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[Histport] O JOGO DO PAU uma ESGRIMA PORTUGUESA

To :   "museum" <museum@ci.uc.pt>, "histport" <histport@uc.pt>
Subject :   [Histport] O JOGO DO PAU uma ESGRIMA PORTUGUESA
From :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Date :   Sat, 18 Jul 2020 12:05:25 +0100

         Em defesa das nossas tradições populares, partilho, com a devida vénia, a nota redigida por Rainer Daehnhardt – J. d’E.

 “Quais modernices hollywoodianas quais carapuças!”

 

O que é o “SKYWALKER” do cinema contra a realidade de uma mão de PORTUGUESES armados com seus paus?

 

A luta lusa com os paus ainda foi admirada com respeito na Batalha de la Liz, nas trincheiras de Flandres ( 1918).

Assim me contou em 1ªpessoa, o soldado português do CEP, José Silva, que viveu  ( como marido da governanta da minha avó ) durante mais de meio século em nossa casa.:

 

Havia uma linha de trincheiras dos Aliados (GB-P-F-) e outra em frente, do adversário do EIXO (Império Alemão e Império Austro-Húngaro).

Sabia-se que os alemães e austríacos tinham junto grandes unidades para preparar um ataque em toda linha.

Um cérebro dos aliados teve a brilhante ideia de cercar os alemães e austríacos. Como o fazer?

Ao norte estavam os britânicos; ao centro os portugueses; ao sul os franceses.

Combinaram então servir-se dos portugueses como isco desta operação, facilitando as entradas germânicas tanto ao norte como ao sul, pensando que assim os alemães iriam cercar os portugueses . Isto seria o momento para os britânicos e os franceses, por sua vez, cercarem os germânicos, que possivelmente seriam terminados com tantos adversários à sua volta.

O plano falhou redondamente em tudo!

Os britânicos recuaram de facto, os franceses também, deixando assim os portugueses como únicos defensores nesta enorme linha de fronteira.

Porém os germânicos não cercaram os portugueses. Seguiam  as suas ordens de avançar com toda a linha ao mesmo tempo. De repente o campo de batalha era outro.

No sector português( não previamente avisado do “esquema”), houve muitas baixas e rendições pacíficas. No meio disso deu-se um espectáculo mencionado nos relatórios alemães.

Os britânicos apenas entregaram seis munições a cada soldado português. Estas gastaram-se num instante. Esperava-se ver bandeiras brancas por toda parte, mas isto não foi o caso. Os portugueses tinham suas espingardas; mesmo descarregadas ainda eram paus. Mostraram então um espectáculo que fez muitos parar e os tratar com dignidade. JOGARAM AO PAU, uma técnica medieval portuguesa, nunca esquecida e bastante frequente nas feiras de gado. Batiam com fervor em qualquer  adversário que se aproximasse. Queriam lá saber se a arma do outro estava carregada ou não! Isto prolongou o tempo da sua rendição, mas salvou a vida a muitos. Para os germânicos era uma desonra atirar contra quem nem mais munições tivesse. Assim pararam de disparar admirando o jogo ao pau ao que não estavam acostumados.

A peça  do Museu Militar de Lisboa, que mais respeito me acorda, são duas tábuas cruzadas de um caixote de munições, colocado à cabeça da campa de um soldado português caído na trincheira. Porta a seguinte inscrição em alemão: “ HIER RUHT EIN TAPFERER PORTUGIESE” )= ( Aqui (jaz) descansa um Valente Português!).

Com meu respeito a todos que ainda hoje este desporto praticam

Recebi este filme do JOGO AO PAU  enviado por pessoa amiga e gostei, por isto o reencaminho:  https://www.youtube.com/watch?v=qDdrgXZ319w  . Com fantástica música de Ruben Monteiro.

Rainer Daehnhardt

 


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