Tendo recebido vários pedidos de informação sobre o curso de Formação em “Gestão do Património e Museus”, informo de que neste momento estamos em negociação com uma instituição do ensino universitário,
com o objetivo de o inserir na sua oferta curricular. Visto que só uma instituição do ensino está legalmente credenciada para conferir um grau de formação, e justificar a concessão de créditos curriculares. Logo que essa negociação esteja concluída, e tenha
obtido sucesso, anunciaremos o modo de realizar o Curso e as respetivas condições.
Sem querer antecipar o conteúdo do Curso, mas, como no texto da mensagem introdutória publicada na “Museum”, estão referidos três aspectos –
i. o que é o ser-humano na sua relação com o Património e museus; ii. uma gestão documental que faça a convergência entre museus, bibliotecas, arquivos e centros de documentação;
iii. Um índice para orientar e avaliar, de forma quantificada e comparada, os
resultados de uma correta gestão do património e museus) – mostro adiante, de forma sintética, do que se trata:
1. «Modelo de compreensão do comportamento humano», e a sua relação com o Património e Museus
(Pedro Manuel-Cardoso, 2012):
Variável 1
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Variável 2
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Variável 3
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Variável 4
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Variável 5
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CORPO
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COGNIÇÃO
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COMPORTAMENTO
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REGULAÇÃO SOCIAL
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RELEVÂNCIA-VALOR
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suporte e infraestrutura herdada, memória codificada
a priori
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atividade não-visível provocada pela gradual complexidade do cérebro
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atividades visíveis, acções, técnicas e práticas físicas exteriorizadas
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institucionalização do efeito coletivo e colaborativo dos comportamentos individuais
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escolha, hierarquização e classificação daquilo que é “património” e deve
permanecer em memória
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A «escolha da Relevância» (“património”)
interfere com a Variável 1, e Re-inicia a condição inicial do processo.
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“Homo habilis, há 2,4 milhões de anos, cérebro com 600cm3 ... Cérebro dos atuais humanos (média) 1450cm3” ... “O que é sentido pelo corpo é transmitido ao cérebro.
A resposta é coordenada pelo córtex e executada pelo corpo. Tudo acontece tão rapidamente que parece ser instantâneo”
(“Cérebro”, 2019, F.C.Gulbenkian, p.36)
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“Comportamento (gestus) é um movimento (motus) com uma determinada forma (figuratio) que procura um efeito-resultado (agendi, acção) e um valor (habendi, atitude)”.
[Hugues de Saint-Victor (1117-1141) “De institutione novitiorum. De virtute orandi. De laude caritatis.
De arrha animae”]
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“Human Evolution: the rise of the innovative mind” … “It’s not how smart you are. It’s how well connected you are" (M.Thomas)… “The ability to pass on knowledge from
one individual another” … “Worked collaboratively” (H.Pringle, march2013,
Scientific American)
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“It was an enhancement of
working-memory capacity that powered the final evolution of modern mind.” (Wynn & Coolidge, 2010, “Working Memory: Beyond Language and Symbolism”,
Current Anthropology, vol. 51, Sup. 1, June 2010, p.S5).
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2. Uma
gestão documental que faça a convergência entre museus, bibliotecas, arquivos e centros de documentação (Pedro Manuel-Cardoso, 2010)
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Gestão Documental
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Situação em Portugal
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Compatibilidade Internacional
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IDENTIDADE DO OBJETO
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TIPO DE OBJETO
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SISTEMAS DE REGISTO
(Portugal)
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SISTEMAS INTERNACIONAIS
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OBJETO
(objeto,
documento,
imagem,
coleção,
facto,
história,
ideia)
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a) Número de inventário;
b) Nome da instituição;
c) Denominação ou título;
d) Autoria (quando aplicável);
e) Datação;
f) Material, meio e suporte;
g) Dimensões;
h) Descrição;
i) Localização;
j) Historial;
l) Modalidade de incorporação;
m) Data de incorporação
[Lei n.º 47/2004, de 19 de agosto (Lei-Quadro dos Museus Portugueses):
Artigo 19.º]
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1
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3
4
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6
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DOCUMENTAL/ARQUIVÍSTICO
BIBLIOGRÁFICO
MÓVEL
IMÓVEL
IMATERIAL
DIGITAL
(misto)
(outro)
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DGLAB/ AN-TT
PORBASE/BN
MATRIZ/DGPC
MATRIZ/DGPC/SIPA
MATRIZ PCI/DGPC
ADP/DGLAB
[Direção-Geral do Livro, Bibliotecas e Arquivos (DGLAB); Arquivo Nacional da Torre do Tombo (AN-TT); Biblioteca Nacional (BN); Direção-Geral do Património
Cultural (DGPC); Sistema Integrado do Património Arquitetónico (SIPA); Património Cultural Imaterial (PCI); Arquivo Digital Português (ADP).]
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Normas Internacionais de Documentação
Bases-de-Dados internacionais
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3. Um
Índice para orientar e avaliar, de forma quantificada e comparada, os resultados de uma correta gestão do património e museus (Pedro Manuel-Cardoso, 2011)
A Gestão do Património passa a poder ser orientada e avaliada de modo objetivo e quantificado pela seguinte equação:
IGP=iD+iP+iC+iR+iT/Cl
IGP
– Índice da Gestão do Património e Museus.
iD – Documentar [estudar, investigar, identificar,
registar e construir a identidade do objeto]
iP – Preservar
[localizar e salvaguardar o objeto (armazenamento, segurança e conservação)]
iC – Comunicar [possibilitar que o recetor
compreenda o valor e significado patrimonial do objeto; estabelecer a acessibilidade física, social e intelectual]
iR – Reconstituir [unir pela linguagem (texto
e hipertexto) as partes, as características e o contexto do objeto: narrativa, história, interpretação]
iT – Transmitir [atualizar e compatibilizar
os suportes da informação do objeto (materialidade e linguagem) para os presentes e vindouros]
Cl – Classificar [definir os critérios e explicar
a Relevância do objeto. Inscrever o objeto numa lista oficial de Património de acordo com as normas legais vigentes em cada época]
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Pedro Manuel-Cardoso
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