Segunda-feira é dia de Opinião patrimonio.pt e esta semana ela é de Miguel Rego, da Direcção Regional de Cultura do Alentejo:
«Nestes processos de (re)construção da memória, o “destino” de uma entrevista, de um depoimento, de uma história de vida, de um acontecimento olhado num prisma muito particular, é referência apenas durante um tempo. (...)
O registo, o inventário, a classificação da memória oral entraram num processo “viral”, como nunca se tinha visto. Multiplicam-se os projectos de registo de “histórias de vida”; procuram-se intensamente os relatos dos mais velhos sobre a vida nos tempos da sua juventude; a utilização da multimédia permite fazer, com muita facilidade e poucos meios, documentários sobre os mais diversos e variados temas. Saberes-fazer, espaços e sons de trabalho.A memória oral, num mundo onde há cada vez menos reflexão e cada vez mais montras de mostras, aparece hoje com nunca como a jóia da coroa no panorama do nosso património cultural. No entanto, e no remanso dessa febre do registo de todo e qualquer relato das “coisas” de ontem, poucas são as iniciativas que trazem para o dia-a-dia o resultado desse trabalho de registo. (...) o valor maior que trazem são o serem praticamente acessíveis a toda a gente e terem o "talvez um dia faça falta".»
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