As forças policiais são um objecto de estudo fundamental para a História, assim como para outras áreas científicas. Desde logo, pela sua relação com o Estado, independentemente da época ou do regime político, mas também porque, em tempos de crise, breves ou de longa duração, a intervenção policial revela as tensões existentes entre a ordem estabelecida e as aspirações de mudança das sociedades.
Todos os regimes políticos contam com diversos mecanismos para gerir momentos de tensão, mas as polícias constituem, a este respeito, o rosto mais imediato, óbvio e, muitas vezes, controverso do Estado. Em contacto directo com a sociedade, cumpre-lhes manter a ordem e reprimir as práticas de delito. As características destes corpos de segurança não são alheias à época, área geográfica ou à natureza do regime político em que estão inseridas. Por isso, o estudo das doutrinas, da organização e da imagem pública das polícias, assim como do seu património material e imaterial, adquire uma importância fundamental para o aprofundamento do conhecimento de qualquer período.
Em Portugal e Espanha, a história policial constitui um tema de estudo relativamente recente, quando comparada com outros países. Porém, o caminho já percorrido sustenta a oportunidade da organização de um congresso dedicado a este objeto, a nível nacional, peninsular e mundial. Com este propósito, convidamos todos os investigadores especialistas no tema, independentemente da área científica, a apresentarem os seus trabalhos, a participarem na discussão sobre a História das polícias e a refletirem sobre os desafios que o futuro lhe reserva.
>>Chamada para trabalhos (PDF)<<
A organização do Congresso propõe um conjunto de linhas de trabalho orientadoras.
Contudo, serão bem-vindas todas as propostas que, não se inscrevendo especificamente nessas linhas, representem uma evidente contribuição para o tema central do encontro:
1. Organizações policiais: história, características, missões;
2. Estrutura institucional e fundamentos legais da polícia, a sua
relação com o processo de construção do Estado e o seu grau de
militarização;
3. Administração da segurança em distintos regimes políticos; os
processos de democratização, revolução e conversão autoritária; o papel
desempenhado pelos polícias como actores históricos;
4. Modelos policiais nacionais e internacionais em perspectiva
comparada; a circulação transnacional de saberes, tecnologias e
técnicas; as relações entre as diferentes polícias internacionais;
5. Cultura profissional, identidade corporativa e espaços de
sociabilidade dos agentes policiais; discursos, imagens, símbolos e
cerimónias;
6. As escolas de polícia e os seus programas formativos;
7. Investigação policial e aplicação de métodos científicos à análise
das provas criminais; instrumentos coercitivos; controlo do protesto
colectivo; outras funções quotidianas da polícia;
8. A segurança nos territórios coloniais, o papel das autoridades e das forças militares na manutenção da ordem;
9. A integração da mulher na polícia;
10. Luta contra o terrorismo (polícias, unidades especializadas,
operações…); organizações terroristas e as suas práticas; cobertura
mediática;
11. A evolução da punição atendendo à norma legal, o aparelho prisional e os tribunais de justiça;
12. Arquivos e museus de polícias; cultura material e imaterial, património institucional e construção da memória corporativa.
As propostas de comunicação deverão conter a informação e os dados de contacto que se seguem:
– Autor/a ou autores/as
– Filiação institucional
– Endereço de correio eletrónico
– Título
– Resumo (até 500 palavras)
– Nota biográfica (até 200 palavras)
As propostas poderão ser redigidas em português, inglês, francês, italiano ou em qualquer uma das línguas co-oficiais de Espanha.
Não será necessário a entrega de um texto para discussão prévio à realização do Congresso. Este será requerido caso a organização opte pela publicação das actas.
As propostas deverão ser enviadas para o seguinte correio electrónico até à data que se indica:
– Correio electrónico: congresohistoriapolicia@gmail.com
– Data limite: 15 de Julho de 2020
– Fernando del Rey Reguillo (Universidad Complutense de Madrid)
– Maria Fernanda Rollo (Instituto de História Contemporânea – NOVA FCSH)
– Manuel Álvarez Tardío (Universidad Rey Juan Carlos)
– Miguel Martorell Linares (Universidad Nacional de Educación a Distancia)
– Diego Palacios Cerezales (Universidad Complutense de Madrid)
– Pedro Marques Gomes (Instituto de História Contemporânea – NOVA FCSH)
– Pilar Mera Costas (Universidad Nacional de Educación a Distancia)
– Adolfo Cueto-Rodríguez (Instituto de História Contemporânea – NOVA FCSH)
– Sergio Vaquero Martínez (Universidad Complutense de Madrid)
– Grupo de investigação «Élites, Identidades y Procesos Políticos en la Historia del Siglo XX». Departamento de Historia, Teorías y Geografía Políticas, Universidad Complutense de Madrid.
– Projeto de investigação «Polícia de Segurança Pública: História e Património».
Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas da Universidade NOVA de Lisboa / Polícia de Segurança Pública
(PSP).
– Grupo de investigação «Memoria e Historia en el Mundo Contemporáneo». Departamento de Historia Social y del Pensamiento Político, Universidad Nacional de Educación a Distancia.
– Projeto de investigação «La violencia política de 1936 y el 18 de
julio como punto de ruptura. Un análisis micro” (HAR2015-65115-P).
Financiado por el Ministerio de Ciencia e Innovación y el Fondo Europeo
de Desarrollo Regional.
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