Em defesa das nossas tradições populares,
partilho, com a devida vénia, a nota redigida por Rainer Daehnhardt – J. d’E. “Quais modernices hollywoodianas
quais carapuças!” O que é o “SKYWALKER” do cinema
contra a realidade de uma mão de PORTUGUESES armados com seus paus? A luta lusa com os paus ainda foi
admirada com respeito na Batalha de la Liz, nas trincheiras de Flandres (
1918). Assim me contou em 1ªpessoa, o
soldado português do CEP, José Silva, que viveu ( como marido da
governanta da minha avó ) durante mais de meio século em nossa casa.: Havia uma linha de trincheiras dos
Aliados (GB-P-F-) e outra em frente, do adversário do EIXO (Império Alemão e
Império Austro-Húngaro). Sabia-se que os alemães e
austríacos tinham junto grandes unidades para preparar um ataque em toda linha. Um cérebro dos aliados teve a
brilhante ideia de cercar os alemães e austríacos. Como o fazer? Ao norte estavam os britânicos; ao
centro os portugueses; ao sul os franceses. Combinaram então servir-se dos
portugueses como isco desta operação, facilitando as entradas germânicas tanto
ao norte como ao sul, pensando que assim os alemães iriam cercar os portugueses
. Isto seria o momento para os britânicos e os franceses, por sua vez, cercarem
os germânicos, que possivelmente seriam terminados com tantos adversários à sua
volta. O plano falhou redondamente em
tudo! Os britânicos recuaram de facto,
os franceses também, deixando assim os portugueses como únicos defensores nesta
enorme linha de fronteira. Porém os germânicos não cercaram
os portugueses. Seguiam as suas ordens de avançar com toda a linha ao
mesmo tempo. De repente o campo de batalha era outro. No sector português( não
previamente avisado do “esquema”), houve muitas baixas e rendições pacíficas.
No meio disso deu-se um espectáculo mencionado nos relatórios alemães. Os britânicos apenas entregaram
seis munições a cada soldado português. Estas gastaram-se num instante.
Esperava-se ver bandeiras brancas por toda parte, mas isto não foi o caso. Os
portugueses tinham suas espingardas; mesmo descarregadas ainda eram paus.
Mostraram então um espectáculo que fez muitos parar e os tratar com dignidade. JOGARAM AO PAU, uma técnica medieval
portuguesa, nunca esquecida e bastante frequente nas feiras de gado. Batiam com
fervor em qualquer adversário que se aproximasse. Queriam lá saber se a
arma do outro estava carregada ou não! Isto prolongou o tempo da sua rendição, mas
salvou a vida a muitos. Para os germânicos era uma desonra atirar contra quem
nem mais munições tivesse. Assim pararam de disparar admirando o jogo ao pau ao
que não estavam acostumados.
A peça do Museu Militar de
Lisboa, que mais respeito me acorda, são duas tábuas cruzadas de um caixote de
munições, colocado à cabeça da campa de um soldado português caído na
trincheira. Porta a seguinte inscrição em alemão: “ HIER RUHT EIN TAPFERER
PORTUGIESE” )= ( Aqui (jaz) descansa um Valente Português!). Com meu respeito a todos que ainda
hoje este desporto praticam Recebi
este filme do JOGO AO PAU enviado por pessoa amiga e gostei, por isto o
reencaminho: https://www.youtube.com/watch?v=qDdrgXZ319w .
Com fantástica música de Ruben Monteiro. Rainer
Daehnhardt |
Mensagem anterior por data: [Histport] Freiria - aniversário festejado com lançamento de livro | Próxima mensagem por data: [Histport] Boletim da ACC, Edição Pública nº 15 |
Mensagem anterior por assunto: [Histport] O Instituto Ricardo Jorge | Próxima mensagem por assunto: [Histport] Olhando-nos de Frente: Espanha, Portugal e suas imagens (23 e 25 de Junho) |