A associação cultural e científica SOCIEDADE PORTUGUESA DE ANTROPOLOGIA E ETNOLOGIA (SPAE) Tem o prazer de anunciar a palestra aberta, por zoom, a realizar no dia 30 de junho de 2025, às 21,30 h. à qual pode aceder através deste link zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/94914373157 Pelo Prof. Doutor Carlos Manuel Faísca Universidade de Coimbra, Centro de Estudos Interdisciplinares – CEIS20 –, Faculdade de Letras Sobre Regadio e desenvolvimento regional no Sudoeste peninsular: Extremadura e Alentejo, 1950-2020 Tema: Devido à influência do clima mediterrânico, nas regiões do sudoeste da Península Ibérica o estio prolonga-se por vários meses e a escassa precipitação concentra-se num reduzido número de semanas ao longo do ano. Neste contexto, a escassez de água foi, durante séculos, considerada como um dos principais obstáculos ao desenvolvimento económico-social regional. Consequentemente, tanto na região portuguesa do Alentejo como na região espanhola da Extremadura, desde o século XVII que diferentes personalidades – ideólogos, políticos, economistas, agrónomos – identificaram o regadio como uma forma de desenvolver duas regiões historicamente despovoadas, pobres e marcadas por fortes desigualdades. Todavia, somente a partir de meados do século XX foi possível, técnica e financeiramente, construir grandes obras públicas de hidráulica agrícola. Estas deveriam transformar radicalmente os setores agrários e gerar rendimentos suficientes para dividir a propriedade e fixar populações. A energia hidroelétrica, entretanto acrescentada aos projetos iniciais das barragens, estimularia ainda o estabelecimento de setores industriais sustentados a partir do aumento da produção agrícola. Passadas sete décadas, o cenário é, no entanto, bastante diferente. Assim, no Alentejo, as regiões regadas apresentam, pelo menos por agora, pouca ou nenhuma diferença na retenção de população e nos principais indicadores de rendimento e de desigualdade em comparação com aquelas que permaneceram secas. Na Extremadura, pelo contrário, existem zonas que experimentaram um significativo crescimento populacional e económico, como é o caso de Vegas Altas-Don Benito. Nesta comunicação serão apresentados os resultados de um estudo comparativo do impacto da construção de grandes obras públicas de hidráulica agrícola entre o Alentejo e a Extremadura. Discutir-se-ão também as razões do aparente sucesso de Vegas Altas e o futuro desta linha de investigação numa altura em que está a ser construída mais uma barragem no Alentejo, num investimento estimado em 200 milhões de euros, e debate-se a expansão do regadio para outras áreas da Extremadura. Autor: Carlos Manuel Faísca é Investigador Auxiliar no Centro de Estudos Interdisciplinares – CEIS20 – e Professor Auxiliar Convidado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Licenciado em História (2007) e Doutorado em Economia (2019), tem publicado sobre problemáticas de História Económica, com especial incidência nos setores agrários e agroindustriais das regiões do Sul Ibérico. As suas investigações foram galardoadas com a 1.ª Menção Honrosa do Prémio Jorge Gelman, concedido pela Sociedad de Estudios de Historia Agraria (2020), com o Premio Extraordinário de Doutoramento da Universidad de Extremadura (2020), com o Prémio Joaquim Romero Magalhães (2023), atribuído pelo Município de Loulé, e com o Prémio Santiago Zapata Blanco (2023), outorgado pela Universitat de Girona. Concretamente sobre o impacto económico-social do regadio, já publicou um artigo na Revista Mundo Agrario, um capítulo de livro, e o trabalho proposto encontra-se em avaliação numa revista de elevado fator de impacto. É também, desde 2023, Vogal da Coordenação do CEIS20 e Presidente da Associação Portuguesa de História Económica e Social. |
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