Caros Colegas e Amigos, Neste momento trágico, solicito a divulgação da seguinte mensagem: In memoriam BRUNO NAVARRO (1977-2021) É com a maior consternação que acabo de tomar conhecimento do súbito falecimento do Prof. Doutor Bruno Navarro, Presidente do Conselho Directivo da Fundação Côa-Parque ! Com efeito, nada faria prever tão dramático acontecimento,
que constitui uma enorme perda para o país e para a instituição a cujos destinos presidia desde 2017. Embora a sua nomeação tivesse inicialmente sido contestada por muitos arqueólogos, que teriam preferido ver na direcção do Parque Arqueológico do Côa um outro
arqueólogo, especialista em Arte Rupestre, o que é certo é que Bruno Navarro, graças às suas elevadas qualidades humanas e capacidades de gestão, depressa conseguiu conquistar as boas graças dos cerca de 50 trabalhadores que integram os quadros da Fundação
Côa-Parque, bem como a aceitação generalizada da Comunidade Arqueológica. Tendo chegado à direcção da Fundação Côa-Parque numa altura particularmente difícil da ainda curta vida daquela instituição, devido à enorme escassez de meios humanos e materiais de
que dispunha, face às responsabilidades de gestão de um tão vasto e complexo território, que integra um dos mais importantes e sensíveis conjuntos de arte rupestre pré-histórica do Mundo, bem como um edifício altamente tecnológico, com os inerentes problemas
de manutenção de equipamentos, começou por ouvir todos os trabalhadores afectos ao Museu e ao Parque Arqueológico do Côa, para se inteirar dos problemas e necessidades das respectivas áreas; conseguiu que o Estado assumisse o avultado passivo que havia sido
acumulado nos anos anteriores, para que a Instituição readquirisse a credibilidade que havia perdido, e assegurasse os financiamentos necessários para manter o funcionamento da instituição nos anos que se seguiram, nos quais se verificou um aumento substancial
da visibilidade e do número de visitantes; conseguiu, enfim, mobilizar todos os investigadores no sentido de obterem junto da Fundação da Ciência e Tecnologia e de outras instituições nacionais e internacionais os meios necessários para prosseguirem as suas
investigações, as quais têm decorrido com o maior sucesso científico e repercussão internacional, muito prestigiando a investigação arqueológica em Portugal.
O Museu e o Parque Arqueológico do Côa conseguiram, assim, em pouco mais de três anos, sair da longa letargia em que se encontravam, e voltar a desempenhar um papel de grande destaque, no panorama da arqueologia portuguesa
e mundial. Por tudo isto, o trágico desaparecimento do Prof.Doutor Bruno Navarro, numa fase da vida em que havia ainda muito a esperar da sua inteligência, dinamismo e capacidade de investigação e gestão cultural, constitui uma enorme
perda para a Cultura Portuguesa. Apresento, assim, em meu nome pessoal, e em nome da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses, as mais sinceras condolências a sua Mulher, Filhos e restante família. José Morais Arnaud Presidente da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses 30 de Janeiro de 2021 |
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