Criar
uma Europa sem barreiras: a Comissão Europeia
promove melhor acesso para 80 milhões de pessoas com deficiência A maioria das pessoas considera adquirido poder entrar num
autocarro para ir às compras, navegar na Internet ou ver uma série na
televisão. Mas para os 80 milhões de europeus com uma deficiência, pode
haver obstáculos importantes que os impedem de realizar estas actividades. A Comissão Europeia adoptou hoje uma nova estratégia para
eliminar estas barreiras, que indica como a UE e os governos nacionais podem capacitar as
pessoas com deficiência para que possam usufruir de todos os seus direitos. As medidas específicas para a próxima década vão desde o
reconhecimento mútuo de cartões nacionais de deficiência e da promoção da
normalização até um recurso mais específico aos contratos públicos e às regras
de auxílios estatais. Estas medidas produzirão benefícios societais importantes, mas
terão igualmente repercussões na economia europeia. Podem por exemplo, reforçar o mercado da UE de
dispositivos e serviços de assistência, que já tem, actualmente, um valor anual
estimado superior a 30 mil milhões de EUR. A Comissão considerará também a oportunidade de propor até
2012 uma «lei europeia da acessibilidade» para desenvolver o mercado único dos
produtos e serviços acessíveis. «Para participar inteiramente na nossa sociedade e economia, os
pessoas com deficiência precisam de ter acesso mais fácil aos edifícios
públicos, transportes públicos e aos serviços digitais», declarou a
Vice-Presidente Viviane Reding, Comissária da UE responsável pela Justiça,
Direitos Fundamentais e Cidadania. «Uma opção eficaz para concretizar este objectivo é o
desenvolvimento de normas específicas para produtos e serviços acessíveis a
nível europeu e o recurso a contratos públicos para promover a acessibilidade
dos edifícios públicos. Nos Estados Unidos, medidas semelhantes foram um êxito em
termos societais e económicos. Devemos igualmente assegurar que as pessoas não se deparam
com obstáculos adicionais quando atravessam uma fronteira: uma pessoa com uma deficiência
reconhecida que decide mudar para outro país deverá poder usufruir dos mesmos
benefícios que no seu país de origem, tal como transportes públicos gratuitos
ou a custo reduzido. O meu objectivo é uma Europa verdadeiramente sem barreiras para
as pessoas com deficiência até 2020.» Uma em cada seis pessoas na União Europeia - cerca de 80 milhões
- é portadora de uma deficiência que pode ir de ligeira a profunda. Mais de um terço das pessoas com mais de 75 anos tem
deficiências que limitam a sua actividade. Estes números estão destinados a aumentar à medida que a
população da UE envelhece progressivamente. A maioria destas pessoas é frequentemente impedida de
participar plenamente na sociedade e na economia devido a barreiras físicas ou
outras, assim como a discriminação. Suprimir as barreiras não é apenas uma tarefa societal, pois
pode igualmente criar novas oportunidades de mercado. Um estudo do Royal National Institute of the Blind do Reino Unido revelou que um investimento de
Neste contexto, a estratégia hoje apresentada pela Comissão
constitui uma renovação do compromisso da UE de melhorar a situação dos
europeus com deficiências. Complementa e apoia a acção dos Estados-Membros, principais
responsáveis pelas políticas em matéria de deficiências. A estratégia da UE visa essencialmente a capacitação das pessoas
com deficiências para que possam usufruir de todos os seus direitos numa base
de igualdade com as outras e a eliminação dos obstáculos na vida diária. As acções principais são: ·
Iniciativa de acessibilidade: considerar como utilizar a normalização, os contratos
públicos ou as regras de auxílios estatais para tornar todos os produtos e
serviços acessíveis a pessoas com deficiência, promovendo um mercado europeu de
dispositivos de assistência («lei europeia da acessibilidade»). Considerando a experiência nos Estados Unidos, este
mercado deve desenvolver-se consideravelmente nos próximos anos; ·
Participação: assegurar que as pessoas com deficiência e as suas famílias
exercem os seus direitos de cidadania da UE em pé de igualdade, através do
reconhecimento mútuo de cartões de deficiência e dos direitos daí decorrentes; facilitar a utilização da linguagem de sinais e de Braille
no exercício dos direitos eleitorais de cidadãos comunitários ou nas suas
relações com as instituições da UE; promover um formato acessível dos sítios Web e de trabalhos
protegidos por direitos de autor, como os livros; ·
Financiamento: garantir que os programas e fundos da UE em domínios de
intervenção pertinentes para as pessoas com deficiência são utilizados para
promover condições de trabalho saudáveis aos prestadores de cuidados de saúde
profissionais e informais e desenvolver regimes de assistência pessoal; ·
Maior cooperação entre os Estados-Membros (através do Grupo de Alto Nível
da UE sobre a Deficiência) e a sociedade civil: criar um fórum para o intercâmbio de dados e coordenação
política, em especial, no que se refere à portabilidade de direitos, como o
direito à assistência pessoal; ·
Sensibilização: sensibilizar a opinião pública para os problemas da deficiência
e da acessibilidade, por exemplo através da instituição do prémio europeu para
as cidades acessíveis; ·
Recolha e monitorização de dados: melhorar o conhecimento da situação das pessoas com deficiência
na Europa e das barreiras que enfrentam na sua vida diária, identificando e
promovendo, paralelamente, estruturas de apoio bem sucedidas criadas pelos
Estados-Membros a nível nacional. A estratégia inclui uma lista de acções concretas e um
calendário. A Comissão dará informações regularmente sobre
as realizações e progressos deste plano, no cumprimento das obrigações que lhe
incumbem ao abrigo da Convenção da Nações
Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CNUDPD) que assinou. Antecedentes Segundo a Carta dos direitos
Fundamentais da unnião Europeia «a
União reconhece e respeita o direito das pessoas com deficiência a beneficiarem
de medidas destinadas a assegurar a sua autonomia, a sua integração social e
profissional e a sua participação na vida da comunidade». Além disso, a UE e os seus 27 Estados-Membros
já se comprometeram a criar uma Europa sem barreiras ao assinarem a CNUDPD. Esta
estratégia europeia para a deficiência adoptada hojeespecifica as acções da UE
no âmbito da Estratégia Europa 2020 (IP/10/225) bem como as acções propostas no
Relatório de 2010 sobre a cidadania europeia (IP/10/1390). Informações adicionais A
Estratégia da UE para a deficiência 2010-2020, "Compromisso renovado a
favor de uma Europa sem barreiras", e outros documentos justificativos podem
ser consultados em: http://ec.europa.eu/social/main.jsp?langId=en&catId=89&newsId=933&furtherNews=yes Página Web de Viviane Reding, Vice-Presidente da Comissão
responsável pela Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania: http://ec.europa.eu/commission_2010-2014/reding/index_en.htm Universidade
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