta data foi destacado para exercer funções no SNR e em 1978 foi nomeado director de serviços do mesmo, vindo a ocupar o lugar de Secretário Adjunto, de 1985 a 1992, cessando o estas funções em Agosto deste mesmo ano, ao regressar à Câmara Municipal de Lisboa, como Bibliotecário Assessor Principal, em que havia sido empossado em 1991;

 

Cumprido um longo e vasto exercício de funções profissionais,  Orlando Monteiro aposentou-se em 1993, tendo deixado a sua marca indelével, na construção de uma sociedade em que as deficiências não mais sejam estigmatizantes, determinem desigualdades de oportunidades, sejam impeditivas do pleno direito à plena cidadania para todos;

 

Sublinhe-se que ele foi o primeiro deficiente visual a ascender a Director de Serviços na Administração,  Pública, que participou em inúmeros eventos nacionais e internacionais em que as problemáticas das deficiências e dos deficientes foram tema, participou na produção de vastos núcleos documentais em que se evidencia a urgência de se gerarem as condições favoráveis ao usufruto de uma vida de qualidade para todos os cidadãos.     

 

Paralelamente importa salientar o muito que realizou no âmbito da tiflologia.

 

Em 1984-1990 foi Presidente da Comissão Braille, mantendo-se nesta qualidade no grupo que concluiu o trabalho deixado incompleto pela referida comissão.

 

Desde os finais da década de 1950, ele manteve uma ligação de significativa proximidade do tifloassociativismo português, tendo incorporado a direcção  da Liga de Cegos João de Deus, presidido à Mesa da Assembleia da Associação de Cegos Luís Braille, e no âmbito geral dos deficientes, no pós 25 de Abril, foi fundador da Associação Portuguesa de Deficientes (APD).

 

Em suma, Orlando Monteiro foi meritório cultor na arte dos sons,  foi um dedicado adepto da tiflologia, em todas as suas vertentes, mas principalmente no âmbito do acesso à digna escolarização e cultura, formação profissional e plena vivência social. Ele foi cidadão de corpo inteiro, amante descomplexado da alegria de viver, contagiando todos os que tiveram a feliz oportunidade de com ele privar.

 

Hironia do destino! É neste ano em que se comemora o Bicentenário do Nascimento de Louis Braille, vulto histórico e revolucionário no progredir dos deficientes visuais para a luz que as acessibilidades à cultura gera, é neste ano em que relevamos o esforço daqueles que projectaram, para futuro, um mundo mais justo, equitativo, em que as oportunidades sejam usufruídas por todos de igual modo, é num ambiente  de alegres celebrações que nos deparamos com a definitiva separação destes três obreiros de Louis Bralle, à memória dos quais Ponto E Som se curva e presta a merecida e justa  homenagem.  

 

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PRISMA CULTURAL

 

 

 

MARIO BENEDETTI

Poeta uruguaio

1930-2009

 

Juan Cruz, In Courrier internacional

Junho 2009

 

 

Morreu Mario Benedetti. O poeta resistente, que viveu o exílio e a doença (uma asma obsessiva), manteve-se sempre firme na «defesa da alegria». Depois de uma agonia causada por uma falha intestinal, que lhe deprimiu os últimos dias, morreu aos 88 anos na sua terra, Montevideu.

 

Nasceu em Paso de los Toros, mas foi a esta cidade, que parece um microcosmos literário, que voltou sempre, de todos os exílios. Era, afinal, de acordo com a sua expressão, um “desexilado”.

 

A sua morte começara a produzir-se há três anos, quando morreu Luz, a mulher com quem partilhou toda a sua vida.

 

Benedetti teve mais alguns momentos de alegria depois disso, como quando a sua última biógrafa, Hortensia Campanella, lhe entregou o manuscrito no qual condensa a vida inteira do escritor. Perante tanto papel, ele ironizou: “Fiz tanto assim?”

 

Mas a sua alma estava ferida. Continuava a escrever poemas, haikus», animado pelo seu editor de poemas, Chus Visor. Tinha a casa cheia de literatura. Antes ela fora inteiramente política, os seus poemas estavam ao serviço da raiva que lhe provocavam as ditaduras do Sul, a sua, a uruguaia, que o perseguiu até à morte, e a argentina, que foi cúmplice da uruguaia e que também o quis matar.

 

Luz foi o seu braço direito. E Palma, Cuba e Lima os seus lugares de exílio. Ficou grato às três, foi grande defensor da Cuba de Fidel, mas jamais utilizou essa afinidade para discutir, principalmente nos últimos tempos, aquilo que se foi desvirtuando na Revolução que ele desejou.

 

Era um homem inteiramente cordial, mas um absoluto tímido. A sua aparência era a de um juiz de paz, mas nunca teve paz dentro de si, nem sequer quando andava feliz de mãos atrás das costas, o olhar filtrado pelas lentes dos óculos e o bigode grande, inalterado ao longo da vida, em que tantos se enamoravam ao mesmo tempo que recitavam os seus poemas ou escutavam as canções que fizeram, a partir dos seus versos, o seu compatriota Daniel Viglietti e o catalão Juan Manuel Serrat.

 

Mario Benedetti era um homem insubornável, o mais comprometido do seu tempo. A sua morte deixa em silêncio melancólico a sua época, o seu exemplo e a raiz dos seus versos. Mas os muitos que o cantam não o deixarão, como ele dizia do verdadeiro amor, na escuridão.

 

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Obama, the Day After

 

Boaventura de Sousa Santos

Visão, Novembro 2008

 

           

A magia e o simbolismo da eleição do Presidente Obama varreram o mundo como um cometa. O clarão da esperança, da vitória contra o racismo, da oportunidade da paz foi tão intenso que, por momentos, o mundo pareceu reconciliado consigo mesmo.

 

Foram momentos breves, mas deram para imaginar a Utopia de uma sociedade mais democrática, sem preconceitos raciais, centrada na busca da paz e da justiça social. Como todas as luzes muito fortes, o clarão cegou-nos para a realidade que estava sentada ao lado da imaginação em pose tão sedutora.

 

No preciso momento em que o mundo assistia comovido ao discurso de aceitação de Obama, na noite de 4 de Novembro, uma festa de casamento, no Norte do Afeganistão, era destruída pelos bombardeiros não tripulados dos EUA, deixando no solo de sangue e roupa de festa 40 cadáveres. Foi o sexto casamento destruído assim, desde a invasão do Iraque.

 

À medida que o clarão se esvai, o mundo respira e prepara-se para um período de alguma suspensão entre as frustrações que se seguem as grandes expectativas e a necessidade de não  fazer juízos precipitados. O mundo a que me refiro não é todo o mundo - não são, por exemplo, os racistas que estão à espera do primeiro sinal para gritar: “Os negros não sabem governar”; são os cidadãos dos EUA e de todo o mundo que, na noite da eleição, rejubilaram com a possibilidade de um mundo melhor. São a esmagadora maioria da espécie humana, mas o seu poder não é proporcional ao seu número.

 

Na área da segurança e da guerra, os motivos de optimismo são: encerramento da base de Guantánamo; abolição da tortura; revogação de cerca de 200 decretos presidenciais que fizeram dos EUA um Estado autoritário, no plano interno, e um Estado pária, no plano internacional; regresso da diplomacia e do multilateralismo. Os motivos de preocupação são, antes de tudo, a guerra. Cumprirá Obama a promessa de retirar as tropas do Iraque em 16 meses?

 

A proposta de promover um acordo entre a Índia e o Paquistão sobre o território de Caxemira (sem consultar os seus habitantes, claro), a fim de o exército paquistanês ficar mais disponível para combater os talibans, além de irrealista, corre o risco de transformar o Afeganistão na guerra de Obama, tal como o Iraque foi a guerra de Bush.

 

Se Usama bin Laden é, de facto, o inspirador do terrorismo, só os talibans o poderão entregar e, para isso, há que negociar com eles, o que não é possível se eles continuarem a ser o inimigo, apesar de controlarem o poder local de mais de metade do país e a sua maior base étnica (os pashtuns) estar repartida entre o Afeganistão e o Paquistão.

 

Quem pode hoje imaginar que o Vietname tenha sido alguma vez uma ameaça comunista a segurança dos EUA? E, no entanto, em nome dela morreram 58 mil soldados norte-americanos e um milhão de vietnamitas.

 

O que se dirá amanhã da «ameaça terrorista» do Iraque e do Afeganistão? No plano internacional, não é seguro que Obama realize a grande viragem no sentido do respeito pelos povos com interesses divergentes dos das multinacionais dos EUA, nem que dê prioridade as boas relações com a Rússia, agora que se sabe que a Georgia foi activamente induzida pelos americanos a invadir a Ossetia do Sul para provocar a invasão russa, donde se esperavam dividendos  para a campanha de McCain; agora que se sabe que a instalação de mísseis a 800 km da fronteira russa foi uma provocação premeditada dos neoconservadores.

 

No plano da economia, a dimensão da crise que se aproxima ainda está por averiguar e a capacidade de manobra de Obama é pequena. Tal como sucede em Portugal, vai recorrer ao investimento público para travar o desemprego. Mas aproveitara a oportunidade para construir um “capitalismo de rosto humano”, tal como fez Roosevelt na crise de 1929 e Reagan e Clinton desfizeram? Em Washington D.C. trabalham cerca 40 mil lobbiyistas, procurando influenciar o voto de 537 representantes do povo para que tal não aconteça

 

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VARANDA DO LEITOR

 

 

 

Falso Alarme

 

Euluso de Nascimento

 

 

Naquela manhã, Henrique Trigueiros mostrava-se particularmente bem disposto. Sentado no jardim, junto ao lago, esfregava as mãos, de contente, enquanto observava os seus três rapazes que, com entusiasmo, jogavam a bola no relvado em frente. Ele aplaudia, frenético, as proezas dos jogadores, expandindo toda a  sua alegria por ver assim felizes os filhos fortes e sadios, que gritavam, saltavam, davam chutos e cabeçadas na bola, dando-se ares de grandes atletas.

 

Nessa manhã, tudo parecia conjugar-se para bem dispor a família, que viera o fim-de-semana àquela aldeia do interior para se refazer das canseiras do dia-a-dia da grande cidade.

 

O céu estava límpido, de um azul  profundo impressionante; a brisa, que soprava da banda do rio, mal agitava a folhagem da verdejante vegetação, que se espraiava por magníficas hortas e várzeas, pela campina que circundava o outeiro em que estava situada a moradia, onde se haviam instalado.

 

Rita, a filha mais velha do casal, estava, com a mãe e a sua irmãzinha, a apanhar sol, deitada na rede que fora armada no eirado, donde se podia desfrutar aquele maravilhoso cenário que os envolvia. Ela folheava um jornal da região, que estava esquecido no cesto das revistas, desde Fevereiro último, e rindo, relê, em voz alta, a notícia que tanto a divertiu.

 

Escrevia o articulista:

 

"Embora pareça anedota inventada o que vai contar-se, não o é. Passou-se, por sinal, algures, aqui no interior e há relativamente pouco tempo.

 

Um grupo de rapazes dirigia-se  apressadamente para a escola, quando, de repente, saltando de um terreno situado ao lado do caminho, um homem, ainda novo, mas de grande corpulência e mau aspecto, as  tenta impedir de prosseguir o seu caminho.

 

Quando isto aconteceu, ia a comandar o grupo um jovem que não teria ainda doze anos.

 

Depois da surpresa inicial, este, que sempre fora habituado a defender-se, logo reagiu e, num golpe, disparou-lhe nos olhos, com a sua bisnaga de carnaval, forte enxurrada de água. O homem, porque não esperava que isto pudesse suceder-lhe, ficou desnorteado e instintivamente, como se se quisesse proteger, desviou-se para a valeta da estrada, sacando do bolso um lenço com que  tentava limpar os olhos e o rosto, que escorriam, e assim  permitiu aos rapazes desfilar em grande correria para a escola.

 

De facto, esta cena picaresca foi para aquele perturbador da ordem pública uma humilhação que nunca, nada nem ninguém lhe havia conseguido infligir.

 

Em grande galhofa rapidamente dali se afastaram, gritando-lhe os insultos que aquele feio latagão merecia e, ao chegarem à escola, esfalfados, mas eufóricos, contaram à professora o sucedido, e esta, bem contente por os seus alunos se terem assim desembaraçado do malfeitor que já há três ou quatro semanas andava por ali, em volta da aldeia, a assustar os miúdos.”

 

Alegremente, Rita continuou a ler, à falta de melhor, o divertido jornaleco. A mãe deliciava-se com os raios de sol que lhe beijavam suavemente a pele, e contemplava a paisagem, de sonho, que dormia a seus pés. A manita, saltitando que nem cabrito farto de leite, não parava, dava gritinhos de contentamento, ia apanhar rubras papoilas e outras flores que a chamavam, corria atrás das lindas borboletas que enxameavam a atmosfera, perfumada por tantas essências campestres.

 

Parecia, neste dia, que nada haveria que provocasse qualquer beliscadura na felicidade daquela família. Contudo, ouve-se tocar o telefone e, pressentindo algo de desagradável, a Rita, saltando da rede, de pronto corre a atender.

 

‑ Estou!

 

Do outro lado, ouve-se a voz do tio Firmino, que diz que a avó fora hospitalizada, em virtude de ter quebrado um braço, quando vinha do mercado.

 

Então, todas as aspirações de bem gozar aquele fim-de-semana alongado se desmoronaram, e a família, à pressa, fez as malas, regressando a casa. Enquanto o diabo esfrega um olho, cada um arrumou no jeep os seus pertences e, trancadas as portas da moradia, fizeram-se ao caminho, sem demora. Tristes ‑ principalmente os mais novos ‑, disseram adeus àquele recanto de paraíso terrestre, deixado ali, por esquecimento de Deus, e que a loucura dos homens ainda não destruira por completo.

 

Rodando sempre a velocidade razoavelmente acelerada, mas conduzindo com toda a segurança, para não pôr em perigo as sete vidas em viagem, deixaram para trás a Beira-Baixa, atravessam o Ribatejo e, em breve, chegarão a Lisboa.

 

Entram em casa, ainda o sol vai alto, e ficam pasmados, ao encontrar sentados na sala de estar, vendo televisão, o tio Firmino e a avó. Afinal, o que quer dizer tudo isto? Interrompemos bruscamente o nosso rico fim-de-semana e lançámo-nos numa correria louca, porque tu, meu estúpido, nos afligiste desnecessariamente, ao telefonares para nos comunicar que a mãe estava hospitalizada ‑ desabafou, furiosa a mulher de Henrique Trigueiros.

 

Com esta entrada tempestuosa, gerou-se o caos total, com todos a gritar ao mesmo tempo, sem dar ouvidos a nada nem a ninguém.

 

Ouvindo um tal banzé, o cão (um Husky Siberiano) corre da cozinha e, aos saltos, cheio de saudades ‑ de todos - mas principalmente das crianças ‑, lambe uns, mordisca outros, empina-se a Henrique para lhe lamber a cara.

 

Surpreendidos pela entrada em cena de tal mensageiro da paz, o ambiente caótico é substituído por uma atmosfera risonha, um clima propício ao apaziguamento. Então, graças ao cão amigo, tudo se pode agora explicar: a confusão surgira, porque a vizinha Gilda, que costuma confundir tudo, viera dar essa falsa notícia. Ora, como apurara o tio Firmino, ao ir ao encontro da sua mãe, o acidente fora com a D. Emília, a moradora do apartamento contíguo.

 

O tio Firmino, quando soubera a verdade, telefonara para eles, mas já era tarde. Eles tinham já partido, rumo à casa materna.

 

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Na Praia – Ao Sol Poente

 

Euluso de Nascimento

 

 

Certa tarde de sol suavemente quente mesmo à hora em que o astro-rei, em toda a sua magnificência ultrapassara já a metade do percurso descendente para mergulhar, a Ocidente, para lá do horizonte, nas águas profundas do Oceano Atlântico,,  um senhor, de aspecto saudável, alegre e de olhar tranquilo, brincava na praia com um  garoto que não teria mais que uns dez anos. A certa altura o miúdo, estendendo-se na toalha, pergunta-lhe, muito sério e com os olhos bem fixos nos seus:

 

- Oh! Vô, que idade tens tu?

 

Então, este, sorrindo e acariciando a cabecinha do menino, respondeu, formulando, por sua vez, uma outra pergunta:

 

- Mas porque queres agora saber a minha idade? Achas que sou velho demais para brincar assim com uma criança como tu? Pensas que na minha idade eu não deveria já estar aqui a construir castelos na areia, a fazer túneis  secretos à maneira da Idade Média?

 

- Não, vô – retorquiu o menino. - É só para saber se és mais velho que a vozinha.

 

Ao ver assim o seu neto com aquele ar interrogativamente ingénuo, olhou para o mar que se espraiava mansamente em frente e que, ali aos seus pés, tranquilamente beijava o areal, e assim falou:

 

- Bem, deixa-me pensar um momento... Nem sei bem como hei-de começar...

 

Ora bem, meu querido neto! Vamos lá ver se consegues adivinhar a resposta certa. Olha!

 

Nasci antes da televisão, das vacinas contra a poliomielite, das comidas congeladas, da fotocopiadora, das lentes de contacto e da pílula anticoncepcional. Não existiam os aviões a jacto, os cartões de crédito, o raio laser; nem as telecomunicações por satélite. Não se ouvia falar de TGV nem de GPS.

 

Os comboios andavam ainda a carvão, cozinhava-se em fogões a lenha ou a petróleo; a iluminação em muitas casas era conseguida com velas, candeias de azeite, candeeiros a petróleo. As leiteiras vendiam o leite pelas ruas tal como as peixeiras, de canastra à cabeça, vendiam o peixe. O carteiro (que se chamava correio) distribuía a correspondência pelas portas – de mala às costas, andando a pé ou, na melhor das hipóteses, de bicicleta.

 

O comércio fazia-se nas praças ao ar livre, nas feiras, em tabernas e mercearias; a agricultura era feita com sachos, enxadas, charruas puxadas por bois. Os pescadores iam ao mar em toscas bateiras ou, na melhor das hipóteses, em frágeis traineiras. Nas minas, na construção civil, tudo se fazia com picareta, pás, enxadas e outros utensílios de trabalho semelhantes, porque não havia maquinaria como há hoje.

 

O transporte dos mais diversificados produtos era realizado com o recurso a burros, mulas, carroças puxadas por animais e, na falta destes, às costas dos homens e cabeças de mulheres.

 

Não se havia ainda inventado o ar condicionado, as máquinas de lavar louça ou roupa, as de a secar. Esta lavava-se nos rios, ribeiros ou tanques de água; secava-se ao vento e ao sol e, porque não havia ainda ferros eléctricos, era engomada com ferros a carvão.

 

O homem não tinha ainda chegado à lua, nem mesmo se lançara na aventura de lá chegar a ir.

 

Não havia máquinas de escrever eléctricas e muito menos as portáteis. Não existiam calculadoras, computadores ou impressoras computadorizadas e muito menos Internet.

 

Olha, meu amor! mas tínhamos campos verdejantes, lindos pomares por todo o lado, maravilhosos bosques, frondosas florestas, rios de águas límpidas povoadas de peixes de muitas espécies, fontes de águas cristalinas e frescas, mares sem poluição, muito abundantes em peixe. O ar era puro, respirava-se com prazer. Não havia asmáticos como há hoje e o fenómeno alergia era quase desconhecido.

 

“Gay” era uma palavra inglesa que significava uma pessoa contente, alegre e divertida; não homossexual. Das lésbicas, nunca havíamos ouvido falar e os rapazes não usavam piercings.

 

No meu tempo ninguém dizia que a virgindade causava o cancro. As relações sexuais pré-nupciais ou fora do casamento eram condenadas pela opinião pública e não banalizadas como hoje.

 

Até completar 25 anos, dirigia-me a qualquer homem tratando-o por "senhor" e a qualquer mulher por "senhora" ou "senhora dona". A minha geração foi ensinada a diferenciar o bem do mal, a ser responsável pelos seus actos.

 

Acreditávamos que "comida rápida" era o que nós comíamos quando estávamos com pressa.

 

Para nós, ter um bom relacionamento, era darmo-nos bem com a família, os amigos e restantes membros da comunidade; e Tempo compartilhado, significava que a família compartilhava as férias juntos.

 

Não se conhecia telefones sem fio e muito menos os telemóveis, e nunca havíamos ouvido falar de música estereofónica, rádio FM, cassettes, CDs, DVDs.

 

Aos relógios dava-se corda a cada dia que passava. Não existia nada digital, nem os relógios nem os indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem as máquinas.

 

Falando de máquinas, não existiam  as cafeteiras automáticas, os fornos microondas nem os rádio-relógios-despertadores. Para não falar dos vídeo-cassettes, ou das máquinas de filmar, de vídeo.

 

As fotos não eram instantâneas nem coloridas. Havia somente a preto e branco e a sua revelação demorava mais de três dias. As a cores não existiam e quando apareceram, a sua revelação era muito cara e demorada.

 

Se em algo lêssemos “Made in Japan", não se considerava de má qualidade e não existia "Made in Coreia", nem "Made in Taiwan", nem "Made in China".

 

Não se ouvia falar de "Pizza Hut" ou "McDonald's", nem de café instantâneo.

 

Havia casas onde se compravam coisas por 5 e 10 tostões. Os gelados, as passagens de autocarro ou eléctrico, os refrigerantes, tudo custava 5, 10 tostões.

 

No meu tempo, "erva" era algo que se apanhava para dar aos animais e não era para se fumar.

 

Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava de um marido para ter um filho.

 

Agora diz-me quantos anos achas que tenho?

 

- Hiii!!!... vô...  Mais de 300! – Exclamou o neto!

 

- Não, meu querido. Tenho somente  70 anitos. Nasci em 1946.

 

Findo este quase monólogo do avô, o neto mais velho, já com dezoito anos feitos, que entretanto viera do banho e havia escutado, em silêncio mas com muita atenção, esta prelecção, ergueu a cabeça, colocando-a entre as mãos suportadas pelos pilares dos seus antebraços firmados na areia pelos cotovelos, fixou o seu olhar, sem pestanejar, nos olhos do avô, e adiantou um tímido e pouco convicto reparo:

 

- Oh vô, eu não ponho em causa tudo o que acabas de referir. De facto, as condições de vida, desde a II Grande Guerra mundial, tem sofrido grandes alterações, mudanças profundas e, muitas vezes, extremamente bruscas e até brutais. É verdade que o Homem, por amor ao progresso, aos bens materiais que julga serem indispensáveis ao seu bem-estar, ao conforto, em suma, à sua felicidade, sacrificou barbaramente a Natureza, poluindo, envenenando os oceanos, lagos e rios, a superfície da Terra e o seu interior, aniquilou a pureza do ar, tornando-o muitas vezes praticamente irrespirável, gerou na atmosfera o efeito de estufa e está continuamente a destruir a camada de ozono que protege a vida do poder destrutivo dos raios ultravioletas. Mas, avô, se considerarmos que as condições de vida na Terra sempre foram sofrendo alterações ao longo dos séculos, não podemos ter assim uma visão tão negativa daquilo a que hoje se assiste.

 

- Pois é, meu rapaz; agora é que tocaste na essência da questão.  Disseste, “foram sofrendo alterações ao longo dos séculos”, e isso é coisa que não se verifica nos nossos dias. No passado as alterações foram-se sucedendo paulatinamente e hoje é tudo tão veloz que não há tempo para os organismos se adaptarem às novas condições. E porquê tudo isto? Porque os homens, com a ânsia do progresso desmedido, modificaram terrivelmente as condições de vida na Terra. À Deusa EVOLUÇÃO, ao Deus DINHEIRO e à Divindade PODER, sacrificaram as águas puras dos rios, lagos e oceanos; a atmosfera despoluída, sem buracos de ozono nem saturada de dióxido de carbono. Esqueceram que “da floresta somente devemos trazer as sensações que Ela em nós produziu, as memórias aí geradas,  e que lá apenas devemos deixar as marcas das nossas pegadas” e, em consequência desse imperdoável esquecimento, eles dizimaram as florestas e pradarias, destruindo o habitat de inúmeras espécies de animais que se vão extinguindo da face da Terra. A voz do Índio Seattle não produziu efeito, não sensibilizou os poderosos, que continuam, loucamente, a levar-nos a todos para o abismo.

 

E nos oceanos, fabulosa fonte de vida em que ainda há bem poucas décadas era grande a abundância de espécies animais  e vegetais que hoje não existem mais ou estão em vias de extinção, que fizeram os sapientes humanos?

 

Canalizaram para lá toda a imundície produzida pelas progressivas sociedades urbanas e industriais, provocam constantemente desastres ecológicos com derrames de crude e outros produtos altamente tóxicos.

 

Olha, meu filho, ainda que os grandes senhores do progresso mundial estejam cientes dos perigos que ameaçam a vida na Terra, eles vão adiando as soluções, esquecendo-se que “Deus perdoa sempre, o Homem perdoa às vezes, mas a Natureza nunca perdoa”. Se Ela é agredida, o seu agressor tem que pagar o preço dos seus actos agressivos.

 

Avozinho, tu não deixas de ter razão para esse teu pessimismo, mas , repara, não podes ser assim tão radical.  Tem em consideração o lado positivo da medalha. Já viste que os teus pais viveram sempre no interior, sem nunca terem visto este mar maravilhoso? Já pensaste na dureza de suas vidas comparada com os bens que hoje usufruímos?

 

Vá, vozinho! Relaxa, e vamos os três dar uns bons mergulhos refrescantes. Não podemos nem devemos perder pitada deste sol e mar. Vivamos com alegria cada momento do presente, porque, sabe-se lá se no futuro vamos ter as mesmas oportunidades.

 

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AS NOSSAS COLECÇÕES

 

 

 

No segundo e terceiro trimestres de 2009 foram incorporadas as seguintes obras:

 

Nota. Sempre que uma nova obra exista já em formato ou formatos diferentes, estes serão indicados de forma abreviada imediatamente a seguir à referência da respectiva obra.

 

As abreviaturas usadas são as seguintes:

 

L.B. para Livros em Braille; A.A. para Audiolivros Analógicos; A.D. para Audiolivros Digitais; L.E. para Li- vros Electrónicos.

 

 

1 — Livros em Braille

 

06.01 Carácter geral das organizações. Natureza, nome e objectivos. Fundação, duração e dissolução. Estatutos. Artigos da organização. Regras, regulamentos. Relações com outras organizações. A filiação. Federação

 

Unión Latinoamericana de Ciegos — Estatuto. 1v-. ed. 2008

 

 

061'236 Sociedades secretas

 

Scowen, Peter — O livro negro da América/ trad. Mário Dias Correia. 8v-

 

 

305-056'262 Estudos sobre deficientes visuais

 

Unión Latinoamericana de Ciegos — Mujeres en movimiento: Recomendaciones do IV foro latinoamericano de mujeres con discapacidad visual. 1v-

 

 

55 Ciências da terra. Ciências geológicas

 

Le Du, Valérie — A natureza: Seus fenómenos/ concepção Émilie Beaumont; trad. Alexandre Correia; texto Valérie Le Du. 3v-

 

 

82 Literatura

 

82-31 Romance

 

Auster, Paul — As loucuras de Brooklyn/ trad. José Vieira de Lima. 8v-

 

Fonseca, Catarina — O amansador: Romance. 6v-. L.E.

 

Hassel, Sven — O regimento da morte/ trad. a partir da versão francesa de Maria Isabel Morna Dias Braga, Mário Braga. 9v-. L.E.

 

Lee, Harper — Por favor, não matem a cotovia/ trad. Fernando Ferreira Alves. 9v-

 

Márai, Sándor — As velas ardem até ao fim/ trad. Mária Magdolna Demeter; rev. Álvaro Marques. 4v-. A.A.

 

Pires, Jacinto Lucas — Do sol: Romance. 5v-

 

Sparks, Nicholas — As palavras que nunca te direi/ trad. Jaime Araújo. 8v-. A.A., L.E.

 

 

82-311'6 Romance histórico. Político. De guerra

 

Aguiar, João — A voz dos deuses/ il. Vasco Lopes. 8v-. A.A.

 

Saraiva, José Manuel — Rosa brava. 8v-. L.E.

 

 

82-32 Histórias curtas. Novelas

 

Bonacho, Maria Lucília — Ela gostava de rosas. 4v-. L.E.

 

 

82-34 Conto

 

Ferraz, Marlene — Na terra dos homens: Contos ditos no silêncio. 3v-

 

Rivas, Manuel — O segredo da terra/ trad. Maria do Carmo Abreu. 4v-

 

 

82-82 Poligrafias. Antologias. Selecções. Extractos

 

Andrade, Eugénio de, pseud. — O poeta e a cidade: Antologia da Poesia Moderna sobre o Porto/ com um desenho de António Cruz. 1v-

 

 

82-84 Máximas. Sentenças. Aforismos. Adágios. Provérbios. Pensamentos. Ditos. Obiter dicta. Réplicas. Trocadilhos

 

Jacq, Christian — A sabedoria viva do antigo Egipto/ trad. Maria do Carmo Abreu. 3v-. L.E.

 

 

82-9 Outros géneros literários

 

Maalouf, Amin — As identidades assassinas/ trad. Susana Serras Pereira. 4v-. L.E.

 

 

82-93 Literatura infantil e juvenil

 

Henriques, Maria Helena, Moreno, Maria José, co-aut. — Pé-de-vento na lixeira. 1v-

 

"" — Contos da dona terra. 1v-

 

Vieira, Alice — A espada do Rei Afonso/ il. Teresa Dias Coelho. 8v-

 

 

82-94 História como género literário. Escritos históricos. Historiografia. Crónicas. Anais. Memorias. Diários. Monografias e autobiografias

 

Frank, Anne — Diário de Anne Frank: De 12 de Junho de 1942 a 1 de Agosto de 1944/ trad. e pref. de Ilse Losa. 7v-

 

Martins, Maria dos Prazeres — Agarrar a vida. 3v-

 

Sousa, Sérgio de — Errar: O homem e a cidade: Crónica. 5v-

 

 

929 Biografias. Estudos relacionados com biografias

 

Pinto, Joaquim Nunes — Branco Rodrigues e a sua obra. 1v-. Manuscrito

 

Tudu, Safiya Hussaini Tungar, Masto, Raffaele, co-aut. — Eu, Safiya/ trad. Maria Luísa Santos. 6v-. L.E.

 

 

94(569.4) História do Estado de Israel (Palestina até 1948)

 

Armstrong, Karen — Jerusalém: Uma cidade, três religiões/ trad. Eduarda Correia. 16v-

 

 

2 Audiolivros

 

Audiolivros Digitais

 

159'9 Psicologia

 

Gameiro, Aires, O.H. — Noções de psicologia e relações humanas: Para promover o crescer humano e o relacionamento mais satisfatório/ lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (14 ficheiros: 409MB). 4h59. A.A.

 

 

30 Teorias, metodologia e métodos nas ciências sociais em geral

 

Sousa, Daniel de — Epistemologia das ciências sociais/ lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (14 ficheiros: 418MB). 5h05. A.A.

 

 

316 Sociologia

 

Cuche, Denys — A noção de cultura nas ciências sociais/ pref. Fernando Gandra; trad. Miguel Serras Pereira; lido por Helena Marujo. Dados, som em MP3 (26 ficheiros: 562MB).. 8h24

 

Gladwell, Malcolm — A chave do sucesso/ rev. Clara Boléo; trad. José Couto Nogueira; lido por Maria Clara. Dados, som em MP3 (27 ficheiros: 822MB). 10h00

 

O apodrecimento das sociedades: Textos da "cause commune"/ trad. António Martinho Baptista; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (21 ficheiros: 656MB). 7h59. A.A.

 

 

82 Literatura

 

82-2 Drama. Peças de teatro

 

Lobo, António Costa — Origens do sebastianismo: História e perfiguração dramática/ pref. Eduardo Lourenço; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (10 ficheiros: 344MB). 4h12. A.A.

 

 

82-31 Romance

 

Ávila Granados, Jesús — O segredo do último Cátaro: Romance/ trad. Gonçalo Neves; lido por Sara Beirão da Veiga. Dados, som em MP3 (53 ficheiros: 1,46GB). 16h18

 

Buck, Pearl S. — Os filhos de Wang Lung/ trad. José Carlos Araújo Marinho; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (41 ficheiros: 1,2GB). 15h04. A.A.

 

Burgess, Alan — A pousada da sexta felicidade/ trad. A. Costa Macedo; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (30 ficheiros: 928MB). 11h18. A.A.

 

Didier, Noelle — Sabrina; Surpresas do destino: Romance/ trad. Inácia Dias Fiorillo; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes.  Dados, som em MP3 (13 ficheiros: 362MB). 4h05. A.A.

 

Dostoievski — Humilhados e ofendidos/ Fédor Dostoievski; trad. de Natália Nunes; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (50 ficheiros: 1,47GB). 18h50. A.A.

 

Eliot, George, pseud. — O moinho à beira do rio/ trad. Ricardo Alberty; il. António Martins; lido por Maria Elisa Pessoa Jorge. Dados, som em MP3 (18 ficheiros: 248MB). 5h25. A.A.

 

Gala, Antonio — A paixão turca/ trad. Maria Bragança; lido por Manuel Santana. Dados, som em MP3 (30 ficheiros: 454MB). 8h01

 

García Márquez, Gabriel — Cem anos de solidão/ trad. Margarida Santiago; lido por Margarida Morais Lage. Dados, som em MP3 (42 ficheiros: 833MB). 15h11. L.B., L.E.

 

Nabuco, Carolina — A sucessora: Romance/ lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (22 ficheiros: 643MB). 7h50. A.A.

 

Pedrosa, Inês — A eternidade e o desejo: Romance/ rev. Susana Baeta; lido por Margarida Quintão Lages. Dados, som em MP3 (21 ficheiros: 305MB). 5h09

 

Santos, José Rodrigues dos — O codex 632/ rev. José Soares de Almeida; lido por Sara Beirão da Veiga. Dados, som em MP3 (50 ficheiros: 999MB). 18h14. A.A.

 

Steinbeck, John — A leste do paraíso/ lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (77 ficheiros: 2,30GB). 28h38. A.A.

 

Swarup, Vikas — Quem quer ser bilionário/ trad. Teresa Curvelo; lido por Maria Clara. Dados, som em MP3 (31 ficheiros: 935MB). 11h23

 

Zimler, Richard C. — Meia-noite ou o princípio do mundo/ trad. Maria Dulce Guimarães da Costa; lido por Manuel Santana. Dados, som em MP3 (96 ficheiros: 1,41GB). 23h06

 

 

82-3 Ficção. Prosa narrativa

 

Brandão, Raúl — As ilhas desconhecidas/ lido por Patrícia Bastos. Dados, som em MP3 (19 ficheiros: 352MB). 5h47. A.A.

 

 

82-31 Romance

 

Arteaga, Almudena de — A beltraneja, ou a excelente senhora: O pecado oculto de Isabel, a católica/ trad. João Costa; lido por Sara Beirão da Veiga. Dados, som em MP3 (21 ficheiros: 228MB). 4h11

 

Canais, Pedro — A lenda de Martim Regos: Onde se conta a história assombrosa de certo português que andou à ventura nas quatro partes do mundo/ rev. Henrique Tavares e Castro; lido por Sílvia Agostinho, Margarida Morais Lage. Dados, som em MP3 (78 ficheiros: 1,02GB). 19h13

 

Konsalik, Heinz G. -- A casa dos corações perdidos/ lido por Luís  Mendonça. Dados, som em MP3 (29 ficheiros: 428MB). 9h12. A.A.

 

 

82-311'6 Romance histórico. Político. De guerra

 

Martins, Luís — A voz da terra/ Miguel Real; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (51 ficheiros: 1,53GB). 19h08

 

Gréce, Michel de — A noite branca de Sampetersburgo/ trad. Maria Helena Machado Lopes; lido por Sara Beirão da Veiga. Dados, som em MP3 (47 ficheiros: 841MB). 11h38

 

 

82-34 Conto

 

Blixen, Karen — Novos contos de inverno/ trad. Luzia Maria Martins; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (20 ficheiros: 592MB). 7h13. A.A.

 

Sepúlveda, Luis — As rosas de Atacama/ lido por Vítor Nobre. Dados, som em CD áudio. 3h20; 3 CD.s. L.B.

 

 

82-4 Ensaio

 

Montaigne, Michel de — Ensaios/ Michel Eyquem de Montaigne; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (37 ficheiros: 0,99GB). 11h53. A.A.

 

 

82-91 Literatura popular

 

Bandarra, Gonçalo Anes — Profecias do Bandarra, sapateiro de Trancoso/ apresent. António Carlos Carvalho; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (6 ficheiros: 118MB). 1h27. A.A.

 

 

82-93 Literatura infantil e juvenil

 

Magalhães, Ana Maria, Alçada, Isabel, pseud., co-aut. — Uma aventura alarmante/ il. Arlindo Fagundes; lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (13 ficheiros: 225MB). 2h44

 

Mota, António — O rapaz de Louredo/ lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (10 ficheiros: 155MB). 1h54. A.A.

 

Soares, Luísa Ducla — O soldado João/ il. Zé Manel; lido por Margarida Quintão Lages. Dados, som em MP3 (1 ficheiro: 4,07MB). 0h05

 

"" — A vassoura mágica/ il. Paula Oliveira; lido por Margarida Quintão Lages. Dados, som em MP3 (1 ficheiro: 14,5MB). 0h16

 

 

82-94 História como género literário. Escritos históricos. Historiografia. Crónicas. Anais. Memorias. Diários. Monografias e autobiografias

 

Lapierre, Dominique — Um milhar de sóis/ trad. Maria da Graça Caldeira, Alfredo Guerreiro; lido por Madalena Moreira. Dados, som em MP3 (68 ficheiros: 1,55GB). 19h14

 

 

82-992 Narrativas de viagens

 

Tavares, Miguel Sousa — Sul: Viagens/ lido por Maria de Fátima Hasse Fernandes. Dados, som em MP3 (20 ficheiros: 571MB). 6h57. A.A.

 

 

Audiolivros analógicos

 

792 Teatro. Representação teatral

 

Christie, Agatha — Murder on the orient express/ Dramatized by Michael Bakewell. 2h20; 2c90

 

 

82-31 Romance

 

Lawrence, D. H. — Sons & lovers/ lido por Ian McKellen. 3h00; 2c90

 

Mayle, Peter — A year in Provence/ lido por Peter Mayle. 3h00; 2c90

 

Niven, David — Bring on the empty horses/ lido por David Niven. 2h30; 2c90

 

Pilcher, Rosamunde — September/ lido por Lynn Redgrave. 3h00; 2c90

 

 

82-311'3 Romance de aventuras

 

Twain, Mark — The ad- ventures of Tom Sawyer/ lido por Bing Crosby. 2h30; 2c90

 

 

82-34 Conto

 

Archer, Jeffrey — A perfect murder and five other stories/ lido por Martin Jarvis, Rosalind Ayres. 3h00; 2c90. Contém: A perfect murder; Colonel Bullfrog; A la carte; Check mate; Chapter of accidents; Just good friends

 

Christie, Agatha — The herb of death and more stories/ lido por Johan Hickson. 2h00; 2c90

 

"" — Poirot investigates/ lido por David suchet. 2h45; 2c90. Contém: The disappearance of Mr. Davenheim; The mistery of hunter's lodhe; The adventures of the cheap flat; The adventure of the italian nobleman; The tragedy at Marsden manor; The case of the missing will.

 

 

3 — Livros Electrónicos

 

As obras precedidas de asterisco foram-nos gentilmente oferecidas por leitores, a quem agradecemos.

 

Embora não possamos responsabilizarmo-nos pela correcção dos respectivos textos, vamos pô-las à disposição dos nossos leitores.

 

 

061'236 Sociedades secretas

 

Mariel, Pierre — As sociedades secretas governam o mundo/ trad. de Ivone Manuela Dias. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 820KB)

 

 

2 Religião. Teologia

 

* Vian, Itamar, Colombo, Aldo, co-aut. — Abrindo caminhos: Parábolas e reflexões. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 184KB)

 

 

316 Sociologia

 

* Cabral, Helena de Sacadura — Porque é que as mulheres gostam dos homens/ rev. Jorge Silva. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 184KB)

 

 

32 Política

 

Gandhi — Todos os homens são irmãos/ trad. Eduardo Alberto de Gouveia Aguiar. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 632KB). A.A., A.D.

 

 

37 Educação

 

* Morin, Edgar — Os sete saberes para a educação do futuro. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 272KB)

 

 

82 Literatura

 

82-1 Poesia. Poemas. Versos

 

Peixoto, José Luís — A criança em ruínas. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 60KB)

 

 

82-2 Drama. Peças de teatro

 

* Santareno, Bernardo, pseud. — António Marinheiro (O Édipo de Alfama): Peça em três actos. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 208KB)

 

 

82-3 Ficção. Prosa narrativa

 

* Estrela, Albano — As memórias que Salazar não escreveu: Entre o amor e a morte, o reinado da política. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 200KB)

 

82-31 Romance

 

* Albom, Mitch — Por um dia mais/ trad. Sofia Serra; rev. Mário Monteverde. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 440KB)

 

* Amado, Jorge — Cacau. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 436MB) Bach, Richard — Estranho à terra/ trad. Sophie Penberthy Vinga. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 628KB). L.B.

 

Campos, Fernando — A sala das perguntas. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,12MB)

 

* Cartland, Barbara — Perdão, amor. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 308KB)

 

* Garrados, Clark — Uma guerra suja/ trad. Júlio Carlos da Silva. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 416KB)

 

* Giner, Gonzalo — A quarta aliança/ trad. Mário Dias Correia. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 888KB)

 

Gomes, Luísa Costa, Romão, Rui, co-aut. — O trono e o domínio. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 152KB)

 

* Grey, Zane — Cavaleiros da vingança/ trad. Luísa Isabel Rodrigues. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 440KB)

 

Hassel, Sven — O regimento da morte/ trad. a partir da versão francesa de Maria Isabel Morna Dias Braga, Mário Braga. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 936KB). L.B.

 

Konsalik, Heinz G., — Os amantes de Sotschi/ trad. Maria Emília Ferros Moura. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 612KB)

 

* Levin, Mark R. — Como salvámos Sprite/ trad. Brigith Guimarães. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 368KB)

 

Mailer, Norman — O evangelho segundo o filho/ trad. Fernanda Pinto Rodrigues. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 396KB)

 

* Montefiore, Santa — A andorinha e o colibri: Romance/ trad. Helena Ramos. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,36MB)

 

"" — A árvore dos segredos/ trad. Carmo Romão. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,78MB)

 

* "" — Uma sonata de amor: Romance/ trad. Ana Pinto Maria da Silva. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,04MB)

 

* Nordemann, Rita — A Madona do vale/ trad. M. J. Teixeira, José de Vasconcellos e Sá. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 284KB)

 

* Os novos mistérios de Sintra/ Alice Vieira... [et al.]. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 712KB)

 

Queirós, Eça de — A capital/ José Maria Eça de Queiroz. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 780KB). L.B.

 

Ribeiro, Aquilino — Mónica: Romance. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 460KB)

 

* Rodrigues, Urbano Tavares — A noite roxa. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 484KB)

 

* Santos, José Rodrigues dos — A filha do capitão: Romance/ rev. do texto José Soares de Almeida. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,23MB). A.A., A.D., L.B.

 

* Schlink, Bernhard — O leitor/ trad. Fátima Freire de Andrade. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 516KB). L.B.

 

Sepúlveda, Luis — História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar/ trad. Pedro Tamen. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 116KB). L.B.

 

Shute, Nevil — A grande aventura/ trad. A. Marques Ribeiro. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 768KB). L.B.

 

* Simmel, Johannes Mario — Eu confesso tudo/ trad. Carlos Alberto Pavanelli. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,29MB)

 

* Steel, Danielle — As irmãs: Romance/ trad. Ana Maria Pinto da Silva. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,03MB)

 

* Tellado, Corin — Não sou como pensas. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 160KB)

 

* Zambujal, Mário — Já não se escrevem cartas de amor: Um irrequieto enamorado na Lisboa dos anos 50. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 784KB)

 

 

82-311'6 Romance histórico. Político. De guerra

 

* Armada, Fina de, pseud. — O segredo da rainha velha. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,20MB)

 

* Cornwell, Bernard — Sharpe e a Campanha de Salamanca: Junho a Julho — 1812/ trad. Carlos Romão; rev. Frederico Sequeira. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 640KB)

 

* "" — Sharpe e a defesa de Portugal: Natal de 1812/ trad. Paulo Alexandre Moreira; rev. Frederico Sequeira. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 728KB)

 

* "" — Sharpe e o cerco de Badajoz: Janeiro a Abril — 1812/ trad. Carlos Romão; rev. Maria Marques. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 600KB)

 

* Delalande, Arnaud — A armadilha de Dante/ trad. Pedro Sousa Pires; rev. Rita d'Arcy. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,35MB)

 

* Gregory, Philippa — A espia da rainha/ trad. José Luna. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,03MB)

 

* Sansom, C. J. — Soberano: Intriga na corte/ trad. Luís Rodrigues dos Santos. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,14MB)

 

 

82-312'4 Romance policial. Romance de crimes. Romance de mistério, suspense. Thrillers

 

* Chesterton, Gilbert Keith — O segredo do padre Brown/ trad. Ana Maria Braga. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 400KB)

 

* Cole, Martina — Os predadores/ trad. Ana Baer. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 1,32MB)

 

* Fair, A. A., pseud. — O caso do papagaio mentiroso/ Erle Stanley Gardner; trad. Tânia Ganho. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 764KB)

 

* Grant, Stuart — Quem de sete tira cinco.../ trad. Luísa F. F. Pinto Basto Carreira. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 520KB)

 

* Hart, Erin M. — Os crimes do lago das tristezas: Romance/ trad. Cristina Lourenço. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 760KB)

 

* Long, Harman — O caso da gata dourada. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 416KB)

 

* MacDonald, Ross — O arrepio/ trad. Daniel Gonçalves. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 672KB)

 

* Navarro, Julia — O sangue dos inocentes/ trad. Maria João Freire de Andrade. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 2,21MB)

 

* Pamplona, Justino, Rodrigues, Luís, co-aut. — Perfeito como nos filmes. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 256KB)

 

* Phillips, Scott — Colheita de assassinos/ trad. Margarida Viegas. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 936KB)

 

* Pynn, Ross, pseud. — O nome dela é Claire. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 248KB)

 

 

82-34 Conto

 

Couto, Mia, pseud. — Cada homem é uma raça: Estórias. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 208KB)

 

* Fitzgerald, F. Scott — O estranho caso de Benjamin Button/ trad. Fernanda Pinto Rodrigues. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 116KB)

 

Hemingway, Ernest — Os melhores contos/ trad., selecção e notas de Elysio Correia Ribeiro. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 296KB)

 

 

82-6 Cartas. Arte epistolar. Outras obras em forma epistolar

 

Espanca, Florbela — Cartas e diário/ org., introd. e notas Rui Guedes. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 364KB). L.B.

 

 

82-94 História como género literário. Escritos históricos. Historiografia. Crónicas. Anais. Memorias. Diários. Monografias e autobiografias

 

* Antunes, Nuno Lobo — Sinto muito. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 248KB)

 

* West, Morris — Uma visão sublime/ trad. Maria Georgina Segurado. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 528KB)

 

 

91 Geografia. Exploração da terra e de países. Viagens

 

* Hofmann, Corinne — Reencontro em Barsaloi/ trad. Margarida Bacharel. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 436KB)

 

 

94(469) História de Portugal

 

* Almeida, João Vasco, Baptista, Rui F., co-aut. — 12 erros que mudaram Portugal. Dados, texto em RTF (1 ficheiro: 552KB)

 

 

4 – Publicações Periódicas

 

Activa Braille-: Revista de informação bimestral. Laveiras (Paço de Arcos): Edimpresa. 2009: Março-Abril; Maio-Junho; Julho-Agosto

 

Amèrica Latina-: Boletín informativo de la Unión Latinoamericana de Ciegos. La Habana: ULAC. 2008: Maio-Dezembro

 

Boletim Ponto a Ponto-. Cotia (São Paulo): Silvia Valentini. 2008: Setembro; Outubro; Novembro; Dezembro. 2009: Janeiro; Fevereiro; Março; Abril; Maio; Junho; Julho

 

Cara a Cara-. Montevideo: Fundación Braille del Uruguay. 2008: Maio; Julho; Agosto

 

Con(tacto)- [texto impresso, braille e áudio]. Porto:  Espaço T – Associação para apoio à integração social e comunitária. 2009: Janeiro

 

Correo del Sur-. Buenos Aires: Editora Nacional Braille. 2009: n.º 346

 

Corriere Braille-. Roma: UIC. 2008: Maio, 4 cadernos; Junho, 4 cadernos; Julho, 2 cadernos; Agosto, 1 caderno; Setembro, 4 cadernos; Outubro, 3 cadernos; Novembro, 4 cadernos; Dezembro, 4 cadernos. 2009: Janeiro, 4 cadernos; Fevereiro, 4 cadernos; Março, 4 cadernos; Abril, 4 cadernos; Maio, 4 cadernos; Junho, 4 cadernos

 

Donne Moi Tes Yeux-. Paris: Association Donne Moi Tes Yeux.n.ºs 220; 221; 222

 

Et la Lumière Fut. Paris: Association pour les Aveugles. 2009: Fevereiro; Março; Abril

 

Étoile. Lyon: Association Valentin Haüy. 2009: Janeiro; Fevereiro

 

Faro-. Havana: Asociación Nacional del Ciego. 2009: Janeiro-Abril

 

Horizontes-. Montevideo: Fundación Braille del Uruguay. 2008: Dezembro; 2009: Março; Maio

 

Jornal de Notícias-: Cultura e informação. Porto: JN. 2009: Março- -Abril; Maio-Junho; Julho-Agosto

 

Kaleîdos-: Rivista di Cultura al Femminile: Supplemento al "Corriere

Braille". Roma: UIC. 2008: Março; Abril; Maio; Junho; Julho-Agosto; Setembro; Outubro;

Novembro-Dezembro. 2009: Janeiro; Fevereiro; Março; Abril; Maio; Junho

 

New Books. Peterborough: RNIB. 2009: Maio

 

Nosotras-: Revista bimestral de interès general para la mujer. Buenos Aires: Editora Nacional Braille y Libro Parlante. 2009: n.º 31

 

Poliedro-: Revista de tiflologia e cultura. Porto: Centro Prof. Albuquerque e Castro – Edições Braille. 2009: Abril; Maio; Junho; Julho; Agosto-Setembro

 

Pontinhos-: Revista infanto-juvenil para cegos. Rio de Janeiro: Instituto Benjamin Constant. 2009: Janeiro-Março; Abril-Junho; Julho-Setembro

 

Progress. Peterborough: RNIB. 2008: Novembro- -Dezembro. 2009: Janeiro; Fevereiro; Março; Abril; Maio; Junho; Julho; Agosto

 

Read on. Stockport: Royal National Institute of Blind People — National Library Service.

2009: n.º 7

 

Revista Brasileira para Cegos-. Rio de Janeiro: Instituto Benjamin Constant.

2009: Janeiro-Março; Abril-Junho; Julho- -Setembro

 

Rosa-dos-Ventos-: Revista infanto-juvenil. Porto: Centro Prof. Albuquerque e Castro – Edições Braille. 2009: Abril; Maio; Junho; Julho; Agosto-Setembro

 

Visão Braille-: Revista de informação mensal. Laveiras (Paço de Arcos): Edimpresa. 2009: Março; Abril; Maio; Junho; Julho

 

Visão Júnior Braille-: Revista de informação bimestral. Laveiras (Paço de Arcos): Edimpresa. 2009: Março-Abril; Maio- -Junho

 

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